Foto: Mario Tama/Getty Images
Essa produção científico-profissional é inédita, porque os homens - particularmente os brancos, cisgêneros e heterossexuais - sempre foram tratados como a norma de humanidade, e não como sujeitos culturalmente construídos, que apresentam alguns valores em comum, decorrentes da sua formação pessoal de acordo com uma ideologia, e não de uma falaciosa natureza masculina, quais sejam: anti-feminilidade, realização, evitação da aparência de fraqueza, adesão a aventura, risco e violência.
Essa masculinidade tradicional é perniciosa mesmo para os indivíduos que gozam dos privilégios da sociedade machista, tanto para a saúde física quanto para a mental de homens e meninos.
Identificam-se maiores taxas de suicídio, problemas cardiovasculares e solidão entre homens mais velhos. Isso se relaciona à sua dificuldade, estimulada desde a infância, em expressarem seus sentimentos e formar relacionamentos profundos.
Homens que endossam os papéis estereotipados de gênero tendem a expressar medo de ter intimidade e desconforto por gostarem fisicamente de outros homens; e quando casados com mulheres, vivenciam relações conjugais associadas à depressão em suas esposas, conflitos intra-familiares e dificuldades com o cuidado parental.
As inseguranças vividas por garotos, submetidos a normas masculimas sexistas e patriarcais para se identificarem como homens, relacionam-se ao maior uso de poder e controle nos relacionamentos quando adultos, expressando-se em violência e abuso sexual "justificadas" contra parceiras íntimas; tendência a transar com muitas pessoas, sem proteção, cuidado consigo ou com a(o) outra(o); percepção de mulheres trans e travestis como "fingidoras", "falsas" que "só se vestem" e de homens trans como não sendo homens "de verdade", o que leva à agressão verbal, física e às altas taxas de crimes de ódio fatais contra as mulheres trans e travestis.
Você pode acessar as orientações (em inglês) por este link: https://www.apa.org/about/policy/boys-men-practice-guidelines.pdf
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