segunda-feira, 18 de abril de 2016

Uma surpresa preocupante

Acho temerária essa surpresa de tantos acadêmicos e ativistas ante ao baixo nível argumentativo e intelectual dos deputados, impregnado pelo pensamento religioso.

Qual foi a novidade? Há décadas (no meu caso, a partir de minha militância nos movimentos LGBT, negro e feminista), antes mesmo dos governos do PT, conhecíamos esse perfil dos parlamentares!

Bem sabem, as pessoas que me conhecem há tempos, que desde 2000 eu escrevo e falo, Brasil afora, que "o Legislativo é o mais retrógrado/reacionário dos Poderes". Se não me engano essa frase está em mais de uma publicação de minha autoria. Então, qual foi a surpresa? Preocupa-me muito esse espanto.

Isso reforça, no meu entendimento, que uma parcela relevante dos intelectuais e mobilizadores brasileiros precisa, imperiosamente, repensar suas estratégias de intervenção social: elas estão assentadas em bases frágeis, desconectadas da realidade e dos movimentos da sociedade civil.

Importante ressaltar: não estou aqui defendendo que o conservadorismo e a ignorância sejam imutáveis. Muito ao contrário. Mas quando não reconhecemos que esse quadro reacionário está posto no jogo político, não há como enfrentarmos, com efetividade, as forças que o mantém vivo.

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