Por mais que venha conquistando os meus sonhos, como trabalhar com o que me dá prazer e ter um marido que eu amo e que me faz sentir amada, de vez em quando eu também sinto tristeza e desolação.
Mas não posso esmorecer. Muita gente depende de mim.
Não financeiramente, mas intelectualmente e afetivamente - nesse estilo meio distante da internet, de textos e imagens (fixas ou em movimento) de carinho e reflexão, que porém conta bem mais do que se costuma imaginar.
Esse instrumento, a internet, tem-nos auxiliado - a nós que sonhamos com dias mais fraternos e equânimes - a salvar vidas!
Eu sou desse maravilhoso povo, humilhado e ofendido, e escolhi cuidar dessas pessoas que são violentadas diariamente.
Pessoas que de todas as formas são menosprezadas, insultadas, ridicularizadas, excluídas e feridas - quando não são assassinadas - e não têm onde nem com quem repousar do ódio e da estupidez que tenta nos exterminar ou nos tornar mortos em vida.
Sei que a minha persistência (ou melhor, teimosia) é necessária. Não posso desistir, em nome dos que não são considerados gente; dos que não têm seu gênero e nome reconhecidos; dos que, devido a sua aparência, ancestralidade e/ou identidade, não são tratados como cidadãos, como amigos, e em alguns casos, sequer como familiares.
O meu saber-fazer é ínfimo, nulo de poder. Microscópico. Implícito. Demorado. Porém ele tem alguma influência, além de que eu fiz dele o meu possível e a minha missão.
Eu não mudo condições de vida, e por mais que o meu trabalho intelectual vise informar e estimular empatia entre as pessoas, eu não mudo preconceitos do dia para a noite. Porém, Pelo quem sou e minhas ideias paridas da pesquisa e da reflexão, com suas palavras e imagens, que são o meu instrumento, faço parte de uma coletividade que nutre mentes e, eventualmente, corações.
O que eu planto pode não vingar, mas quando se desenvolve, alimenta sobreviventes e os fortalece.
No fim das contas, eu sou uma agricultora de futuros.
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