sábado, 25 de julho de 2015

HOJE É O DIA NACIONAL DOS ESCRITORES


Hoje é o Dia Nacional dos Escritores. Prefiro nomeá-lo no plural.

Quando penso na minha escrita, seja na sua dimensão científica, na de cronista, de articulista, poética sempre, eu me vejo refletida no Sankofa.



O Sankofa é o mote da parte do meu trabalho que considero memorialista. Mas também daquela que não se limita a descrever, e busca respostas para a vida.

O Sankofa é um ideograma oriundo de um dos vários sistemas de escrita africanos antigos, o Adinkra, dos povos Akan da África ocidental, como os Asante (ou Ashanti) de Gana, no qual ditados são expressos graficamente, seja no vestuário, em adereços, em objetos de madeira ou de metal, comumente associados à realeza. Um exemplo é o assento real da soberania da nação Ashanti, uma escultura representando um ideograma.
O Sankofa nos diz: “Volte e pegue”, “Não é nenhum tabu retornar e pegar o que se esqueceu”, “Sempre se pode corrigir os erros”, “Para ir adiante é preciso retornar ao passado”.

O Sankofa nos lembra que “nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás”, ele simboliza a importância de resgatar e valorizar o nosso passado.




Digo que o Sankofa impulsiona a minha escrita porque objetivo, por meio dela, estimular os leitores a se guiarem - pela lição ancestral do ideograma - ao encontro de um aprendizado com as experiências de vida e de trabalho, para que pensem sobre o que foi feito e fortaleçam o seu fazer, no sentido incorruptível da promoção da igualdade de oportunidades e da superação dos preconceitos e suas discriminações. Isso também é reescrever a história do Brasil.

A todo instante olho para o passado porque, a todo instante, tento delinear novos futuros.

Que ao longo das escritas, leituras e reescritas, aprendamos com o que já foi feito e sigamos adiante, sem medo de pegar o que porventura esquecemos.
 

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