tag:blogger.com,1999:blog-73363730738083550862024-03-13T15:15:03.032-03:00JAQUELINE J.Lugar para percepções, ideias e análises a partir de uma visão pessoal, científica e profissional: uma janela, da minha perspectiva, para o mundo. ~o~ Place for perceptions, ideas and analysis from a personal, scientific and professional view: a window, from my perspective, to the world.Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.comBlogger1534125tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-49723631376313778242023-12-13T08:40:00.001-03:002023-12-13T08:40:08.948-03:00Como Eu Não Dancei - Trailer<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyFbOwEp4hO-tKaFikzXqzbYXfAn1fjPyjHMQIRlCV2AMRfSTRewlsqfhTMcME52k4stw4bPdmcPfym1j8Icg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><p style="text-align: center;"><a href="https://youtu.be/U-jF5eLdoiI">https://youtu.be/U-jF5eLdoiI</a></p><p><br /></p><p>Lançamento do filme HOJE, 13 de dezembro, quarta-feira, às 19 horas!</p><p>Aqui no YouTube da Jaqueline: <a href="http://youtu.be/cye5csbSJnI">youtu.be/cye5csbSJnI</a></p><p><br /></p><p>Eu não vim falar sobre coisas fáceis de serem ditas.</p><p>Vi coisas belas serem desfeitas e surgirem.</p><p>Cresci em uma capital da República na qual existiam frondosas árvores típicas, mas sobre as quais logo se ergueram condomínios fechados.</p><p>A vida me pressionou a olhar além do horizonte, para dentro de mim. Um dia a criança negra que morava na periferia de Brasília se reconheceu como uma mulher trans. Era exatamente quem eu era.</p><p>Eu me lembro de uma professora que uma vez, jocosamente, chamou-me de “negão”, muito antes de eu entender a minha identidade de gênero. Aquilo me pareceu tão inapropriado... Não só pelo propósito cinicamente homofóbico dela, naquele momento, mas porque, para mim, o “ão” não me cabia. Hoje compreendo perfeitamente a negona que eu era, sem me ver nem ser vista corretamente.</p><p>Aos "Nãos" que me deram na cara eu revidei com "Sins" para outras pessoas excluídas.</p><p>Este filme é uma auto-investigação de como eu me movimentei pelo o que a sociedade esperava de mim desde a infância, a menina invisível de outrora, representada pela minha sobrinha de cinco anos, que trans-formou-se na Jaqueline de agora.</p><p>Na vida eu escolhi dançar canções que eu mesma compus, e neste filme eu danço a música que foi composta a partir do que eu projetei de mim mesma para o mundo.</p><p><br /></p><p>Filme inspirado no livro "Como Eu Não Dancei", de Jaqueline Gomes de Jesus (N-1 Edições, 2020).</p><p><br /></p><p>FICHA TÉCNICA</p><p>Direção: Gau Saraiva e Jaqueline Gomes de Jesus</p><p>Elenco: Jaqueline Gomes de Jesus e Morgana Alice Silva de Jesus</p><p>Roteiro: Jaqueline Gomes de Jesus</p><p>Direção de Fotografia e Edição: Gau Saraiva</p><p>Música: Ária Rita</p><p>Coreografia: Dodi Leal</p><p>Produção: Isaac Joshua Rebelo</p><p>Assistente de Direção: Victor Ono</p><p>Direção de Arte: Vicente Tchalian</p><p>Assistentes de produção: Jéssica Rayssa Silva de Jesus, Luana Nayara da Cunha Sottomaior e Maria Luzia Alves de Freitas</p><p>Figuração: Gizélio Gomes de Jesus e Tiago Gomes de Jesus</p><p>Curadoria de fotos de arquivo: Claudiney Silvestre Alves</p><p><br /></p><p>Agradecimentos às tias Marilene e Meire, à prima Carla Larissa e à Meg.</p><p><br /></p><p>In Memoriam de minha mãe, Maria Marly da Cunha Gomes, minha vó Teresinha Pinto da Cunha, meu avô Jonas Pinto da Cunha, meu tio José Márcio da Cunha, o Zé Mácio, e minha tia Marli Teresa da Cunha, a Marlizinha.</p><p><br /></p><p>Filme gravado em Brasília/DF.</p><p>Brasil, 13 de dezembro de 2023.</p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-33464653669127418052023-12-12T15:18:00.002-03:002023-12-12T15:18:32.747-03:00COMO EU NÃO DANCEI<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikk_VsFAnzEO4JCodXAPLFC7m602VshxdkShBhbVIr2qGGY5K_avLPc3sd6lH9q1ahhV5DMtMuDTBNYD2Riq9341kOO0RkGaUP2sEJMyEq4wzIGXGIYbC7gJ-2ZE5g-QDeAFe-5rFhtyLsV4a2ECp-tjQ1iiOoJ5KmbsA6-mP78WbasU1dhXSRjQ1y2Xbr/s3992/CAPA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3992" data-original-width="3214" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikk_VsFAnzEO4JCodXAPLFC7m602VshxdkShBhbVIr2qGGY5K_avLPc3sd6lH9q1ahhV5DMtMuDTBNYD2Riq9341kOO0RkGaUP2sEJMyEq4wzIGXGIYbC7gJ-2ZE5g-QDeAFe-5rFhtyLsV4a2ECp-tjQ1iiOoJ5KmbsA6-mP78WbasU1dhXSRjQ1y2Xbr/w515-h640/CAPA.jpg" width="515" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><span style="text-align: left;">Eu não vim falar sobre coisas fáceis de serem ditas.</span></p><p>Vi coisas belas serem desfeitas e surgirem.</p><p>Cresci em uma capital da República na qual existiam frondosas árvores típicas, mas sobre as quais logo se ergueram condomínios fechados.</p><p>A vida me pressionou a olhar além do horizonte, para dentro de mim. Um dia a criança negra que morava na periferia de Brasília se reconheceu como uma mulher trans. Era exatamente quem eu era.</p><p>Eu me lembro de uma professora que uma vez, jocosamente, chamou-me de “negão”, muito antes de eu entender a minha identidade de gênero. Aquilo me pareceu tão inapropriado... Não só pelo propósito cinicamente homofóbico dela, naquele momento, mas porque, para mim, o “ão” não me cabia. Hoje compreendo perfeitamente a negona que eu era, sem me ver nem ser vista corretamente.</p><p>Aos "Nãos" que me deram na cara eu revidei com "Sins" para outras pessoas excluídas.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeQhVLOBn25wwPnjJ-KnYR1Uue5add_xsBr8OEeA8kan3pixlEjV_1gKlmM7L9MEYU418_90ftz9iShcmVZQuZAwM-GKa5MaMt3bzeirzIQQ9D_wwBcdU83O6FbcIzZM1wZ6iUakygTQQ4McAGnPy8TEPSaPjiH-Ezi8jSQ4Oy74Pc9QEu91tmUcNtEVTT/s5909/FOTO-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3939" data-original-width="5909" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeQhVLOBn25wwPnjJ-KnYR1Uue5add_xsBr8OEeA8kan3pixlEjV_1gKlmM7L9MEYU418_90ftz9iShcmVZQuZAwM-GKa5MaMt3bzeirzIQQ9D_wwBcdU83O6FbcIzZM1wZ6iUakygTQQ4McAGnPy8TEPSaPjiH-Ezi8jSQ4Oy74Pc9QEu91tmUcNtEVTT/w400-h266/FOTO-3.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><span style="text-align: left;">Este filme é uma auto-investigação de como eu me movimentei pelo o que a sociedade esperava de mim desde a infância, a menina invisível de outrora, representada pela minha sobrinha de cinco anos, que trans-formou-se na Jaqueline de agora.</span></p><p>Na vida eu escolhi dançar canções que eu mesma compus, e neste filme eu danço a música que foi composta a partir do que eu projetei de mim mesma para o mundo.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHvEC-yyi4pa1J5_2sjB4DaHGTYOzNIrzE4zJy1GTocID-RtRk4PljHthbLIMomuseLAM3YUw6-DBEdXFfgrMrI0UpDPBUkBkbTMbCKlPfhAedTq8IBeZEgI4TujuTTMSlWF-RuVIRFIIIag8EBv6Du87F5_OHESi1lFAhtRhcpXDl-tAWRFu9nGIM0tL4/s6000/FOTO-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHvEC-yyi4pa1J5_2sjB4DaHGTYOzNIrzE4zJy1GTocID-RtRk4PljHthbLIMomuseLAM3YUw6-DBEdXFfgrMrI0UpDPBUkBkbTMbCKlPfhAedTq8IBeZEgI4TujuTTMSlWF-RuVIRFIIIag8EBv6Du87F5_OHESi1lFAhtRhcpXDl-tAWRFu9nGIM0tL4/w400-h266/FOTO-2.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><span style="text-align: left;">Lançamento em 13 de dezembro, quarta-feira, 19 horas</span></p><p>No YouTube da Jaqueline: <a href="http://youtu.be/cye5csbSJnI">youtu.be/cye5csbSJnI</a></p><p><br /></p><p>Filme inspirado no livro "Como Eu Não Dancei", de Jaqueline Gomes de Jesus (N-1 Edições, 2020).</p><p><br /></p><p>FICHA TÉCNICA</p><p>Direção: Gau Saraiva e Jaqueline Gomes de Jesus</p><p>Elenco: Jaqueline Gomes de Jesus e Morgana Alice Silva de Jesus</p><p>Roteiro: Jaqueline Gomes de Jesus</p><p>Direção de Fotografia e Edição: Gau Saraiva</p><p>Música: Ária Rita</p><p>Coreografia: Dodi Leal</p><p>Produção: Isaac Joshua Rebelo</p><p>Assistente de Direção: Victor Ono</p><p>Direção de Arte: Vicente Tchalian</p><p>Assistentes de produção: Jéssica Rayssa Silva de Jesus, Luana Nayara da Cunha Sottomaior e Maria Luzia Alves de Freitas</p><p>Figuração: Gizélio Gomes de Jesus e Tiago Gomes de Jesus</p><p>Curadoria de fotos de arquivo: Claudiney Silvestre Alves</p><p><br /></p><p>Agradecimentos às tias Marilene e Meire, à prima Carla Larissa e à Meg.</p><p>In Memoriam de minha mãe, Maria Marly da Cunha Gomes, minha vó Teresinha Pinto da Cunha, meu avô Jonas Pinto da Cunha, meu tio José Márcio da Cunha, o Zé Mácio, e minha tia Marli Teresa da Cunha, a Marlizinha.</p><p>Filme gravado em Brasília/DF.</p><p>Brasil, 13 de dezembro de 2023.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0nsE7Y9VVLChTnLbt4qB5Umsd5I7XuoMdriPCmQEvr7cyph5gQXdBLvWLYM6qBpEDkM2EhweZxGlfIom_uGULqMMnxr8AlHrpBEmUp7ktZGzgiiGU3BL7PtxrxwqjLaXLU78m83k82pMMl4xm7kj3c5CDABViOpdGewF4pglFdmqCcos2SW_DIDj8pEkt/s6000/FOTO-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="6000" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0nsE7Y9VVLChTnLbt4qB5Umsd5I7XuoMdriPCmQEvr7cyph5gQXdBLvWLYM6qBpEDkM2EhweZxGlfIom_uGULqMMnxr8AlHrpBEmUp7ktZGzgiiGU3BL7PtxrxwqjLaXLU78m83k82pMMl4xm7kj3c5CDABViOpdGewF4pglFdmqCcos2SW_DIDj8pEkt/w400-h266/FOTO-1.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><br /></p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-56613761986332074512023-10-08T22:11:00.001-03:002023-10-08T22:11:43.293-03:00SMILE Brasil - Saúde Mental LGBTI+<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://brasil.smilestudy.orgrBFlBv6aGD4IJRd-Pv0YwrhRCZf9IJ4uSPMvt9EA-P4qMyahUJ9X-71uSLULELci_KzSkI0DT-mqtGPIVA4yqblmMciKGcUt/s1055/IMG-20231008-WA0040.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1055" data-original-width="1049" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3XcFRMTOEwjJotX6nIpSnKXPDdNDU4umpUYPLspXUHPXWRHoxc-9IbTOulPYtL3X2z4lJLjhVo2YF34nT7_x4VOPuiYbUrBFlBv6aGD4IJRd-Pv0YwrhRCZf9IJ4uSPMvt9EA-P4qMyahUJ9X-71uSLULELci_KzSkI0DT-mqtGPIVA4yqblmMciKGcUt/w398-h400/IMG-20231008-WA0040.jpg" width="398" /></a></div><br /><p>A Pesquisa SMILE Brasil é um estudo sobre saúde mental e bem-estar entre pessoas LGBTI+ realizado no Brasil pela Universidade Duke (Estados Unidos), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).</p><p>Nossa meta é que 3500 respondam o questionário no QR Code e em:</p><p><a href="http://brasil.smilestudy.org">http://brasil.smilestudy.org</a></p><p>Link também na bio e nos stories. A pesquisa possibilitará o desenvolvimento de tratamentos baseados em evidências e políticas de saúde orientadas por dados. Colabore acessando o site, compartilhando e respondendo!</p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-36983131495170992752023-01-17T18:19:00.002-03:002023-01-17T18:20:51.905-03:00EM DEFESA DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A POPULAÇÃO NEGRA E TRANS E CONTRA A APROPRIAÇÃO DE NOSSAS IDENTIDADES POR PESSOAS BRANCAS: Por Fran Demétrio na galeria de personalidades negras da Fundação Cultural Palmares<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNcIRC6vblIiMT7h1Avewr_GAGCEDre0h6CHvCJ_dGe8PMHhC8Dv9ae1yGr2x3_rhwkt5GzN1zAJyUmJNnD26k5XeY5i68EJEHkgGPP6gNQBeJ6i7JxmKpdLkaYh9Z6MLD9OPaAwDVAQvDJsiGwJarsAXYnGIwc-IqHQbuMYbZVAepoF14nJJdUw3KcA/s1080/png_20230117_164857_0000.