sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Entrevista sobre Minha Participação na Mostra Nacional de Psicologia

Abaixo segue transcrição da entrevista sobre minha participação na 2a Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, a ser realizada em São Paulo. Fonte: http://mostra.cfp.org.br/psicologa-brasiliense-tem-tres-videos-classificados-para-2a-mostra/
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PSICÓLOGA BRASILIENSE TEM TRÊS VÍDEOS CLASSIFICADOS PARA 2ª MOSTRA
A psicóloga Jaqueline Gomes de Jesus está feliz da vida. Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (UnB), professora do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), cinéfila contumaz e realizadora de produções audiovisuais independentes, Jaqueline teve três vídeos de sua autoria selecionados para participar da 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que acontecerá em São Paulo, entre os dias 20 e 22 de setembro de 2012. “Os 50 anos de regulamentação da Psicologia mostram que o futuro reserva muitos desafios, especialmente na questão da valorização profissional ”diz, satisfeita por ver sua prática devidamente valorizada. Confira aqui entrevista exclusiva que a psicóloga concedeu ao setor de jornalismo do CRP-01.
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Fale por favor, sobre a importância da 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que acontecerá em São Paulo no mês de setembro?
Entendo que a Mostra é um evento importantíssimo para nossa profissão, que deveria ocorrer mais vezes. Na sua formação acadêmica, os estudantes têm pouca exposição às experiências reais de trabalho, limitando-se a questões teóricas, o que resulta na dificuldade em se inserir no mundo do trabalho. Na Mostra eles terão contato com profissionais e/ou pesquisadores atuando e/ou estudando questões que, muitas vezes, não são divulgadas nos meios tradicionais de comunicação científica e nos cursos de Psicologia. Isso é fundamental para a consolidação do aspecto diversificado da profissão. Assim, a Mostra possibilita despertar novos talentos para a prática profissional, que não se restringem aos aspectos acadêmicos da Psicologia.
Você ficou surpresa em ter três trabalhos autorais selecionados para a 2ª Mostra? Quais suas expectativas?
Certamente. Espero poder aprofundar os detalhes das diferentes etapas do meu trabalho, consideravelmente diversificado, ao longo do período de quase 10 anos. Espero com isso mostrar para os estudantes de psicologia e outros colegas de profissão que é possível ter uma atuação profissional crítica, ciente das demandas sociais e com foco na melhoria das condições de vida das pessoas, independente de qual cargo/função ocupemos como psicólogos. Espero trazer reflexões sobre o potencial transformador da Psicologia, tão pouco aproveitado atualmente.
De onde vem seu interesse e experiência em audiovisual/comunicação?
Sou cinéfila apaixonada, além de ver filmes, sempre li muitas análises e críticas. Fiz um curso de roteiro que me ajudou, inclusive, a organizar um vídeo de um curso.
Fale, por favor, sobre a mensagem de cada um dos três vídeos selecionados.
O primeiro vídeo é sobre minha atuação como Assessora de Diversidade e Apoio aos Cotistas e Coordenadora do Centro de Convivência Negra da Universidade de Brasília (UnB), o contexto sociopolítico do momento, as dificuldades de gerir a diversidade em um ambiente de múltiplos interesses internos e externos à organização e as possibilidades de intervenção como psicóloga. O segundo vídeo conta a experiência de meu trabalho na construção dos princípios, diretrizes e ações em Saúde Mental na Administração Pública Federal. Falo sobre o panorama da questão da saúde do trabalho, no Brasil e no mundo, e os caminhos para a formação e consolidação do documento, considerando a importância da consulta pública a técnicos e demais servidores públicos, como instrumento de participação pública nas decisões governamentais. A terceira e mais recente experiência que levarei ao público da 2ª Mostra é sobre meu trabalho atual como responsável técnica pelo processo de avaliação de cursos ofertados aos servidores técnico-administrativos e docentes da Universidade de Brasília, a necessidade da construção de um modelo de avaliação amparado tecnicamente e os desafios na interlocução com chefias, instrutores e estudantes acerca da importância do processo avaliativo.
Como foi a produção? Você contou com apoio financeiro externo ou são produções independentes e caseiras?
São produções independentes e caseiras, que contaram com o apoio do meu marido como diretor e cinegrafista.
Qual sua avaliação para os 50 anos da Psicologia no Brasil? Quais os próximos desafios para a profissão?
Os 50 anos de regulamentação da profissão mostram que o futuro reserva muitos desafios, especialmente na questão da valorização profissional. Vivemos um momento crítico, em que se não houver argumentos eficazes frente ao avanço da legislações corporativistas como o Ato Médico, a profissão do psicólogo poderá se esvaziar. A Psicologia está na "idade" da reflexão e da ação. Além disso, têm-se fortalecido tendências fundamentalistas, de cunho religioso, em nossa profissão, que precisam ser enfrentadas, senão ficaremos alienados em um mundo cada vez mais democrático e menos receptivo ao preconceito e à discriminação. Creio que será necessário haver mais engajamento dos próprios psicólogos e estudantes de Psicologia no que diz respeito à sua inserção no mercado de trabalho, pois geralmente são formados para valorizar apenas eventos de pesquisa e eventualmente os teóricos, raramente os de prática, o que reflete as dificuldades enfrentadas pelos formados no mercado de trabalho. Conhecer outras práticas profissionais in loco é fundamental para a Psicologia como profissão.
Fonte: CRP-01
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