quinta-feira, 31 de maio de 2012

Servidores da UnB Aprovam Greve

Depois dos professores e dos estudantes, os servidores técnico-administrativos da UnB aprovaram indicativo de greve para o dia 11 de junho, segunda-feira.
A pauta dos técnico-administrativos abarca:
Aumento no piso salarial, resolução das pendências na carreira, racionalização, reposicionamento dos aposentados, reajuste salarial de 22,08% (com reposição da inflação de 2010 e 2011), data base dia 1º de maio, regulamentação da Convenção 151 da OIT e definição de uma política salarial digna para os trabalhadores do serviço público.
Maiores informações no site do Sindicato dos Trababalhadores da Fundação Universidade de Brasília - Sintfub (aqui).
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Participarei da Mostra Nacional de Psicologia

Todos os trabalhos que propus foram aceitos para apresentação na 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, a ser realizada em São Paulo entre os dias 20 e 22 de setembro (saiba mais sobre o evento clicando aqui).
São três experiências profissionais minhas, cujos relatos estão disponíveis em vídeos no Youtube:
Assessoria de Diversidade e Apoio aos Cotistas da UnB (2004-2008) - http://www.youtube.com/watch?v=lB0bM7VUa6s
Princípios, Diretrizes e Ações em Saúde Mental (2008-2010) - http://www.youtube.com/watch?v=lvd3WFJbkCg&feature=relmfu
Avaliação de Ações de Capacitação de Servidores da Universidade de Brasília - http://www.youtube.com/watch?v=Rue5t_X0B1M&feature=relmfu
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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Protejam as Crianças da Síria!

Imagens de Al Houla, na Síria, feitas na sexta-feira.
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Na Síria, milhares de crianças estão sendo vítimas de um massacre indescritível, abatidas por homens sob ordens estritas de espalhar o terror. Tudo o que os diplomatas conseguiram fazer até agora foi enviar alguns monitores da ONU para observar a violência, apenas.
Neste momento, como uma resposta mínima, governos em todo o mundo estão expulsando os embaixadores sírios.
Assine a petição da Avaaz - comunidade de campanhas que leva a voz da sociedade civil para a política global - para que o Conselho de Segurança da ONU se comprometa imediatamente com o envio de monitores internacionais para a Síria, com mandado para proteger os civis e acelerar a definição de um plano de transição política, clicando AQUI.
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terça-feira, 29 de maio de 2012

Marcha Contra o Ato Médico - AMANHÃ

MOBILIZAÇÃO CONTRA O PL DO ATO MÉDICO
30 de maio de 2012 – Esplanada dos Ministérios
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Programação:
09h - Concentracão por categoria profissional em cada Tenda respectiva.
10h – Concentração geral em frente ao caminhão de som (todas as categorias profissionais)
10h30 – Reunião dos presidentes dos Conselhos membros do FCPAS – Frente dos Conselhos Profissionais da Área de Saúde (Tenda do CONFFITO - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional)
Simultaneamente: encontro na tenda do COFFITO de dois conselheiros representantes de cada Conselho, para organizar a visita aos gabinentes dos senadores
11h – Coletiva de Imprensa - presidentes dos conselhos (Tenda do CONFFITO)
12hCaminhada até o Palácio do Planalto (ida e volta)
14h - Saída da comitiva para o plenário do Senado
14h30 – Plenário do Senado
15h – Encerramento da mobilização na Esplanada
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sexta-feira, 18 de maio de 2012

SER A MULHER QUE SOU: Isso também é feminismo!

Ser a Mulher que Sou: ISSO TAMBÉM É FEMINISMO!
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MARCHA DAS VADIAS/DF 2012, 26 de maio, sábado, 13h
Concentração em frente ao CONIC (próximo à Rodoviária do Plano Piloto).
Saiba mais em marchadasvadiasdf.wordpress.com.
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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Paralisação e Marcha nesta Quinta-Feira, 17