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNcIRC6vblIiMT7h1Avewr_GAGCEDre0h6CHvCJ_dGe8PMHhC8Dv9ae1yGr2x3_rhwkt5GzN1zAJyUmJNnD26k5XeY5i68EJEHkgGPP6gNQBeJ6i7JxmKpdLkaYh9Z6MLD9OPaAwDVAQvDJsiGwJarsAXYnGIwc-IqHQbuMYbZVAepoF14nJJdUw3KcA/w640-h640/png_20230117_164857_0000.png" width="640" /></a></div><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;">EM DEFESA DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA A POPULAÇÃO NEGRA E TRANS E CONTRA A APROPRIAÇÃO DE NOSSAS IDENTIDADES POR PESSOAS BRANCAS: Por Fran Demétrio na galeria de personalidades negras da Fundação Cultural Palmares</p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">Temos acompanhado com profunda revolta, ao longo dos últimos anos, uma escalada de pessoas brancas que se apresentam como não-brancas ou até mesmo como negras, tomando como base apenas uma cor de pele menos clara, quando não modificam suas fotos em perfis de redes virtuais, para tentarem escapar do privilégio que a branquitude lhes traz em diferentes meios sociais, e em alguns casos ocupando, de forma anti-ética, lugares de fala de pessoas negras, apropriando-se destes, e até mesmo exigindo ocupação de ações afirmativas que não lhes são dirigidas. Denunciamos que o mesmo tem ocorrido com relação à transgeneridade branca, com pessoas que se utilizam da confusão do senso comum entre identidades de gênero não-binárias e expressões de gênero andróginas para, de má-fé, ocuparem as poucas vagas para pessoas trans conquistadas em programas de cotas Brasil afora, especialmente na área de educação, mas também nas políticas públicas. Enquanto pessoas pesquisadoras e professoras trans NEGRAS, reiteramos que as identidades travestis e trans têm RACIALIDADE, e que é inadimissível que travestis, mulheres trans,<span style="text-align: left;">h omens trans e pessoas não-binárias BRANCAS apropriem-se de discursos sobre as identidades negras, por vezes com a anuência ou o silêncio de pessoas e entidades, para invisibilizarem seus privilégios, a fim de reiterar o apagamento de nossos corpos e o epistemicídio que sofremos diariamente!</span></p><p style="text-align: justify;">Destacamos que não somos contra pessoas negras de pele clara, o que criticamos aqui é a apropriação de símbolos, benefícios e lugares epistêmicos de pessoas negras (de cor preta e parda) por pessoas brancas, cis e trans, que não enfrentam racismo no seu cotidiano, o que também é uma expressão do racismo estrutural, sistêmico e inercial que precisa ser combatida.</p><p style="text-align: justify;">Ante ao exposto, e no afã de combater a usurpação de nossos espaços simbólicos, dirigimo-nos à FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, tendo identificado que não há personalidades trans em sua Galeria de Personalidades Notáveis Negras, e indicamos a saudosa Professora FRAN DEMÉTRIO, falecida em 2021, para enriquecer essa listagem de pessoas memoráveis:</p><p style="text-align: justify;">Dona de um currículo invejável, com Pós-Doutorado em Flosofia pela Universidade de Brasília, Doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, Mestrado em Alimentos, Nutrição e Saúde pela Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia (ENUFBA) e Graduação em Nutrição pela ENUFBA, Fran Demétrio atuou como professora adjunta no Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS) do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e professora permanente no Mestrado Profissional em Saúde da Família da FIOCRUZ (MPROFSAUDE/FIOCRUZ).</p><p style="text-align: justify;">Os temas principais de suas pesquisas eram: humanização, integralidade e interseccionalidade do cuidado em saúde e nutrição; saúde, nutrição, gêneros e sexualidades; nutrição clínica ampliada; qualidade de vida; racionalidades em saúde e nutrição; aleitamento materno; nutrição materno-infantil; epistemologia nutricional e sanitária; segurança alimentar e nutricional; formação interdisciplinar em saúde; e direitos humanos epistêmicos.</p><p style="text-align: justify;">Além de uma carreira irretocável no espaço acadêmico, Fran Demétrio também teve uma aproximação bastante significativa com o movimento social de travestis e transexuais.</p><p style="text-align: justify;">Subscrevemo-nos:</p><p style="text-align: justify;"><b>Jaqueline Gomes de Jesus</b></p><p style="text-align: justify;">Coordenadora do NEABI - IFRJ Campus Belford Roxo; Pesquisadora-Líder do ODARA - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade (CNPq/IFRJ); Integrante da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil - CEVENB OAB RJ. </p><p style="text-align: justify;"><b>Leonardo Morjan Britto Peçanha</b></p><p style="text-align: justify;">Criador do Negros Blogueiros; Autor e organizador do livro Transmasculinidades Negras; Pesquisador do ODARA - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade (CNPq/IFRJ).</p><p style="text-align: justify;"><b>Megg Rayara Gomes de Oliveira</b></p><p style="text-align: justify;">Coordenadora do NEAB - UFPR; Coordenadora de Políticas Afirmativas da SIPAD - UFPR; Coordenadora da Comissão de Políticas Afirmativas do PPGE-UFPR.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-39823064718411442412022-10-29T00:40:00.002-03:002022-10-29T00:40:49.851-03:00Bienal Internacional do Livro de Brasília - BiLB 2022<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNj5PINUV4k5fDzDjyuhCmcgHM3wc00nn_ezFXB-PBEpSGrQuM9b7L7scHIP3iKZAfKv0NPNWjWtZWbTQHRZ34iqmhww9PR_r_F5d29rII9JU9ghPihIFhJSve11NAVKNj3MJcxm6apzB4qX4Si6nM9gygbSMCX4fz8V1jP9WxOWbnypEPKlGHdBkUqA/s1080/IMG_20221027_085837_976.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNj5PINUV4k5fDzDjyuhCmcgHM3wc00nn_ezFXB-PBEpSGrQuM9b7L7scHIP3iKZAfKv0NPNWjWtZWbTQHRZ34iqmhww9PR_r_F5d29rII9JU9ghPihIFhJSve11NAVKNj3MJcxm6apzB4qX4Si6nM9gygbSMCX4fz8V1jP9WxOWbnypEPKlGHdBkUqA/s320/IMG_20221027_085837_976.jpg" width="320" /></a></div><p style="text-align: center;"><br /></p><p>29 de outubro de 2022, sábado, às 18 horas, estarei na 5a Bienal Internacional do Livro de Brasília (BiLB)!</p><p><br /></p><p>Vem conversar comigo no Stand Literáfrica (n. 72/73, bloco 1B), no Pavilhão do Parque da Cidade, sobre os meus livros "Transfeminismo: Teorias e Práticas" e "Homofobia: Identificar e Prevenir" (Metanoia Editora), e acerca de estratégias para promover uma educação anti-LGBTfóbica: Interseccionalizando Gênero, Sexualidade e Cor/Raça!</p><p><br /></p><p>Abraços,</p><p>Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus</p><p><br /></p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-78583556714671583172022-07-14T19:38:00.004-03:002022-07-14T19:38:42.145-03:00Cursos Técnicos em Moda e em Artesanato - IFRJ 2022.2<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJoMmVqTMu5VxWJUUiLePazQnCV7IssQk8da6Os7FKfSnwJiPeSV13pqbzvszH6DnEoQQL2wmlzb1wmDhz7tMis5bdoVPvVJOwsWBwqpO5GD5Jo3XZp16ejtaKRa7bk-jCNjzwFKQ-RH3j3vnCldDt33jAylANGuafqW4j_8AhxSxHVhw5WFiIPaqZJA/s1080/1.%20Divulga%C3%A7%C3%A3o%20antecipada%20-%20Em%20breve.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJoMmVqTMu5VxWJUUiLePazQnCV7IssQk8da6Os7FKfSnwJiPeSV13pqbzvszH6DnEoQQL2wmlzb1wmDhz7tMis5bdoVPvVJOwsWBwqpO5GD5Jo3XZp16ejtaKRa7bk-jCNjzwFKQ-RH3j3vnCldDt33jAylANGuafqW4j_8AhxSxHVhw5WFiIPaqZJA/w640-h640/1.%20Divulga%C3%A7%C3%A3o%20antecipada%20-%20Em%20breve.png" width="640" /></a></div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><span style="font-size: large;">A sua chance de estudar Produção de Moda ou Artesanato no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) está chegando!<br /><br />Ainda este mês começaremos o processo de matrícula das vagas remanescentes referente aos cursos Técnico em Produção de Moda e Técnico em Artesanato do IFRJ Campus Belford Roxo!<br /><br />Em breve publicaremos todas as orientações para que você possa se matricular com a gente.<br /><br />Mas se você gosta de spoiler, clica no link do edital e já confere todas as informações!<br /><br />Link do Edital: <a href="http://encurtador.com.br/fR178">encurtador.com.br/fR178</a><br /><br />Matrículas de 25/07 a 12/08/22<br /><br />Vem estudar no IFRJ!<br /><br />#IFRJCBEL</span>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-11730618706999187832022-03-31T17:22:00.003-03:002022-03-31T17:24:49.675-03:00 As Invasões Epistêmicas<span style="font-family: arial; font-size: large;"><b>Jaqueline Gomes de Jesus</b></span><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Invasores epistêmicos: indivíduos que analisam temas fora de suas áreas de especialização, prática recorrente nesta era da fluidez de informações na internet, e até exigida em nossa sociedade do espetáculo, na qual todos "têm que ter" opinião sobre tudo.</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">As invasões epistêmicas correspondem, portanto, a uma tomada superficial e fragmentada do conhecimento, e para além de uma questão comportamental ou moral, são um dilema da contemporaneidade: como podemos ser mais modestos intelectualmente?</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">A própria lógica do mundo do trabalho, pautada pelo regime sócio-econômico de acumulação flexível, perversamente nos impõe sermos "empreendedores de nós mesmos", inclusive "autoriza" realizarmos "autodiagnósticos" sem estudar Medicina, ou "autoterapia" sem estudar Psicologia.</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Nesse mundo, o senso comum tende a ignorar que ser professor(a) é TRABALHO e que ser estudante TAMBÉM É UM TRABALHO! Não espanta que tantos sujeitos da contemporaneidade, não necessariamente especialistas, sejam influenciadores digitais, e aulas sejam reduzidas a lives ou publis.</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Sugiro citar este texto como:</span><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">JESUS, Jaqueline Gomes de. <b>As invasões epistêmicas</b>. Jaqueline J., 2022. Disponível em: <<a href="http://jaquejesus.blogspot.com/2022/03/as-invasoes-epistemicas.html">http://jaquejesus.blogspot.com/2022/03/as-invasoes-epistemicas.html</a>>.</span></div></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-86980901061745610182022-02-12T00:23:00.004-03:002022-02-12T00:23:53.061-03:00 Lançamento do Dossiê Participação política LGBTI<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiblD_e2d7C1xfihJt2AinR42wbdjuJDZWPGqfqQNDV1S31ISA5Qg8jSeb2NmMP0S1DEFQqxTUqcWyJlNTuDr1k9Ld_D4KlJ0KOe9S0PlMVV_HObT6BMNsIM3Rr-bp4aYlIe_PcjFNUGu_PRs2qv6MoxLuMbg9USR4lqxZbdKKXC1p-G95jb9prWHHrTg=s1280" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiblD_e2d7C1xfihJt2AinR42wbdjuJDZWPGqfqQNDV1S31ISA5Qg8jSeb2NmMP0S1DEFQqxTUqcWyJlNTuDr1k9Ld_D4KlJ0KOe9S0PlMVV_HObT6BMNsIM3Rr-bp4aYlIe_PcjFNUGu_PRs2qv6MoxLuMbg9USR4lqxZbdKKXC1p-G95jb9prWHHrTg=w640-h360" width="640" /></a></div><br /></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;">14/02, 2a feira, 17h (Horário de Brasília), no YouTube da ABETH - Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura:</span><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><div style="text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://youtu.be/bsCGrpeKV4A">https://youtu.be/bsCGrpeKV4A</a></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br />O Dossiê Temático “Participação política LGBTI+ no Brasil: passado, presente e projetos de futuro" será apresentado pela Editoria Chefe da Revista da Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura - REBEH e pelas/os organizadoras/es Silva Aguião, Vinicius Zanoli e Cleyton Feitosa.<br /><br />A Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus abre o dossiê entrevistando o Ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).<br /><br />O dossiê reúne 16 textos de pesquisadoras/es de distintas áreas de conhecimento e regiões do país, publicados no número 14, volume 4, da REBEH, que nesta edição conta com 3 artigos na seção de Tema Livre.