segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Abolicionismo Hoje

Foto de Fabiane Freire França, cobrindo uma fala minha durante o Seminário Internacional Fazendo Gênero 10: Desafios Atuais dos Feminismos, postada em http://gepacuem.blogspot.com.br/2013/09/relato-de-experiencia-sobre-o-fazendo.html?spref=fb
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Precisamos iniciar um debate sério sobre abolicionismo e diversidade nesta sociedade hipocritamente democrática em que vivemos - estamos em um nível tão superficial de tal discussão que não posso utilizar a palavra "aprofundar".
"Abolicionismo"? - alguns indagarão, qual é o sentido disso em nossa realidade? Todo, compreendo, a partir do momento em que, reiteradamente, testemunhamos a cidadania de determinados grupos sociais sendo aviltada pelos mecanismos do poder, quaisquer que sejam:
- Quando o perfil do suspeito para o policial é, inerentemente, o de uma pessoa negra, em especial jovem (http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2013/10/11/para-proteger-jovens-negros-debate-sugere-mudar-policia);
- Quando manifestações públicas são tratadas, automaticamente, como atos subversivos dignos de repressão (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-15/universitarios-fazem-ato-contra-repressao-de-manifestacoes-em-sao-paulo);
- Quando se planeja utilizar os recursos de um dos Poderes da República para se segregar pessoas em função de sua orientação sexual (http://jornalggn.com.br/noticia/cdh-aprova-projeto-que-desobriga-igrejas-de-aceitarem-homossexuais);
- Quando jovens homens e mulheres transexuais são impedidos de competir em condições de igualdade no acesso ao Ensino Superior, por meio da seleção do ENEM (http://g1.globo.com/educacao/enem/2013/noticia/2013/10/candidatas-transexuais-do-enem-dizem-ter-sofrido-constrangimento.html);
- Quando pessoas em situação de rua são assassinadas sistematicamente e isso é considerado normal para pessoas em semelhante condição social (http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2013/05/goiania-tem-30-assassinatos-de-moradores-de-rua-na-escuridao-da-madrugada.html).
Não faltam exemplos de que vivemos em uma conjuntura de opressão aos direitos humanos, mas principalmente, de violação sistemática à identidade social das pessoas, aos grupos historicamente discriminados, aos quais ainda, na prática, são atribuídos os signos e elementos dos escravos: sem direito a identidade, a nome, a ir e vir, a se expressarem, à vida.

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