segunda-feira, 14 de setembro de 2015

DANÇANDO NEGRO


DANÇANDO NEGRO
Éle Semog

Quando eu danço
atabaques excitados,
o meu corpo se esvaindo
em desejos de espaço,
a minha pele negra
dominando o cosmo,
envolvendo o infinito, o som
criando outros êxtases...

Não sou festa para os teus olhos
de branco diante de um show!
Quando eu danço há infusão dos elementos,
sou razão.

O meu corpo não é objeto,
sou revolução.

(Cadernos Negros: Os melhores poemas, 1998, p. 57).


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