</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Acesse a Revista em <a href="https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh">https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh</a><br /><br />#participaçãopolítica #LGBT #pesquisa #estudos #ciência #REBEH #política #direitospolíticos #justiçaeleitoral #diversidade #gênero #sexualidade #raça #etnia</span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxrFkYG9caDAJTBAnQzGc0tPkb3wTwuCBXyM22dFmWNNh2_DYBtVJkjDTKyzODMIg5z-6qpCVShidWob2LB6nmLr9iyCguhYH1RbI4UwZYXtHnq2St54mmqUcRXwme1hq4CaECcZBXMikl9NZMiaP5QZNLKSbJJbAhG4z6YOqrN29T4NuL1GpBFX56hw=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxrFkYG9caDAJTBAnQzGc0tPkb3wTwuCBXyM22dFmWNNh2_DYBtVJkjDTKyzODMIg5z-6qpCVShidWob2LB6nmLr9iyCguhYH1RbI4UwZYXtHnq2St54mmqUcRXwme1hq4CaECcZBXMikl9NZMiaP5QZNLKSbJJbAhG4z6YOqrN29T4NuL1GpBFX56hw=w640-h640" width="640" /></a></div><br /><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-68491758966936889302022-01-30T18:18:00.003-03:002022-01-30T18:18:59.704-03:00A Transfobia Recreativa Não Vencerá<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjquwCK8h363UR1hLqY231_HFQ5fXeN-a1VnDHilTaTnJdPi4mGsn9YDh2kBrr0MNotSJyrpRGpenvHQeByiCioCuY8EpLH5oPPQNxE72i6_Pwq9KF05eYmHpn5Gubymu827nvrTC8qGD8NFtGbW9o_0-JywSbSuI5MghN_VEd7SjU26qi03oYhfMiqiQ=s990" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="619" data-original-width="990" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjquwCK8h363UR1hLqY231_HFQ5fXeN-a1VnDHilTaTnJdPi4mGsn9YDh2kBrr0MNotSJyrpRGpenvHQeByiCioCuY8EpLH5oPPQNxE72i6_Pwq9KF05eYmHpn5Gubymu827nvrTC8qGD8NFtGbW9o_0-JywSbSuI5MghN_VEd7SjU26qi03oYhfMiqiQ=w400-h250" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Imagem: Reprodução/TV Globo</span></div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">A TRANSFOBIA RECREATIVA NÃO VENCERÁ</span></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">Jaqueline Gomes de Jesus*</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><span style="font-size: large;">O assédio pode ser caracterizado como o conjunto de práticas discriminatórias recorrentes, com o objetivo de excluir a pessoa assediada do ambiente que ela compartilha com o(a) assediador(a) e as testemunhas do assédio, ou espectadores, que se tornam cúmplices quando silenciam, seja por medo ou anuência. Esse objetivo costuma ser alcançado por meio de desestabilização, isolamento e difamação.<br /><br />A discriminação negativa histórica, a banalização da violência e a resignação face às injustiças, em nossa cultura, são fatores explicativos de porque o assédio, moral e/ou sexual, é especialmente praticado em ambientes excessivamente competitivos, por sujeitos movidos por antipatia, preconceitos diversos ou até mesmo “inveja patológica”, por razões tão íntimas e subjetivas, como achar a pessoa mais bonita, inteligente, influente ou abastada e se mover para depreciá-la.<br /><br />Fiz esse preâmbulo para explicar de maneira sucinta os processos psicossociais que estão por trás da explícita transfobia de caráter recreativo, portanto perverso e cínico, que a cantora e atriz Linn da Quebrada vem sofrendo desde que entrou na edição 22 da casa do Big Brother Brasil, envolvendo desde chamá-la no masculino, mesmo vendo um “Ela” estampado em sua testa, desrespeitando sua identidade de gênero feminina, até chamá-la de “traveco”, como se o homem que usa o termo ignorasse a própria cultura e a língua portuguesa do Brasil, que evidencia o caráter depreciativo e ridicularizante da palavra.<br /><br />Precisa-se explicitar que, na educação transfóbica, é cotidiano tratar as travestis e demais pessoas trans com menosprezo, objetificando, negando a possibilidade de serem ouvidas e valorizadas para além das margens que a sociedade há séculos nos relega. Porém, apesar de tanta tortura psicológica e física, chegando ao assassinato, seguimos resistindo há séculos, e é significativo, em vários sentidos, o fato de termos a primeira travesti em uma edição do referido reality show, onze anos após a participação da modelo e apresentadora Ariadna Arantes no BBB 11, a qual foi coagida e discriminada pelos meios de comunicação simplesmente por ser uma mulher trans. Desta vez, há um coletivo muito mais organizado, atuante e com voz em diferentes organizações para defendê-la, desde a sua entrada durante janeiro, mês da visibilidade trans.<br /><br />Importante lembrar que, apesar dos sedutores cantos da Sociedade do Espetáculo, ser visível significa, igualmente, tornar-se alvo, especialmente quando se é uma travesti preta que sobreviveu ao transfeminicídio, no país que mais mata mulheres trans e travestis. Uma artista que tem alcançado sucesso e reconhecimento por seu intelecto e criatividade dentro dos gêneros musicais periféricos que dominou, o hip hop e o funk, agora amplamente exposta no programa de maior audiência e repercussão da televisão brasileira. Isso é fundamental para superarmos a invisibilização, ou a visibilidade negativa, e a convivência também é imprescindível para o esvaziamento dos estereótipos, porém isso tudo não encerra, por si só, nem imediatamente, os estigmas que cercam a população trans brasileira, especialmente no momento histórico que vivemos, repleto de fundamentalismo político-religioso.<br /><br />É imprescindível, não apenas a travestis, mulheres trans, homens trans e pessoas não-binárias, mas também a toda e qualquer pessoa cis (que não é trans), que seja aliada ou apenas acredita que todos precisam ser tratados como cidadãos, questionar a naturalidade dos maus tratos que Linn vem sofrendo em rede nacional! O discurso da solidariedade precisa ser praticado como empatia, e essa prática exige que não sejamos apenas espectadores alienados, satisfeitos em apenas reclamar em nossas redes sociais e grupos fechados.<br /><br />Gosto de lembrar do que ensinou o movimento negro, em 1994, quando grupos organizados recorreram à Justiça contra uma cena de racismo na novela Pátria Minha, exibida na Rede Globo. O argumento reconhecido foi o de que o problema não era mostrar o preconceito racial intrínseco à cultura brasileira, mas, isso sim, não questioná-lo, como se gerações de pessoas negras não se revoltassem e se mobilizassem contra a discriminação. Após a denúncia pública, para se tentar reparar o dano já feito, foi exibida outra cena, em que uma protagonista, interpretada pela atriz Chica Xavier, condenava explicitamente o racismo e ensinava que jamais houve anuência da população afro-brasileira com a discriminação.<br /><br />Evidenciando aprendizado a partir deste e de outros episódios, além da mobilização online, a própria Globo interveio no BBB, ressaltando que se deve respeitar a forma como as pessoas se apresentam e dando a voz à própria Linn, para que falasse sobre a questão e, assim, fosse protagonista, representando milhões de pessoas trans Brasil afora, condenando o descuido ou mesmo má-fé no reconhecimento de sua identidade de gênero. Isso não redunda que cesse imediatamente a transfobia, no programa, por exemplo, seguem tratamentos inadequados por parte de jogadores que usam de perversa estratégia para desestabilizar a Linn, porém já é um avanço essa tática ser questionado publicamente.<br /><br />Concluo ressaltando o que nos ensina a literatura especializada: podemos prevenir o assédio, questionando a banalidade do mal e a permissibilidade frente a qualquer forma de violência, mesmo a verbal, por meio de uma piada ou uma palavra mal colocada; reforçando os laços sociais e de solidariedade dentro e fora dos ambientes que frequentamos; registrando tudo; buscando apoio junto a coletivos e entidades.<br /><br />Foi o que aprendemos com quem sofreu e resistiu antes de nós: se as suas lutas não alcançaram as conquistas almejadas, outro tipo de vitória eles obtiveram, deixaram para nós um legado absolutamente crucial, de pequenos avanços, que nos permite insurgir a todo esse estado de coisas pernicioso conscientes de que não nos calaremos, e seguiremos defendendo éticas e estéticas que sejam inclusivas.<br /><br />Enfim, a transfobia recreativa pode até continuar sendo televisionada, entretanto não se poderá mais, impunemente, “passar pano” para ela.</span><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-size: large;"><b style="text-align: justify;">* Jaqueline Gomes de Jesus é </b><span style="text-align: justify;">psicóloga, professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro e da Fundação Oswaldo Cruz. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Autora dos livros “Transfeminismo: Teorias e Práticas” e “Homofobia: Identificar e Prevenir”.</span></span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-84121399117128426302022-01-18T14:39:00.005-03:002022-01-18T14:39:58.134-03:00II SEMINÁRIO VISIBILIDADE TRANS DO IFRJ BELFORD ROXO - 2022<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjWjEZuFpRDw167Buzo8OXN6UwNGHKuLMSmT8nB5jLJIKSCXdbiqCnEOmhGmyKgNnYSa2TbtEJiiuae1-fsdWyOKa8DVXoJ-JZPhNL3fdjV2ZjZ72VqgCjIoMsnBxdLPtkivGHXYTsbsAZxvgQadiuB3MtjIdo3DfC8u2Oultp2FJxA8tSwuvT66TtQ5w=s940" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="788" data-original-width="940" height="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjWjEZuFpRDw167Buzo8OXN6UwNGHKuLMSmT8nB5jLJIKSCXdbiqCnEOmhGmyKgNnYSa2TbtEJiiuae1-fsdWyOKa8DVXoJ-JZPhNL3fdjV2ZjZ72VqgCjIoMsnBxdLPtkivGHXYTsbsAZxvgQadiuB3MtjIdo3DfC8u2Oultp2FJxA8tSwuvT66TtQ5w=w640-h536" width="640" /></a></div><span style="font-size: medium;"><br /></span><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">II SEMINÁRIO VISIBILIDADE TRANS DO IFRJ BELFORD ROXO - 2022</span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">27 de janeiro de 2022 (quinta-feira), das 14h às 19h</span></b></div><span style="font-size: medium;"><br /> </span><div><div><span style="font-size: medium;">29 de janeiro é o Dia Nacional da Visibilidade Trans, uma data que referencia o lançamento da campanha Travesti e Respeito, promovida pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, em 2004, e que visa a promover reflexões sobre a cidadania da população trans (composta por pessoas que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascimento, como travestis, mulheres trans, homens trans, pessoas transmasculinas e não-binárias).</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Nas últimas décadas observamos avanços para uma visibilidade mais positiva e o reconhecimento da cidadania das pessoas trans. Entre elas destacamos o reconhecimento por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal, em 1º de março de 2018, do direito de pessoas trans alterarem o nome e o sexo no registro civil sem necessidade de se submeterem a cirurgias ou a processos judiciários, podendo essa retificação ser efetuada diretamente em cartório.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Entretanto, o Brasil ainda é o país que mais registra assassinatos de pessoas trans no mundo, principalmente mulheres trans e travestis, o que configura feminicídio, ao mesmo tempo em que a maioria delas só encontra trabalho na informalidade, especialmente na prostituição, e o consumo de pornografia relacionada aos corpos trans é dos maiores do mundo. Há que se pensar sobre objetificação, mas também sobre alianças e representatividade: você costuma ver pessoas trans como protagonistas em produções audiovisuais? Convive com pessoas trans? Estuda com elas? Trabalha com elas? Lê o conhecimento produzido por pessoas trans?</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Dando continuidade ao primeiro seminário sobre visibilidade trans do Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ campus Belford Roxo, realizado em 27 de outubro de 2017, que abordou o tema da despatologização das identidades, NEABI - Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas, NDIVAS Marielle Franco - Núcleo de Gênero e Diversidades (NUGEDS) e NAPNE - Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas realizarão o II SEMINÁRIO VISIBILIDADE TRANS DO IFRJ BELFORD ROXO, em 27 de janeiro de 2022, quinta-feira, das 14h às 19h.