quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Baixa Auto-Estima e Discriminação

Acima, uma daquelas saudosas imagens da Benetton que faziam as pessoas refletir.

Vejam abaixo a transcrição de uma interessante reportagem que saiu no portal R7, comenta um estudo que mostra a relação entre ter baixa auto-estima e discriminar as pessoas. A matéria usa o termo "preconceito", que não considero adequado para a questão: preconceito é o conjunto de conceitos e sentimentos depreciativos com relação ao outro, já discriminação é a expressão comportamental do preconceito.

A pessoa até pode, intimamente, ter preconceitos, devido à educação formal e/ou informal que o levaram a ter tais percepções, porém não tem o direito de discriminar os outros em função disso. Segue o texto, depois conversamos mais profundamente sobre o assunto...


Pessoa com baixa autoestima tende a ser mais preconceituosa

Diminuir os outros nos deixa melhor quando estamos mal com nós mesmos, diz estudo
Do R7


Preconceito acompanha os que não estão bem consigo mesmos

Quando uma pessoa não está bem consigo mesma, tende a ser preconceituosa com pessoas que são diferentes. Um novo estudo revelado nesta quarta-feira (23) explicou como isso acontece. Segundo Jeffrey Sherman, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo, “quando estamos mal com nós mesmos, diminuir os outros nos deixa melhor”.

Thomas Allen, coautor da pesquisa, e Sherman usaram o Teste de Associação Implícita (IAT, na sigla em inglês) – uma tarefa usada para avaliar reações automáticas a palavra e/ou imagens – para revelar o preconceito velado das pessoas.

Os voluntários tinham de olhar para a tela de um computador enquanto aparecia uma série de palavras positivas, negativas e imagens de rostos de pessoas brancas e negras.

Na primeira parte do teste, os participantes tinham que apertar a tecla “E” tanto para rostos de negros e palavras negativas e a tecla “I”, para rostos de pessoas brancas e palavras positivas. Na segunda tarefa, os grupos foram invertidos, e os voluntários tinham que fazer o contrário: associar palavras positivas aos rostos de negros e as negativas aos de brancos.

Os participantes que fizeram associações negativas com pessoas negras devem ter achado a segunda tarefa mais difícil. Isso acontece quando as pessoas estão se sentindo mal consigo mesmas. Até aí, todo mundo concorda. Os psicólogos não concordam é como esse mecanismo funciona.

Sherman diz que “as pessoas andam usando os mesmos dados para elaborar argumentos diferentes para os porquês".

- Existem duas possibilidades: nos sentirmos mal com nós mesmos ativa avaliações negativas dos outros ou nos torna menos propensos a eliminar esses preconceitos.

Na experiência, Sherman e Allen pediram aos voluntários para fazer um teste com 12 questões bastante difíceis que exigiam criatividade. Ninguém acertou mais de dois itens. Cerca de metade dos participantes recebeu os resultados do teste e soube que a média foi nove, para fazer com que eles se sentissem mal consigo mesmos.

A outra metade soube que seus testes seriam corrigidos mais tarde. Todos os voluntários completaram o teste e, como esperado, aqueles que não gostaram de seu desempenho no teste apresentaram mais evidências de preconceito implícito.

Sherman e Allen deram um passo a mais na experiência. Eles aplicaram um modelo matemático que revela os processos que levaram à reação. Os pesquisadores conseguiram determinar que as pessoas que não estavam bem consigo mesmas mostraram um maior preconceito porque as associações negativas são ativadas em um grau maior, e não porque elas tendem menos a eliminar esses sentimentos.

Sherman explica que nossa mente dá mais atenção aos aspectos negativos de outros grupos.

- O jeito de contornar isso é tentar pensar de forma diferente sobre os outros. Quando você não está bem consigo mesmo e se vê pensando de forma negativa sobre outros grupos, lembre que pode estar agindo assim porque foi mal em um teste ou algo assim.

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