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quarta-feira, 24 de julho de 2013
Onde Está Amarildo?
TUITAÇO HOJE, 24 DE JULHO, ÀS 15 HORAS: #OndeEstaAmarildo
Para saber quem é Amarildo, leia este artigo de Jorge Antonio Barros, d´O Globo (clique aqui para ler o original):
"Onde está Amarildo? Junte-se a nós em busca da resposta
Amarildo Dias de Souza, conhecido como Boi, de 47 anos, é nascido e criado na Rocinha, uma das maiores do país. Quando nasceu em 1966, a favela ainda não tinha a projeção de hoje e era o grande celeiro de mão-de-obra barata para residências da Zona Sul carioca. Já era refúgio de criminosos, que vendiam por lá sua maconha. Só duas décadas depois se tornaria um dos maiores entrepostos de drogas ilícitas da cidade, com a massificação da cocaína vinda da Colômbia.
Como morador de uma favela marcada por confrontos entre policiais e bandidos e entre estes e seus rivais, Amarildo escapou de quantas balas perdidas? Aos 17 anos teve uma passagem na polícia por furto. Mas a polícia confirma que ele é ou era trabalhador. Mesmo que não fosse. Ninguém tem o direito de matar ou desaparecer com alguém. De quantos tribunais do tráfico Amarildo escapou? De quantas batidas policiais Amarildo se livrou? Pois Amarildo não escapou da pacificação da Rocinha, que foi saudada inclusive por este blog. Deixei a redação e subi o morro para ver de perto a grande operação que teria libertado a Rocinha. Pelo jeito não libertou nada.
Além de ter ainda cem bocas-de-fumo, a Rocinha, há fortes indícios, não foi retomada dos grupos ilegalmente armados que a subjugavam. Há 25 anos, quando morei lá por uma semana, para fazer uma reportagem para o "Jornal do Brasil", havia o tráfico, os policiais a serviço da contravenção, os policiais matadores e os policiais do Destacamento de Policiamento Ostensivo (o irmão mais velho da pacificação), além dos políticos que tratavam os eleitores como gado. Antes mesmo de se tornar um dos maiores pontos de venda de drogas da cidade, a Rocinha sempre foi alvo da disputa de grupos armados. Sempre houve alguém querendo ser o dono do morro.
No meio desse fogo cruzado, Amarildo desapareceu em pleno regime democrático, numa época bem esquisita, em que jovens de classe média saqueiam lojas no bairro de classe média e pesquisadores de segurança pública são sequestrados e ameaçados por criticarem a PM. A última vez que Amarildo foi visto estava sendo conduzido por PMs no domingo à noite para a Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP da Rocinha, cujo responsável é o major Edson, um policial respeitado na comunidade. Apesar disso, os policiais da UPP deverão prestar contas de Amarildo. A polícia não pode convidar um cidadão para prestar esclarecimentos e depois lavar as mãos tranquilamente diante do sumiço dele. Alguém tem que pagar por isso.
Como trata-se de um morador pobre de uma favela do Rio, esse caso tem tudo para cair no esquecimento. Felizmente a onda de protestos mantém a comunidade mobilizada. E pelo que conheço dos moradores da Rocinha esse desaparecimento vai custar caro para os responsáveis por esse crime. É gente aguerrida que não vai se cansar de erguer a voz. Não adianta reclamar que eles fecham o trânsito porque infelizmente só há esse jeito de chamarem a atenção. Lamento apenas que nós moradores do asfalto não estejamos unidos com a Rocinha nessa luta. Mas ainda há tempo. Convido os leitores do blog a cobrar das autoridades e, mesmo pelas mídias sociais, a se manifestar com uma pergunta simples até que alguma autoridade responda:
Onde está Amarildo?
A campanha, idealizada pelo Rio de Paz, já está no nosso Twitter".
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