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">O seminário será gratuito e certificado, com transmissão online pelo Youtube IFRJ Belford Roxo: <a href="https://tinyurl.com/4y4db547"><b>https://tinyurl.com/4y4db547</b></a> (<i>ative o lembrete</i>). Os palestrantes – entre eles familiares e parceiros/as de pessoas trans, lideranças, pesquisadores de diversas instituições e autoridades – aprofundarão o debate sobre a realidade e as demandas da população nas seguintes mesas: “Amorosidade e Parcerias: A Força do Afeto”, “Nossa Luta é Todo Dia: contra o Racismo, o Capacitismo e a Transfobia”, “Uma Sobe e Puxa a Outra: Mulheridades Vencendo o Patriarcado” e “Transmasculinidades: Ativismo Intelectual na Academia e nas Ruas”, seguidas de debate com o público.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Também haverá lançamento de publicações inéditas, como o livro “Transmasculinidades Negras - Narrativas plurais em primeira pessoa” (Ciclo Contínuo Editorial), com os organizadores Bruno Santana, Vércio Gonçalves Conceição e Leonardo Morjan Britto Peçanha; e o dossiê “Mundo do trabalho, educação profissional e identidade de gênero” (Revista Brasileira de Educação Profissional e Tecnológica - RBEPT), com as organizadoras Ilane Ferreira Cavalcante, Natália Conceição Silva Barros Cavalcanti e Jaqueline Gomes de Jesus.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">PROGRAMAÇÃO</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Data: 27/01/2022, quinta-feira</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">14h: Cerimônia de Abertura</span></div><div><span style="font-size: medium;">Saudações (máx. 4 minutos de fala individual): Diretor Geral Márcio Franklin Oliveira, Diretora de Ensino Rosi Marina Rezende, Diretor Administrativo Fábio Pires Viana, Coordenadora do NAPNE Profa. Gabriela Sousa Ribeiro, Coordenadora do NDIVAS Profa. Lívia de Meira Lima Paiva, Coordenadora do NEABI Profa. Jaqueline Gomes de Jesus e Reitor do IFRJ Rafael Almada.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">14h30: Mesa 1 – Amorosidade e Parcerias: A Força do Afeto</span></div><div><span style="font-size: medium;">Palestrantes (10 minutos de fala individual):</span></div><div><span style="font-size: medium;">Ivoni Conceição Campos Santos, mãe do Demétrio Campos Santos, ator, modelo, dançarino (in memoriam).</span></div><div><span style="font-size: medium;">Gustavo Cavalcanti, pai da Maria Joaquina, patinadora.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Yuna Santana, cantora e graduanda em Direito, e Theo Brandon, graduando em Medicina, pais do Dionísio Santana Brandon.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Mediadora: Jaqueline Gomes de Jesus</span></div><div><span style="font-size: medium;">Debate da Mesa 1 (20 minutos)</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">15h30: Mesa 2 – Nossa Luta é Todo Dia: contra o Racismo, o Capacitismo e a Transfobia</span></div><div><span style="font-size: medium;">Palestrantes (10 minutos de fala individual):</span></div><div><span style="font-size: medium;">Luana Rayalla, bibliotecária.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Walleria Suri, consultora em diversidade.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Alessandra Ramos Makeda, presidenta do Instituto TransFormar Shélida Ayana.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Mediadora: Gabriela Sousa Ribeiro</span></div><div><span style="font-size: medium;">Debate da Mesa 2 (20 minutos)</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">16h30: Mesa 3 – Uma Sobe e Puxa a Outra: Mulheridades Vencendo o Patriarcado</span></div><div><span style="font-size: medium;">Palestrantes (10 minutos de fala individual):</span></div><div><span style="font-size: medium;">Jaqueline Gomes de Jesus, professora de Psicologia e presidenta da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Viviane Vergueiro, oficial de programa do Fundo Internacional Trans e doutoranda em Gênero, Mulheres e Feminismos.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Mediadora: Lívia de Meira Lima Paiva</span></div><div><span style="font-size: medium;">Debate da Mesa 3 (20 minutos)</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">17h30: Mesa 4 – Transmasculinidades: Ativismo Intelectual na Academia e nas Ruas</span></div><div><span style="font-size: medium;">Palestrantes (10 minutos de fala individual):</span></div><div><span style="font-size: medium;">Bruno Santana, professor de Educação Física.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Vércio Gonçalves Conceição, professor de Letras e doutorando em Letras. </span></div><div><span style="font-size: medium;">Guilherme Silva de Almeida, professor de Serviço Social.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Mediador: Leonardo Morjan Britto Peçanha, professor de Educação Física e doutorando em Saúde Coletiva.</span></div><div><span style="font-size: medium;">Debate da Mesa 4 (20 minutos), com lançamento do livro “Transmasculinidades Negras - Narrativas plurais em primeira pessoa” (Ciclo Contínuo Editorial), com Bruno Santana, Vércio Gonçalves Conceição e Leonardo Morjan Britto Peçanha (organizadores).</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">18h30: Lançamento do Dossiê “Mundo do trabalho, educação profissional e identidade de gênero” (Revista Brasileira de Educação Profissional e Tecnológica - RBEPT), com as organizadoras Ilane Ferreira Cavalcante (IFRN), Natália Conceição Silva Barros Cavalcanti (IFPA) e Jaqueline Gomes de Jesus.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">19h: Encerramento do Seminário</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Realização:</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">IFRJ campus Belford Roxo</span></div><div><span style="font-size: medium;">NEABI - Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas</span></div><div><span style="font-size: medium;">NDIVAS Marielle Franco - Núcleo de Gênero e Diversidades (NUGEDS)</span></div><div><span style="font-size: medium;">NAPNE - Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas</span></div></div><div><br /></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-87316558630448565472022-01-02T02:18:00.004-03:002022-01-02T02:20:33.303-03:00A Cultura como Resistência do Povo Trans<div style="text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj8j1SQUvMxL15EviJLm8O-hFvXddhmf-0cD8yK7s797tMPPiaa1ktqK4L59LpzAEhBrGMQtz6lFC-msrqCJEQVRNX-gY3fMGKXM6L9vXPNBLLL8m-ubj9BMNacbguH_YA1UurebG0FUE8qfUnb7z0KXNANQtbfZweAbcyy1ig7G1C1cs9A5LJRh7Prxg=s4640" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4640" data-original-width="3472" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj8j1SQUvMxL15EviJLm8O-hFvXddhmf-0cD8yK7s797tMPPiaa1ktqK4L59LpzAEhBrGMQtz6lFC-msrqCJEQVRNX-gY3fMGKXM6L9vXPNBLLL8m-ubj9BMNacbguH_YA1UurebG0FUE8qfUnb7z0KXNANQtbfZweAbcyy1ig7G1C1cs9A5LJRh7Prxg=w299-h400" width="299" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b>A CULTURA COMO RESISTÊNCIA DO POVO TRANS</b></div></span></div><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-large;"><b>Jaqueline Gomes de Jesus</b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span></div><span style="font-size: medium;">Originalmente publicado como prefácio do livro "Coletânea da Academia Transliterária" (Belo Horizonte: Marginália Editora, 2019)</span></span><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: right;"><i>O meu corpo não é objeto,</i></div><div style="text-align: right;"><i>sou revolução</i></div><div style="text-align: right;"><i>(Éle Semog, 1998, p. 57).</i></div></span><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br />Escrever. Essa é uma experiência recente, em termos históricos, para o coletivo da população trans que vivencia a transfobia estrutural da sociedade brasileira. Obviamente que muitas pessoas trans sempre escreveram, porém eram muito exíguas em número, dado que uma das características da transfobia brasileira é a exclusão do povo trans do ambiente escolar, da educação formal, mesmo após esse direito ter sido garantido pela Constituição Federal desde 1988.<br /><br />Apesar desta violência institucional, essa mesma população trans, estigmatizada e vilipendiada de seus direitos fundamentais, ao longo dos séculos construiu uma cultura rica e elaborada sobre si e sobre o corpo. Apesar de toda violência psicológica e física, representada significativamente pela repressão e perseguição policial, ou dos falsamente chamados de “justiceiros”, ela criou uma linguagem própria, afro-centrada, aliás, o Pajubá (ou Bajubá, como falam em algumas regiões do país), principalmente do banto ouvido nos terreiros de candomblé que as receberam.<br /><br />Ante à negativa do domínio da linguagem escrita, ou da sua exposição no mainstream do mercado publicitário da literatura, foi desenvolvida toda uma oralitura pelo povo trans.<br /><br />Como lhes foi recusada a inclusão plena na sociedade brasileira, a formação de uma identidade social trans não se deu no mundo do trabalho formal, não se deu em escolas, ela se deu por meio da cultura que as mais antigas travestis começaram a pensar, desenhar e performar nas casas de prostituição, nas ruas, e chegando, em alguns momentos, às casas de espetáculo, às boates, aos teatros, até. Pelos shows de transformismo (posteriormente anglicizados como apresentações de drag queens), bailes e espetáculos de travestis do século XIX, presença cativa nos carnavais e isolada no resto do ano, que teve seu auge nos anos 60 do século XX, com divas como Brigitte de Búzios, Camille K, Cláudia Celeste, Divina Aloma, Divina Valéria, Eloína dos Leopardos, Fujika de Halliday, Jane Di Castro, Marquesa, Rogéria e outras, chegando às elaboradíssimas performances multimídias de uma artista como Cláudia Wonder. Fontes primeiras de formas de expressão de si que incluem, mas vão muito além, do corrente sucesso nacional e global das cantoras drag dissidentes de gênero, que não são necessariamente trans, como Aretuza Lovi, Glória Groove, Kaya Conky, Lia Clark e, destacadamente, Pablo Vittar.<br /><br />E não são só elas. Outras cantoras e grupos como As Bahias e a Cozinha Mineira, Liniker, Linn da Quebrada, Jup do Bairro, Pepita (a qual lançou um livro no qual reúne os ótimos conselhos que oferece a seguidores do seu canal no instagram), Mc Xuxu e outros têm se destacado aquém do transformismo, e reelaborado identidades trans e libertações dos estereótipos de gênero. Tudo isso é Brasil. As pessoas trans também são Brasil.<br /><br />Nada disso foi concessão, mas conquista histórica de geração após geração da população trans, no caminho para a construção de uma comunidade.<br /><br />Lamentalvemente rotulada como simplesmente “entretenimento”, a cultura trans tem sido alvo de ridicularização, senão de escárnio, porém, concomitantemente, foi por muito tempo apropriada por outros e invisibilizada de sua dimensão especialmente integrada à consolidação de um grupo constituído pela identidade de gênero daqueles que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído quando nasceram. Foi por meio de sua cultura que as pessoas trans conseguiram formar laços e sobreviver ante a toda forma de matança que vêm sofrendo.