segunda-feira, 30 de março de 2020

Eu sou a ausência de campo


Como um spoiler subjetivo para quem assistiu o terceiro episódio de Westworld ontem, repasso uma livre tradução que eu fiz do poema Keeping Things Whole, de Mark Strand:
*
MANTENDO AS COISAS INTEIRAS
Mark Strand

Num campo
Eu sou a ausência
de campo.
Esse é
sempre o caso.
Onde quer que eu esteja
Eu sou o que está faltando.

Quando eu ando
Eu separo o ar
e sempre
o ar se move
para preencher os espaços
onde meu corpo esteve.

Todos nós temos razões
para nos movermos.
Eu me movo
para manter as coisas inteiras.
*
Uma curiosidade à parte (ou não): Mark Strand visitou o Brasil nos Anos 60, e conhecendo a obra do Carlos Drummond de Andrade, escreveu o livro que contém o poema acima (Reasons for Moving, 1968), este que nomeia aquele.
👇🏿
Mudando radicalmente (ou não) de assunto, vamos ver se o vírus que preside o Brasil irá publicar hoje ou amanhã (aniversário do Golpe Militar de 1964), uma Medida Provisória condenando a população pobre e preta deste país a ser contaminada pela epidemia.

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