
FELIZ ANO NOVO!
VIVA 2012!
PAZ, SAÚDE, AMOR E REALIZAÇÕES!
Encontrei esta linda imagem no site d'O Globo:

Socializo pois ela representa bem o momento. Hoje à noite também comemorarei o Reveillon na Prainha, com o amor da minha vida!
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Lugar para percepções, ideias e análises a partir de uma visão pessoal, científica e profissional: uma janela, da minha perspectiva, para o mundo. ~o~ Place for perceptions, ideas and analysis from a personal, scientific and professional view: a window, from my perspective, to the world.
Hoje, no Eixão Norte, houve mais um acidente gravíssimo e a morte de uma brasileira, que vai para a conta daqueles que, morando ou não em Brasília, opõe-se ao projeto de construção de muretas nesse eixo rodoviário que corta ao meio o Plano Piloto, e que tantos choques frontais tem possibilitado.
Busca-se sempre culpar os motoristas, a educação de trânsito, etc. Isso tudo se torna miserável quando se lembra que vidas estão em jogo, além de que, em alguns casos, males súbitos podem ser a "causa", como o sofrido pela jovem de 25 anos chamada Marina Monteiro de Queiroz, agora falecida (leia reportagem aqui).
Infelizmente, não foi a primeira nem será a última morte, se nada for feito. Vergonha da inoperência e da inação, seja em razão da economia ou da estética.
E, novamente, provamos aos críticos de Brasília que nós, os brasilienses, valorizamos mais os terrenos baldios do que as pessoas.
Há alguns anos tive o prazer de assistir um concerto na Ópera de Manaus. Conversando com os meus vizinhos de camarote descobri paulistas e alemães. Ao saber que sou candanga (apesar de jovem, permito-me chamar assim às vezes), o casal de paulistas, de forma automática e deseducada, falou que eu vivia na cidade da corrupção. Ao que os alemães perguntaram: “Você é corrupta”?
Não entrarei nos detalhes da minha resposta, aliás bem didática, tanto para paulistas quanto para alemães, mas o episódio serve para refletirmos sobre quem somos e como somos vistos, os brasilienses.
Se há uma característica que desenvolvemos com precisão, ao longo deste meio século de capital, provinciana, mas federal, foi o cinismo.
Muitos aspectos de nossa identidade, vistas por outros como defeitos, são nossas qualidades de sobreviventes; o cinismo é uma excelente estratégia quando se vive em um faroeste, onde ideias velhas enfrentam, diariamente, ideais ainda não realizados.
Se já há algo de muito refinado em nossa cultura é essa capacidade impressionante de ironizar nossos limites, e os dos outros, com um sorriso afável. Qualidade bem particular dos brasilienses que os pósteros aprofundarão mais habilmente do que nós, que ainda levamos toda crítica a sério e rimos pouco de nossa pequenez.
Esse é um ponto crucial para quem quiser nos entender, inclusive nós mesmos: temos um imenso potencial para rir de nós, o qual, porém, aproveitamos mal, nessa mania de querer nos ver como pessoas sempre melhores, e corretas.
Daí um de nossos defeitos, somos presunçosos, mas não nos reconhecemos como tais.
Certa feita um colega se disse insultado porque lhe falei isso, dizia-se brasiliense “e, certamente, quem mora no Itapoã não tem a soberba do pessoal do Plano”. Pode ser, mas pessoalmente não faço essa acepção de pessoas em função do bairro/região onde moram nesta cidade fragmentada.
Apesar de ter nascido na Asa Sul e andado grande parte da minha infância e adolescência no triângulo entre o Setor “O”, Taguatinga Norte e a Asa Norte, não vejo problema algum em reconhecer que, por sermos habitantes da Capital Federal, supostamente cosmopolita, às vezes perdemos a noção dos pequenos problemas que deveríamos resolver no dia-a-dia e nos alçamos a vôos muito altos, filhos da fundação que somos, porém descrentes do amanhã, estáticos perante um passado tombado como eterna modernidade. Nem mesmo o tempo é eterno.
Então, porque sorrimos cinicamente para suportar o achaque diário e impune dos presunçosos, corruptos e poderosos, disseminamos nesta cidade uma doença, ela se chama normopatia.
A normopatia é a epidemia social que assola Brasília por dentro, como o ovo na galinha. Esse mal nos paralisa e à nossa ética, e nos faz crer que tudo isso que aí está é certo, que nossas normas estão corretas. Para quê (nos) questionar? E quem foge dos padrões dessas normas é vítima dos diferentes filhotes do apartheid que dividiu Brasília em regiões, afastadas, para ricos e para pobres, para negros e para brancos, condomínios e invasões, e cada grupinho no seu quadradinho.
Quanto sofrimento ainda haverá por conta de nossa imaturidade? Mas, se tudo der certo, riremos mais de nós mesmos.
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Neste domingo, 5 de novembro, das 8h às 12h, debaterei, junto com alunos da UNIP, o filme Kinsey - Vamos Falar de Sexo, que trata da vida e obra do biólogo e sexólogo norte-americano que no começo do século XX publicou estudos revolucionários, e até hoje utilizados como referência, sobre a sexualidade humana.
O debate faz parte do projeto "Luz, Câmera e Emoção: A Psicologia no cinema", espaço de debates sobre tema atuais e relvantes para a formação na Psicologia, cuja temática geral é "Psicologia, Diversidade Sexual e Promoção de Saúde".
Segue um diálogo interessante do filme:
"Dando aula
Kinsey: Quem pode me dizer qual parte do corpo humano pode aumentar cem vezes de tamanho. Você, senhorita?
Senhorita: [com cara de indignada] Estou certa que eu não sei. E você não tem direito de me fazer tal pergunta numa classe mista.
Kinsey: Eu me referia a pupila do seu olho, mocinha. E acho que tenho que lhe informar que você vai ficar muito desapontada".
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Ministrarei uma aula sobre Saúde do Trabalhador, sob a perspectiva psicossocial, como parte do módulo Gestão de Segurança e Qualidade de Vida, do curso de Formação Gerencial da Diretoria de Capacitação, Desenvolvimento e Educação do Decanato de Gestão de Pessoas da Universidade de Brasília - UnB.
A aula é aberta ao público e será realizada no dia 25 de outubro, terça-feira, das 8h às 10h15.
Local: Auditório da BCE.
A Biblioteca fica no Campus Darcy Ribeiro (Asa Norte), ao lado do Prédio da Reitoria.
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