<br /><br />Alguém ainda há de estudar mais aprofundadamente as velhas revistas pornôs como uma brecha para a expressão das individualidades das travestis e mulheres trans, entre toda a objetificação do seu corpo.<br /><br />Mesmo aquelas pessoas sobreviventes que escrevem, identificadas enquanto travestis, mulheres trans ou homens trans, continuam não sendo reconhecidas, não sendo lidas adequadamente, não sendo citadas devidamente. Causa muito impacto às mentalidades centradas na cisgeneridade, enquanto padrão de humanidade, observar a produção de conhecimento da população trans: de fato valorizar o que pensamos e escrevemos, sem nos exotificar, é um desafio que se tem apontado cada vez mais.<br /><br />Como eu escrevi brevemente em “Nascimentos em Livro” (prefácio de “Vidas Trans”, que relata parte da vida e lutas dos meus amigos Amara Moira, Márcia Rocha, Tarso Brant e João W. Nery), tendo bastante em conta a minha própria experiência, como pensadora, professora, acadêmica, intelectual-ativista, como costumo me referenciar (indico aqui a leitura do capítulo sobre transfeminismo, escrito por Helena Vieira e Bia Pagliarini Bagagli, para o livro “Explosão Feminista”, a fim de conhecer mais detalhadamente essa forma de me identificar):<br /><br />“Mas quem ouve a pessoa trans? – Age-se como se não falássemos. Quem a lê? – Age-se como se não escrevêssemos... É contumaz que terceiros (geralmente cis) falem por nós, iniquamente, sem considerar nossos pontos-de-vista, nossa visão de mundo, nosso protagonismo em todas as suas expressões” (Jesus, 2017, p. 7).<br /><br />Temos também uma tradição na Literatura, especialmente no que se refere às biografias. O livro “Viagem Solitária”, do saudoso João W. Nery, foi o maior exemplar dela, com impactos na cultura geral, com destaque para a teledramaturgia (a novela “A Força do Querer”); antecedido por autores como Anderson Herzer, o Bigode: “A Queda para o Alto”; Ruddy Pinho e suas várias obras premiadas, como “Nem Tão Bela, Nem Tão Louca”; e Fernanda Farias de Albuquerque, cujo depoimento foi recolhido pelo homem cis Maurizio Jannelli, das Brigadas Vermelhas italianas, no livro “A Princesa”. Mais recentemente, com a assunção dos bloggers, vloggers, youtubers e outros comunicadores que se utilizam dos recursos da internet, tivemos a publicação de livros nessa linha, como o “Meu Nome é Amanda”.<br /><br />A nova frente é a de antologias de autores trans, da qual este valoroso livro da Academia Transliterária participa! É uma alternativa para enfrentarmos os problemas de distribuição para as nossas publicações: organizarmos elas coletivamente. Destaco aqui a coletânea “Nós Trans”, da qual participo, e “Antologia Trans”, entre outras.<br /><br />Nessa longa – tantas vezes incógnita – trajetória, o saber-fazer da população trans tem ocupado novos lugares, falado de si para além dos guetos, escrito também, e potentemente publicado, superando a exotificação, como aqui, para o nosso empoderamento, e também para a humanização das pessoas cis.<br /><br />Referências Bibliográficas</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /><span style="font-size: medium;">Albuquerque, F. F. & Jannelli, M. (1995). A Princesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Cursinho Popular Transformação. (2017). Antologia Trans: 30 poetas trans, travestis e não-binários. São Paulo: Invisíveis Produções.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Guimarães, A. (2016). Meu Nome é Amanda. Rio de Janeiro: Fábrica231.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Grupo Transcritas Coletivas. (2017). Nós Trans: escrevivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Herzer, A. B. (1982). A Queda para o Alto. Petrópolis: Vozes.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Jesus, J. G. (2017). Nascimentos em Livro. Em: A. Moira, J. W. Nery, M. Rocha & T. Brant (Orgs.), Vidas Trans (pp. 7-8). Bauru, SP: Astral Cultural.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Moreira, L. I. (2018). Vozes Transcendentes: os novos gêneros na música brasileira. São Paulo: Hoo.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Nery, J. W. (2011). Viagem Solitária: memórias de um transexual trinta anos depois. São Paulo: Leya.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Pepita, M. (2019). Cartas pra Pepita. São Paulo: Monocó Literatura LGBTQ+.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Pinho, R. (2008). Nem Tão Bela, Nem Tão Louca. Rio de Janeiro: Nova Razão Cultural.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Semog, E. (1998). Dançando negro. Em: E. Ribeiro & M. Barbosa (Orgs.), Cadernos negros: melhores poemas (p. 57). São Paulo: Quilombhoje Literatura.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Vieira, H. & Bagagli, B. P. (2018). Transfeminismo. Em: H. B. Hollanda (Org.), Explosão Feminista: arte,cultura, política e universidade (pp. 343-378).São Paulo: Companhia das Letras.</span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: medium;"><br />Wonder, C. (2008). Olhares de Cláudia Wonder: crônicas e outras histórias. São Paulo: Edições GLS.</span></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-73373459618943329092021-12-31T11:07:00.002-03:002021-12-31T11:10:24.147-03:00NÓS SOMOS A NEBLINA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="394" src="https://www.youtube.com/embed/rudjLxt-jUI" width="474" youtube-src-id="rudjLxt-jUI"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><div style="text-align: center;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><i><b>Nós Somos a Neblina</b></i></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div>Filme inspirado no prefácio escrito por Jaqueline Gomes de Jesus entre os bairros da Glória e de Santa Teresa, Rio de Janeiro, entre junho e setembro de 2021, inverno ao sul da Abya Yala (América), para o livro "Performatividade Transgênera: equações poéticas de reconhecimento recíproco na recepção teatral", de Dodi Leal (Hucitec, 2021).</span><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Texto adaptado e gravado na cidade de Porto Seguro, em novembro de 2021, costas de Pindorama (Brasil).</span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Todo amor e solidariedade ao nosso povo baiano e brasileiro: seguiremos resistindo!</span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">FICHA TÉCNICA</span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Texto: Jaqueline Gomes de Jesus</span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Atuações: Dodi Leal e Jaqueline Gomes de Jesus</span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Concepção: Dodi Leal</span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Direção: Gau Saraiva</span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Youtube: <a href="https://youtu.be/rudjLxt-jUI">https://youtu.be/rudjLxt-jUI</a></span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;"><br /></span></div><div><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">#neblina #resistência #ancestralidade #brasil #decolonialidade #interseccionalidade #desejo #transformação #filme #curta #lyricvideo #negritude #negra #trans #transgênero #travesti #lgbt #brasilidade #bahia #portoseguro</span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-49478237549928756392021-12-30T21:37:00.002-03:002021-12-30T21:37:16.531-03:00O Que é Psicologia?<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgazGU2LKaFff-4nwXlxKqgzHTS57Fo13xrmqiFyjk643-5riM_xybz62F2tsdDg_YWcyGQL5u-exJA0N65JSj45b9LdKsy7DdmHi_H53Sba-il2HyJlmI_m9qnN0xhF105B4IMYaTPHW1r0cYVj4FEGp_8ruf-ooSaULLLvqjqTgbjAZo4X8F3ZOb68A=s1565" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Psicologia - Jaqueline Gomes de Jesus - Escolar Editora" border="0" data-original-height="1565" data-original-width="1013" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgazGU2LKaFff-4nwXlxKqgzHTS57Fo13xrmqiFyjk643-5riM_xybz62F2tsdDg_YWcyGQL5u-exJA0N65JSj45b9LdKsy7DdmHi_H53Sba-il2HyJlmI_m9qnN0xhF105B4IMYaTPHW1r0cYVj4FEGp_8ruf-ooSaULLLvqjqTgbjAZo4X8F3ZOb68A=w414-h640" width="414" /></a></div><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;">🤔 </span><b style="font-family: arial; font-size: x-large;">O QUE É PSICOLOGIA?</b></div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><div style="text-align: center;"><b>Fátima Rodrigues, Palmira Fortunato dos Santos, Jaqueline Gomes de Jesus</b></div><div style="text-align: center;">Lisboa, Portugal: Escolar Editora (2021)</div><br /></span><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Acabou de ser lançado em Portugal meu novo livro, mais uma produção transatlântica pela Coleção Cadernos de Ciências Sociais, em parceria com as colegas portuguesa Fátima Rodrigues e moçambicana Palmira Fortunato dos Santos, sob as bençãos do saudoso professor Carlos Serra, que nos deixou em 2019. 🙏🏾<br /><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Como eu explico no capítulo "Funções da Psicologia na Sociedade do Conhecimento", a história da nossa ciência-profissão tem sido pautada por uma ânsia pelo controle, pela colonização dos corpos, pela patologização: "Do pecado ao crime. Do crime à doença". Na contemporaneidade, felizes, mais psicólogas/os são críticas/os à instrumentalidade política da Psicologia em sua institucionalização acadêmica tão eurocêntrica e "norte-americano-cêntrica".<br /><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">Este livro é um sobrevivente de muitos percalços, mas resistiu, e eu o ofereço à memória do inesquecível Carlos Serra! Como ele dizia: "Muito obrigado, que a saúde esteja consigo, ABRAÇO ÍNDICO"! 😢🙌🏽❤️<br /><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">📙Link para a loja virtual da Escolar Editora: <a href="https://escolareditora.com/store/product/0/139119/que-e-psicologia-o">https://escolareditora.com/store/product/0/139119/que-e-psicologia-o</a><br /><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;">#psicologia #ciência #profissão #contemporaneidade #livro #gratidão</span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-3832395016418821242021-12-26T23:54:00.006-03:002021-12-27T00:38:24.103-03:00Perguntas de uma Macumbeira sobre o Natal<div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiJRRe1GDgteTEhmTZ9420USKOwJBHNw5sT3twAVWnWuVohycFq0Y7bSin_QJgVU31sr4PtMB7CUwas9bz01uTHLdOM7HHDPztX5H5JTLK3iIQYByB79d7AcomyFGdlfPsElbrsULd_z53BjqTtubn_PS9zo3WJ0n2Wk1XWg08CT1jKmyA4reDns2XfQ=s3264" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3264" data-original-width="2448" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiJRRe1GDgteTEhmTZ9420USKOwJBHNw5sT3twAVWnWuVohycFq0Y7bSin_QJgVU31sr4PtMB7CUwas9bz01uTHLdOM7HHDPztX5H5JTLK3iIQYByB79d7AcomyFGdlfPsElbrsULd_z53BjqTtubn_PS9zo3WJ0n2Wk1XWg08CT1jKmyA4reDns2XfQ=w300-h400" width="300" /></a></div></span><span style="font-family: arial; font-size: large;"><div style="text-align: center;"><b>PERGUNTAS DE UMA MACUMBEIRA SOBRE O NATAL</b></div></span></div><div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><b>Jaqueline Gomes de Jesus</b></span></div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br />Escribas leram a profecia, nenhum foi a Belém.<br />Os Reis Magos, astrólogos migrantes,<br />Deram ouro para a realeza, incenso para a divindade<br />E mirra para a pessoa que viria a morrer.<br />Por que os estudiosos não visitaram o estábulo?<br /><br />Maria era uma sofrida garota da Palestina,<br />Mal devia ter treze anos quando pariu Jesus.<br />A manjedoura fedia a urina e fezes dos animais.<br />Onde está a cor da pele e a placenta da mãe<br />Nos presépios assépticos que são hoje montados?