Aglomeração na Praça Tharir, no Cairo (foto: autor não identificado).
"Fundamental chamar atenção para o fato que todo tipo de especialista foi contatado para interpretar o ocorrido, evidenciando divergências entre psicólogos acerca do entendimento desse fenômeno e a falta de conhecimentos ou mesmo o desprezo por conceitos tratados pela Psicologia das Massas contemporânea, como a racionalidade, as falhas de julgamento, a descentralização no uso e acesso às informações sobre onde e quando ocorrerem mobilizações e a habilidade em traduzir os juízos individuais em decisões coletivas.
Esses podem ser fatores explicativos consistentes para explicar a amplitude do evento londrino e de tantos outros que ocorrem em todo o globo, como a Primavera Árabe (Arab Spring), que iniciou na Tunísia em 18 de dezembro de 2010, decorrente da auto-imolação de um feirante acossado por policiais corruptos, e tem abalado ou derrubado várias ditaduras (Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein, Síria, entre outras) ante a intensa mobilização popular e ao custo da perda de inúmeras vidas.
Um dos eventos relacionados à Primavera Árabe, a revolta na Síria que se tornou uma guerra civil, acentuando-se ao longo do segundo semestre de 2012 como conflito internacional, com repercussões diretas particularmente nos vizinhos Líbano e Turquia, decorrentes da afluência de refugiados sírios para esses países e se configurando em episódios como sequestro de sírios em território libanês (http://www.nytimes.com/2012/08/16/world/middleeast/explosion-in-damascus-syria.html?pagewanted=all&_r=0) e ataques militares a comunidades turcas próximas à fronteira com a Síria (http://www.cbc.ca/news/world/story/2012/10/07/syria-turkey-lebanon.html). De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, até meados de agosto pelo menos 200.000 cidadãos sírios se refugiaram em outros países, fugindo da guerra (http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-19370506).
No Brasil, revoltas e mobilizações coletivas permeiam a formação da nacionalidade e possibilitaram a conquista de direitos fundamentais, das lutas contra a escravidão às manifestações de trabalhadores..." (Jesus, 2013, p. 495).
No Brasil, revoltas e mobilizações coletivas permeiam a formação da nacionalidade e possibilitaram a conquista de direitos fundamentais, das lutas contra a escravidão às manifestações de trabalhadores..." (Jesus, 2013, p. 495).
Jesus, J. G. (2013). Psicologia das massas: contexto e desafios brasileiros. Psicologia & Sociedade, 25(3), 493-503. Disponível em http://www.ufrgs.br/seerpsicsoc/ojs2/index.php/seerpsicsoc/article/view/3649/2266
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