<br /><br />Herodes ordenou que as crianças fossem mortas.<br />Quem lembra do sangue dos inocentes,<br />Quando finge ser Papai Noel, roga a Deus<br />Por carros, roupas, emprego, família,<br />Mas vota para que um Herodes ocupe o palácio?<br /><br />Perguntas de quem sabe que um Deus Menino<br />Representa a vida que se renova como amor<br />Pulsando desde párias, excluídos, escravizados.<br />Apesar do recalque dos donos da verdade<br />Que odeiam vê-lo livre sob estrelas e nos corpos.<br /><br />*</span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-45257099336408032952021-12-24T16:34:00.002-03:002021-12-24T16:34:11.654-03:00Dossiê “Mundo do trabalho, educação profissional e identidade de gênero”Revista Brasileira de Educação Profissional e Tecnológica (RBEPT)<br />Dossiê “Mundo do trabalho, educação profissional e identidade de gênero”<div>Organizadoras: Ilane Ferreira Cavalcante, Natália Conceição Silva Barros Cavalcanti, Jaqueline Gomes de Jesus<br /><div><br /></div><div>Acesso ao dossiê em <a href="https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/issue/view/203">https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/issue/view/203</a><div><b><br /></b></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/issue/view/203Hhbj0vC1PMsy0NVSb0erh9NLo-qCLMTMuKmzPWs_7dAZpLHzjL1A1Gx5xfwm4m3Z8cVoQ-I5QhyMpriPaikBQ=s2044" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="2044" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjyPNyCmX-iPy40ENvcYJ1UJ8ljFT6N0xATzR2XvmDowX2wPaD03jJxy0qXX4Ca2cNx6OU_qSrqguwNHMtUCgFRr9xNaA0yroIRkMYx6Hhbj0vC1PMsy0NVSb0erh9NLo-qCLMTMuKmzPWs_7dAZpLHzjL1A1Gx5xfwm4m3Z8cVoQ-I5QhyMpriPaikBQ=w211-h400" width="211" /></a></div><b><br /></b></div><div><b><br /></b></div><b>Nem Só Azul e Rosa: Diversidade Sexual e de Gênero na Educação Profissional e Tecnológica</b><br />Robelania dos Santos Gemaque, Natália Conceição Silva Barros Cavalcanti, Jaqueline Gomes de Jesus<div><div><br /></div><div>RESUMO</div><div>O acesso e a permanência de discentes e trabalhadores da educação fora dos modelos heteronormativos e cisnormativos são preocupações cada vez mais presentes na Educação Profissional e Tecnológica. O presente artigo propõe uma análise contextualizada, a partir de estudo realizado na Escola Estadual Tecnológica Professor Francisco das Chagas Ribeiro de Azevedo EETEPA-CACAU-ICOARACI, que teve como objetivo construir uma prática educativa sobre Gênero e Sexualidade no Ensino Médio Integrado. Conclui-se que a importância dada a Gênero e Sexualidade não é necessariamente acompanhada de práticas que rompam silenciamentos ou tentativas de homogeneizar diferentes identidades de gênero e orientações sexuais no cotidiano escolar.</div><div><br /></div><div>Palavras-chave: Práticas educativas; gênero e sexualidade; educação profissional e tecnológica; heteronormatividade; cisnormatividade.</div></div><div><br /></div><div>Artigo disponível em: <a href="https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/article/view/13516">https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/article/view/13516</a></div></div></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/article/view/13516VNK_haYmIpEuoFt8s9VbKgT8UQYoWKsyl29hfI6KhCOTyN7uzfuWEVcKjkgI_y1MPHGw-IViTyM7Rea6A=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="762" data-original-width="1080" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhd7RqIS0fUtTNwBeWx3fHxxQj9X9teXkKJp6oRM79k-qLX_7bYL2bNuIqGeICoG04Gm-EHVpYkSBfIQfRH5e9Sy1I2Kx_UcKuulAiTc2o6GVNK_haYmIpEuoFt8s9VbKgT8UQYoWKsyl29hfI6KhCOTyN7uzfuWEVcKjkgI_y1MPHGw-IViTyM7Rea6A=w400-h283" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><br /></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-35019486328517347642021-12-02T23:02:00.007-03:002021-12-02T23:32:52.782-03:00Vocês, Os Perversos! - Poema de Jaqueline Gomes de Jesus<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi0dVG7GkSZ8iH6ankpAibhhDJiHoEPMBPRAMnD7z00fyeAwN5OlToaa_Gq_D8DsP_hb-uFcbxMO_MjcQn28pVxq0E_FiDXuY1wn_mZAjJhXl5A9LGd9kBDxMwMEXqGgECpaJWgHPueiVz_VDHEAG--rsVgQ-V7Xmfy3Lh7FgLZABGJHPzXnofN8XKFA=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="645" data-original-width="1080" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi0dVG7GkSZ8iH6ankpAibhhDJiHoEPMBPRAMnD7z00fyeAwN5OlToaa_Gq_D8DsP_hb-uFcbxMO_MjcQn28pVxq0E_FiDXuY1wn_mZAjJhXl5A9LGd9kBDxMwMEXqGgECpaJWgHPueiVz_VDHEAG--rsVgQ-V7Xmfy3Lh7FgLZABGJHPzXnofN8XKFA=w400-h239" width="400" /></a></div><h1 id="section_0" style="background: none rgb(255, 255, 255); border: 0px; color: #202122; font-family: "Linux Libertine", Georgia, Times, serif; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; font-weight: inherit; line-height: 1.3; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline; word-break: break-word;"><span style="font-size: 1.7em;"> </span><span style="font-size: small;">Orfeu e as Bacantes, de Gregorio Lazzarini (Óleo sobre tela, 1710).</span></h1><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">VOCÊS, OS PERVERSOS!</b></p><p style="text-align: center;"><b style="text-align: left;">Jaqueline Gomes de Jesus</b></p><p style="text-align: center;"><span style="text-align: left;">Um poema inspirado em Lélia Gonzales, Maya Angelou e Glória Anzaldúa.</span></p><p><br /></p><p style="text-align: right;"><i>À memória de Xica Manicongo e todas transcestrais</i>.</p><p style="text-align: right;"><br /></p><p>Aquela preta só tinha o vaso traseiro,</p><p>Eu não podia fazer nela minha cria</p><p>Não podia me dar prole pro meu lucro futuro.</p><p>De que vale uma peça que não procria?</p><p>Nem vou te chamar de mulher: Quimbanda!</p><p>Rebolando pra vender sapatos pro seu dono.</p><p>Abaixa a cabeça! Eu te como e cuspo,</p><p>Só vales pra foder! A Lei protege o bom cristão.</p><p><br /></p><p>Aquilo virou puta, não mais vende sapatos.</p><p>Os meninos gargalham e lhe chamam pelo nome: Travesti!</p><p>Jogam bosta porque são calmos, senão linchavam:</p><p>Vou dar uma arma pra eles virarem homens.</p><p>Volta pro quarto escuro, sai da luz do dia!</p><p>Anoiteceu, você pode cantar neste palco pra mim.</p><p>Não se atreva a pisar na rua em vestido de mulher.</p><p>Engane os outros, mas quem decide é a gente de bem.</p><p><br /></p><p>A polícia chegou - aplausos! Ela corta os pulsos - aidética.</p><p>Quem apavora as famílias? Vocês, os perversos!</p><p>Quem teria coragem de andar com você, sendo triste assim?</p><p>Quem poderia lhe amar, sendo tão agressiva?</p><p>Quem poderia confiar em você, sendo tão doce e risonha?</p><p>Entra no camburão, lava a delegacia, dá e alivia quem te quiser.</p><p>Hoje só vai apanhar, amanhã vão te matar,</p><p>Limpar as calçadas para que passem esses cidadãos de bem.</p><p><br /></p><p>Como alguns conseguiram viver fora das paredes com as quais lhes aprisionamos?</p><p>Vocês não podem ter alegria, amor, o bom é você apanhar.</p><p>Não contamine seu dono, ele sempre mete sem dó.</p><p>Estão tentando estudar conosco? Mas vocês são o objeto!</p><p>Uma de vocês até começou a dar aula - como deixaram?</p><p>Que tempos são estes em que o lixo fala, e numa boa?</p><p>Saia do banheiro das meninas, entre neste pra ter surra ou curra!</p><p>Fora da escola, do hospital, da casa de família de bem!</p><p><br /></p><p>Vou te pôr no seu lugar. Grito: Travesti!</p><p>Você me afronta: TRAVESTI, SIM! Diz que vou pra cadeia.</p><p>Vou te diagnosticar. Escrevo no laudo: TRANSEXUAL!</p><p>Você me afronta: TRANSEXUAL, SIM! E escreve meu laudo.</p><p>Mas quem decidirá sou eu! Grito pra cada um: Homem! Mulher!</p><p>Vocês desmentem: NÃO, MULHER! NÃO, HOMEM! NÃO BINÁRIO!</p><p>Agora são vocês que querem decidir, chamam a si mesmos de TRANS.</p><p>E o horror: chamam a si mesmos pelos nomes que bem lhes convier!</p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: right;">Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 2021.</p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-73112600792972156632021-10-10T16:09:00.002-03:002021-10-10T21:16:01.087-03:00EL TRABAJO LOS HARÁ HOMBRES<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-EeoUXQzVeUg/YWOBh6FfEVI/AAAAAAAAqRI/57rn89T4bd87bkPuxe1Fa0AM4bH1LyUggCLcBGAsYHQ/s2048/umap.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1066" data-original-width="2048" height="333" src="https://1.bp.blogspot.com/-EeoUXQzVeUg/YWOBh6FfEVI/AAAAAAAAqRI/57rn89T4bd87bkPuxe1Fa0AM4bH1LyUggCLcBGAsYHQ/w640-h333/umap.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p><b><span style="font-size: large;">Jaqueline Gomes de Jesus</span></b></p><p><span style="font-size: large;">Professora de Psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (FIOCRUZ) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">"EL TRABAJO LOS HARÁ HOMBRES", tal dizer ficava em uma placa em um dos campos de reeducação que existiram em Cuba entre 1965 e 1967.</span></p><p><span style="font-size: large;">Esse campo de trabalho forçado era exclusivo para homens homossexuais. Há relatos de ex-internos de que lhes eram aplicadas técnicas de condicionamento comportamental:</span></p><p><span style="font-size: large;">Levavam choques ou recebiam aplicações de insulina quando expostos a fotos de homens nus, e recebiam comida enquanto eram exibidos filmes de sexo heterossexual, o que se enquadra nas infames, antiéticas e falaciosas "terapias de reorientação sexual", ou "cura gay" que são deploravelmente defendidas e aplicadas ilegalmente em comunidades terapêuticas e clínicas Brasil afora, com aval ou patrocínio de políticos.</span></p><p><span style="font-size: large;">Muito mudou em Cuba, na relação do governo com a diversidade sexual e de gênero, desde então. Se Fidel Castro afirmou, em 1965, sobre a homossexualidade que "um desvio dessa natureza rompe com a ideia que temos sobre o que um militante comunista deve ser", desde 1989 o Centro Nacional de Educación Sexual (CENESEX), sob o comando de sua filha Mariela Castro, desenvolve um trabalho extraordinário de pesquisa, educação sobre gênero e sexualidade e mudança cultural em prol da valorização das orientações sexuais e identidades de gênero não hegemônicas, que eu desejo muito conhecer, por em vários aspectos ser mais efetivo em suas intervenções que as políticas voltadas à população LGBTI+ puramente formais, pautadas na cooptação de lideranças ou marqueteiras que costumamos ver aqui no Brasil, cada vez mais pautadas pela lógica individualista neoliberal, aliada do fundamentalismo religioso e do milicianismo em prol da concentração de renda.</span></p><p><span style="font-size: large;">Este Brasil cada vez mais estúpido é alimentado por leituras desestoricizadas (tudo é novidade), competitivas (todos são os primeiros em algo) e anacrônicas sobre o que nós e outros povos viveram.</span></p><p><a href="https://1.bp.blogspot.com/-KU37UGlD6j4/YWOBjRGRshI/AAAAAAAAqRM/-O3aSJ9-pos2nKk-_7Bzn1pIt0h2qRKQgCLcBGAsYHQ/s316/CUq3PyDWsAAt_pJ.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="316" data-original-width="248" height="316" src="https://1.bp.blogspot.com/-KU37UGlD6j4/YWOBjRGRshI/AAAAAAAAqRM/-O3aSJ9-pos2nKk-_7Bzn1pIt0h2qRKQgCLcBGAsYHQ/s0/CUq3PyDWsAAt_pJ.png" width="248" /></a></p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-45740786733921296512021-08-27T08:53:00.004-03:002021-08-27T16:47:36.051-03:00Dia da Psicologia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-iUz7OhqhoqE/YSjRxXfvHEI/AAAAAAAApOk/fSqDTonEw9o4k3stpRV2LpRBF5bpHjqsACPcBGAsYHg/s3101/FaceApp_1628858559530%257E2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3101" data-original-width="2106" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-iUz7OhqhoqE/YSjRxXfvHEI/AAAAAAAApOk/fSqDTonEw9o4k3stpRV2LpRBF5bpHjqsACPcBGAsYHg/w435-h640/FaceApp_1628858559530%257E2.jpg" width="435" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;">27 de Agosto de 2021: hoje fazem 59 anos da minha #profissão regulamentada no Brasil! #59DiadaPsicologia</span></div><p>#orgulho de ser #psicóloga!</p><p>Parabéns a todes colegas psicólogas/os/es! 👏🏾</p><p></p><p dir="ltr"><span style="color: #161823;">#psicologia</span> <span style="color: #161823;">#ciência</span> #educação #pesquisa #saúde #direitoshumanos #diversidade #ética #história</p><br /><p></p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-23738216814827417032021-08-26T09:25:00.003-03:002021-08-26T09:25:51.407-03:00Textão como um subgênero da auto-ajuda<p>TEXTÃO COMO UM SUBGÊNERO DA AUTO-AJUDA</p><p><b>Jaqueline Gomes de Jesus</b></p><p><br /></p><p>Os últimos anos têm sido difíceis demais para todos nós. Estamos cansados, feridos, muitos caíram no caminho... Confesse: tem sido uma luta diária dormir e acordar, não é mesmo? Aí você acessa a internet para se depara: com a habilidade de uso das palavras e de interpretação de texto e mundo das pessoas cada vez mais debilitada e dependente do juízo dos outros; com a heroicização da mediocridade; com a ignorância sistemática de comunidades sobre as próprias raízes. Como se desativa o whatsapp por um tempo?</p><p>Os olhos ardem. A cabeça dói. As pernas formigam; os prazos se tornaram cada vez mais curtos, os computadores entram em obsolescência programada, a indústria cultural nos divertia e agora instrúi, o plágio se tornou tão vulgar que estão copiando até episódios pessoais que você relata nas suas redes sociais, mudança climática e miséria avançam, "siga estas fórmulas para produção de conteúdo". A lógica produtivista é um dos sintomas psicossociais do capitalismo, que nos transforma em mercadorias e literalmente nos consome. Nessas horas as pessoas sensatas pensam: "Ainda bem que não tenho uma arma em casa".</p><p>Daí eu me lembro que poderia ter sido assassinada na infância, mas sobrevivi e frutifiquei: se eu fizesse ou não fizesse algo, dissesse ou não dissesse algo, era tudo apontado como ruim, risível ou desinteressante pelos outros. Fui algumas vezes abandonada ou preterida. Machucou, sim, mas o que fiz? Continuei fazendo e dizendo. Entrou por um ouvido, aproveitei o que valia a pena, mandei "se fuder" quando precisavam para evoluírem e muitas vezes deixei sair pelo outro ouvido, quando concluí que o silêncio é fundamental quando constatamos que boa parte das pessoas não lhe ouvem realmente.</p><p>Cá estou, viva, apesar de tudo. Tenho experiência de 43 anos em escalar pedras e plantar flores mundo afora, parafraseando aqui Cora Coralina. Então, minha dica bem didática e direta é mandar um foda-se e fazer, pois você sofrerá críticas de qualquer maneira, principalmente quando você não está no padrão de humano idealizado pela sociedade excludente que vivemos.</p><p>Você é uma pessoa maravilhosa, faça o que for possível, sem negar a sua própria paz, o próprio ócio, a própria raiva (que a sua ira não lhe afogue em ódio), os próprios amores (que sua paixão não lhe aliene). Isso não significa que tudo que você cria é excelente, infalível, mas que pode melhorar. Ainda estamos vivos para resistirmos, e oxalá nos insurgirmos.</p><p>Jaqueline Gomes de Jesus</p>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-12537206548005828992021-07-13T10:34:00.002-03:002021-07-13T10:39:47.630-03:00INCÊNDIOS<h4 style="text-align: left;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;"><b>JAQUELINE GOMES DE JESUS</b></span></h4><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: x-large;">P</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: x-large;">sicóloga, professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.</span></h3><div><br /></div><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">Morta Roberta Silva, aos 33 anos, em 9 de julho de 2021. A causa mortis foi insuficiência renal e respiratória, alguns dias após ter os dois braços amputados, dado o suplício a que foi submetida na madrugada de 24 de junho, durante o Mês do Orgulho LGBTI+, no centro do Recife, quando um adolescente a queimou viva. Ele foi apreendido e cumpre medida socioeducativa. Roberta era uma mulher trans vivendo nas ruas.</span><div><br style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;" /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">Eu poderia ter escrito este artigo tão-somente como um lamento pela atrocidade a que Roberta foi submetida, porém este não foi um único incêndio, talvez nem seja o último: eu me lembro do Galdino Jesus dos Santos, também queimado vivo, aos 45 anos, na madrugada de 20 de abril de 1997, após o Dia do Índio, no centro de Brasília, por cinco jovens que, ao avistarem aquele homem indígena, da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe, deitado em uma parada de ônibus, resolveram, nas palavras deles, fazer uma “brincadeira”, dando-lhe um “susto”.</span></div><div><br style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;" /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">Os assassinos de Galdino foram julgados e condenados em 2001, atualmente são servidores públicos. Neste país onde nem todas as vidas importam, as desigualdades de classe têm cor, etnia, gênero, sexualidade, origem geográfica. As castas daqui são travestis, indígenas, negras, têm a calçada por casa.</span></div><div><br style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;" /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">É recorrente, no Brasil, que pessoas em situação de rua sejam assassinadas com o uso de fogo, o que lembra, de alguma forma, os autos de fé da Inquisição. Juízes e carrascos se confundem nestas terras desde que, em 1614, acusaram o Tupinambá Tibira de sodomia e o amarraram à boca de um canhão, no centro de São Luís, que foi disparado.</span></div><div><br style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;" /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">Este não é somente um obituário para os incendiados, muito menos um libelo punitivista. Eu escrevo como quem abre uma janela para a paisagem que nos cerca, mas de tanto observar esse cenário, diante de tanta dor, muita gente não quer mais ver, ou fica dessensibilizada, diante das florestas seguem sendo incendiadas, das chacinas no Rio de Janeiro, das centenas de milhares de brasileiros sucumbiram à COVID-19, das execuções de nossos representantes, como Marielle Franco, que seguem impunes.</span></div><div><br style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;" /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">Todas essas mortes poderiam ter sido evitadas, se o Estado não fosse comandado por parcelas da sociedade falaciosamente crentes de que suas concepções discriminatórias lhes conferem uma natureza superior às demais pessoas e espécies.</span></div><div><span style="font-size: large;"><br style="font-family: "times new roman", serif;" /></span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">Se aprender significa mudar, as elites brasileiras, com a sua mentalidade colonizada, não aprenderam nada com os séculos de extermínio, escravidão e censura que infligiram ao nosso povo. Qualquer educação que lhes ensine uma lição diferente torna-se perigosa. Qualquer arte que retrate outros mundos possíveis é taxada de subversiva.</span></div><div><br style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;" /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">Ante às inversões da opressão disfarçada de normalidade, chega a ser um posicionamento ético repudiar qualquer desejo de retorno ao que vivíamos antes da pandemia, com vistas a um “novo normal”. Muito ao contrário, provavelmente deveríamos advogar o anormal, trabalhar para continuarmos sendo rotuladas como pessoas perigosas e subversivas, frente aos chamados “cidadãos de bem” com suas tradições: cultura do estupro, feminicídio, linchamento e queimas de arquivo.</span></div><div><br style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;" /><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;">A pergunta “Quantos mais têm que morrer?” não perturba os algozes, seus cúmplices e os apáticos. O grito incisivo de “Parem de nos matar!”, nestes tempos, soa quase como uma oração. Resta-nos exigir que as instituições nos defendam, alimentarmos a esperança de sobreviver e, como num sonho, à vista da escultura de Siron Franco que representa a morte de Galdino pelo fogo e uma pomba da paz; ou no Cais de Santa Rita, onde Roberta foi queimada; oxalá encontrar quem ainda partilha conosco alguma humanidade, e com este alguém nos comprometer que a gente fará o possível para continuar viva.</span></div><div><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: large;"><br /></span></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-30699861793776918652020-09-15T01:25:00.002-03:002020-09-15T01:26:42.841-03:00Realidade Virtual, Games e Psicologia<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/vq4Fu56XN-Q" width="480"></iframe><div><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" dir="auto" href="https://www.youtube.com/results?search_query=%23Games" spellcheck="false" style="background-color: #f9f9f9; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration: var(--yt-endpoint-text-regular-decoration, none); white-space: pre-wrap;">#Games</a><span class="style-scope yt-formatted-string" dir="auto" style="background: rgb(249, 249, 249); border: 0px; color: #030303; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; white-space: pre-wrap;"> </span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" dir="auto" href="https://www.youtube.com/results?search_query=%23RealidadeVirtual" spellcheck="false" style="background-color: #f9f9f9; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration: var(--yt-endpoint-text-regular-decoration, none); white-space: pre-wrap;">#RealidadeVirtual</a><span class="style-scope yt-formatted-string" dir="auto" style="background: rgb(249, 249, 249); border: 0px; color: #030303; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; white-space: pre-wrap;"> </span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" dir="auto" href="https://www.youtube.com/results?search_query=%23Psicologia" spellcheck="false" style="background-color: #f9f9f9; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration: var(--yt-endpoint-text-regular-decoration, none); white-space: pre-wrap;">#Psicologia</a><span class="style-scope yt-formatted-string" dir="auto" style="background: rgb(249, 249, 249); border: 0px; color: #030303; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; white-space: pre-wrap;"> </span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" dir="auto" href="https://www.youtube.com/results?search_query=%23Tecnologia" spellcheck="false" style="background-color: #f9f9f9; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration: var(--yt-endpoint-text-decoration, none); white-space: pre-wrap;">#Tecnologia</a><span class="style-scope yt-formatted-string" dir="auto" style="background: rgb(249, 249, 249); border: 0px; color: #030303; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; white-space: pre-wrap;"> </span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" dir="auto" href="https://www.youtube.com/results?search_query=%23SociedadedoConhecimento" spellcheck="false" style="background-color: #f9f9f9; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration: var(--yt-endpoint-text-regular-decoration, none); white-space: pre-wrap;">#SociedadedoConhecimento</a><span class="style-scope yt-formatted-string" dir="auto" style="background: rgb(249, 249, 249); border: 0px; color: #030303; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; white-space: pre-wrap;"> </span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" dir="auto" href="https://www.youtube.com/results?search_query=%23PlayStationVR" spellcheck="false" style="background-color: #f9f9f9; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration: var(--yt-endpoint-text-regular-decoration, none); white-space: pre-wrap;">#PlayStationVR</a></div>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-65305839648260451432020-06-10T16:28:00.003-03:002020-06-10T16:28:40.845-03:00EDUCAÇÃO EM LUTO E NA LUTA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-OWqsKRgHFaU/XuE0RU9nFgI/AAAAAAAAd4s/JZajYWILhTwW3KdTt54XkMvlk7IYWj-dwCLcBGAsYHQ/s1600/luto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="696" data-original-width="696" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-OWqsKRgHFaU/XuE0RU9nFgI/AAAAAAAAd4s/JZajYWILhTwW3KdTt54XkMvlk7IYWj-dwCLcBGAsYHQ/s640/luto.jpg" width="640" /></a></div>
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<br /></div>
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<b><span style="font-size: large;">Nota de repúdio sobre a revogação da doação do terreno do Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ Campus Belford Roxo</span></b><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">A Reitoria do IFRJ, em conjunto com a Direção, servidores e estudantes do Campus Belford Roxo, torna pública a nota de repúdio à aprovação da Lei municipal Nº 1.607, de 09 de junho de 2020, aprovada em sessão da Câmara dos Vereadores do município de Belford Roxo na data de ontem e que revoga a doação do terreno onde hoje se encontra instalado e em funcionamento o Campus Belford Roxo.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Importante destacar que os diálogos entre o IFRJ e a Prefeitura Municipal de Belford Roxo para implantação do campus tiveram início no ano de 2011. Contudo, a doação do terreno aconteceu em 2013, por meio das Leis Municipais Nº 1.479 de agosto de 2013 e Nº 1.520 de setembro de 2014. Em 2015, após as instalações iniciais do campus estarem em funcionamento e suas obras em andamento, a Prefeitura Municipal de Belford Roxo abriu processo judicial visando a retomada do terreno, inclusive, mediante o embargo das obras que estavam sendo realizadas e impedindo a continuidade das mesmas.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">A despeito disso, tanto a Reitoria quanto a Direção do campus procuraram manter todos os canais de diálogo com as autoridades municipais, no intuito de atender a todas as demandas que foram colocadas pela Prefeitura e seus órgãos, mas entendendo ser fundamental a manutenção do campus e de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, para o atendimento da comunidade de Belford Roxo e da Baixada Fluminense.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Mesmo diante de todas as dificuldades de infraestrutura provocadas pelos sucessivos embargos às referidas obras e a negação de licenças, feitas por parte da Prefeitura, destaca-se o enorme esforço da comunidade de servidores e estudantes do campus que se dedicaram a oferecer, até o momento, dois cursos técnicos e 27 cursos de qualificação profissional, atendendo desde o início de seu funcionamento centenas de jovens e adultos trabalhadores das mais diferentes localidades da Baixada Fluminense.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Dessa forma, acreditando na importância da manutenção do Campus Belford Roxo para o desenvolvimento da educação pública no município e no estado, a Reitoria do IFRJ, em parceria com a Direção do campus, realizará todas as ações judiciais possíveis para a revogação da lei municipal ora aprovada que representa, no entendimento de todos da comunidade do IFRJ, um retrocesso na oferta da educação profissional pública, gratuita e de qualidade no Estado do Rio de Janeiro.</span>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-7581332357294399382020-06-09T03:06:00.000-03:002020-06-09T03:06:10.802-03:00Quantos mais morrerão para que os vivos se movam?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-BT2Lt-kTtvg/Xt8mWNmWWgI/AAAAAAAAd34/3Ra5w6qmjkAdNcytI3jORh-Mi3MudvbzgCLcBGAsYHQ/s1600/IMG_20200609_030328_844.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1564" data-original-width="1564" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-BT2Lt-kTtvg/Xt8mWNmWWgI/AAAAAAAAd34/3Ra5w6qmjkAdNcytI3jORh-Mi3MudvbzgCLcBGAsYHQ/s640/IMG_20200609_030328_844.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Se um governo estrangeiro nos atacasse, todos ficaríamos chocados e revoltados com as mortes!<br />
Como não nos revoltaríamos quando o nosso próprio presidente é responsável pelas mortes de milhares de brasileiros?<br />
<br />
Talvez as manifestações só comecem a tirar a Câmara do seu imobilismo quando passarem a marchar em direção ao Palácio da Alvorada, enquanto o presidente estiver lá, sendo bajulado por seu gado e recebendo asseclas.Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-28493148171360691412020-06-08T05:53:00.000-03:002020-06-08T05:53:32.154-03:00Brasília é uma cidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-h7F0l2EJ1co/Xt37rdCQ7LI/AAAAAAAAd0o/_oDJupTWVRU1DPM6efYVwlmFlDyI-l3vwCLcBGAsYHQ/s1600/mapa-1-macrozoneamento_resolucao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1133" data-original-width="1600" height="452" src="https://1.bp.blogspot.com/-h7F0l2EJ1co/Xt37rdCQ7LI/AAAAAAAAd0o/_oDJupTWVRU1DPM6efYVwlmFlDyI-l3vwCLcBGAsYHQ/s640/mapa-1-macrozoneamento_resolucao.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Fonte da imagem: <a href="http://www.seduh.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/09/mapa-1-macrozoneamento_resolucao.jpg">http://www.seduh.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/09/mapa-1-macrozoneamento_resolucao.jpg</a></span></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<span style="font-size: large;">Estão divulgando uma informação incorreta sobre Brasília na internet, e como nativa, acho importante pontuar.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Publicaram que Brasília não é cidade, e que ela corresponde somente à Região Administrativa - RA de nome Brasília, que abrange o Plano Piloto.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Isso está errado.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Por que está errado?</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Porque Brasília é a área urbana do Distrito Federal, correspondendo às áreas urbanas de todas as RAs dentro do Distrito Federal (o qual, conforme definido na Constituição Federal, é Unidade da Federação, mas não estado).</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Segue um exemplo:</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">O termo "cidades-satélites", apesar de antigo no discurso de muitas pessoas e da mídia, não cabe corretamente à situação, pois as RAs não são municípios.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Tanto não são que elas não têm prefeitos, mas administradores regionais.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Na época em que Cristovam Buarque foi governador, ele apontou claramente para este ponto, que tem a ver também, no fundo, com uma visão depreciativa sobre as RAs periféricas.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Só há um município no DF, e é Brasília.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">P.S.: Acho que muito dessa confusão geopolítica surgiu depois que transformaram o cargo de Prefeito de Brasília em Governador do Distrito Federal.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Os estudiosos da História e Política regional candanga que me corrijam, se for o caso.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">P.P.S.: Eu nasci no Plano Piloto (Asa Sul) e cresci na Ceilândia (Setor"O"), então sei muito bem que, na real, Cidade não é uma só.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Brasília foi construída dentro de um projeto de apartheid. Essa marca nefasta continua na prática, infelizmente, na mente de muita gente, de formas inconscientes e outras bem conscientes.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Mudar a estrutura que sustenta isso depende de mudanças culturais no próprio pensamento social dos brasilienses acerca da sua identidade.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">#Brasília #DistritoFederal</span>Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7336373073808355086.post-30048094823111339782020-05-24T03:25:00.002-03:002020-05-24T03:25:39.816-03:00➡️ História Candanga, 🏳️🌈 História LGBT!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-VTmVXaaM82w/XsoTNpZJfbI/AAAAAAAAdWg/S3-rtRpXuWQ5sislc6meM7oDlLomCwR8ACLcBGAsYHQ/s1600/IMG-20200524-WA0069.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-VTmVXaaM82w/XsoTNpZJfbI/AAAAAAAAdWg/S3-rtRpXuWQ5sislc6meM7oDlLomCwR8ACLcBGAsYHQ/s640/IMG-20200524-WA0069.jpg" width="640" /></a></div>
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➡️ História Candanga, 🏳️🌈 História LGBT!</div>
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Para fechar este domingo, 24 de maio, com chave de ouro ✂️, e iniciarmos a semana com bastante ânimo 🥟 para o que virá, eu conversarei às 8 horas da noite com o querido Felipe Areda, Presidente do Instituto LGBT+, que preserva a memória e cultura do nosso povo LGBTQIA+ no Brasil, sobre Histórias e Estórias LGBTI de Brasilienses!🎈</div>
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✈️ Antes do Beijo Livre e depois da New Aquarius, 🍭 da Floresta dos Sussurros ao Barulhos, passando pelo Gayrute 🍻, há muita vida e resistência invisibilizadas ao longo dos 60 anos de Brasília, boa parte além dos Eixos, taxadas de "papo estranho", mas que permanecem em movimento 🦓, e o nosso Plano é debatê-las!</div>
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Seja bem-vinde a este rolê federal que pode ser Universal!🍹Quem sabe até role um sentimento! 😉</div>
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Segue o meu Instagram didático: <b>@instadajaqueline</b></div>
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P.S.: quero ver nos comentários quem botou fé e se ligou nas referências que eu postei no texto! 🐫</div>
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P.P.S.: essa arte BAFO é da Miranda Almeida! 👏🏽</div>
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<span style="background-color: #1877f2;">#instittutolgbt</span> <span style="background-color: #1877f2;">#memoriaslgbt</span> <span style="background-color: #1877f2;">#lgbt</span>🌈 <span style="background-color: #1877f2;">#Brasília</span> <span style="background-color: #1877f2;">#brasília60anos</span> <span style="background-color: #1877f2;">#df</span> <span style="background-color: #1877f2;">#distritofederal</span> <span style="background-color: #1877f2;">#LGBTI</span> <span style="background-color: #1877f2;">#lgbtq</span>🌈 <span style="background-color: #1877f2;">#lgbthistory</span> <span style="background-color: #1877f2;">#História</span> <span style="background-color: #1877f2;">#historiadebrasilia</span></div>
<br />Jaqueline Gomes de Jesushttp://www.blogger.com/profile/02691491816214651465noreply@blogger.com0