Trecho de notícia do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília - SINTFUB.
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"A notícia de que os servidores técnico-administrativos das universidades federais fazem parte da parcela dos trabalhadores do funcionalismo público que não receberão reajuste salarial mobilizou ainda mais a categoria. Reunidos em assembleia na manhã de hoje (16), os servidores técnico-administrativos da UnB decidiram paralisar os trabalhos nesta quinta-feira, dia 17, e participar da marcha que será realizada na Esplanada dos Ministérios, a partir das 9h30. Os servidores da UnB se concentrarão para a atividade às 9h, na Praça Chico Mendes.
O reajuste dado à parte do funcionalismo público virá por meio da Medida Provisória 568, de iniciativa do Ministério do Planejamento, enviada ao Congresso nessa segunda-feira (14), e já assinada pela presidenta Dilma Rousseff. Receberão a porcentagem as categorias que conseguiram fechar acordo com governo no ano passado. Os que não garantiram o acordo, como os servidores técnico-administrativos das universidades federais, continuarão sem aumento salarial.
De acordo com o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes, o erro não foi da categoria, que estava na luta, mas do governo, que a todo momento se mostrou inflexível. "Tivemos mais de 60 reuniões com o governo e ele, em nenhum momento, mudou a postura intransigente", afirma. "Culpar o trabalhador porque nós fizemos greve não dá para aceitar", complementa a também coordenadora geral do Sindicato, Eurides Pessoa.
O impacto orçamentário causado pela MP 568 será de R$ 1,5 milhões. Se esse montante for dividido por todos os servidores públicos federais, entre aposentados e ativos, o percentual ficaria em 0,8% para cada servidor. "Esse valor não significa nada! Por isso nem todos os servidores foram contemplados com o reajuste", avaliou o representante da Fasubra, Rogério Marzola.
Durante a assembleia, a categoria ainda aprovou indicativo de greve (sem data prevista) caso o governo não avance nas negociações. Nova assembleia será realizada no dia 24 de maio, após a reunião com o governo, agendada para o dia 17, e a Plenária da Fasubra, que será realizada nos dias 18 e 19 de maio".
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terça-feira, 15 de maio de 2012

Banheiros para Novos Apartados?

BANHEIROS PARA NOVOS APARTADOS?
Jaqueline Gomes de Jesus
Psicóloga e Doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de Brasília
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte uma doutoranda foi impedida por seguranças de utilizar o banheiro feminino porque era transexual. Ao se opor a essa arbitrariedade, ameaçaram arrancar-lhe a cabeça. Como resposta da instituição, foi aventada a criação de um banheiro unissex, o que não me parece solução, mas opção impensada pela criação de um espaço estigmatizado e apartado para cidadãos considerados de “segunda classe”.
Uma travesti que tinha processado um shopping mineiro por tê-la impedido de usar o banheiro feminino recebeu estupefata a decisão do juiz, segundo o qual o ato do shopping foi correto, para “preservar a própria segurança e ordem no uso do banheiro público reservado às mulheres”. Infere-se, das palavras desse magistrado, que travestis são naturalmente perigosas, acarretam risco para si e para outros, e que é justo excluí-las ou expô-las aos perigos de uma pessoa com aparência feminina usar um banheiro masculino. Ela afirmou que irá recorrer.
É uma obviedade afirmar que as pessoas precisam ter acesso a um banheiro. Entretanto, vê-se que há casos de pessoas transgênero (transexuais e travestis) sendo impedidas desse direito, geralmente por autoridades desinformadas. A iniquidade no acesso ao banheiro tem sido uma das maiores barreiras para a integração de homens e mulheres transexuais na sociedade brasileira.
Apartheid: palavra da língua holandesa sul-africana que significa “à parte”. Na África do Sul o termo definia a política de segregação entre os brancos e os definidos como “não-brancos”, com base em uma filosofia que reivindicava a supremacia dos brancos. As pessoas eram obrigadas a ocupar espaços diferentes, em função da sua cor, incluindo banheiros. Historicamente, a falta de banheiros femininos foi uma estratégia para manter mulheres fora de espaços tradicionalmente dominados por homens. Ressalte-se que apenas na época da constituinte um banheiro feminino foi instalado para as deputadas no Congresso Nacional.
Essa é uma questão de gênero, e se está repetindo essas apartações com relação a mulheres transexuais (preconceituosamente consideradas inferiores às mulheres biológicas) e aos homens transexuais (também considerados, por alguns, como inferiores aos biológicos). A identidade de gênero é central para vida pública e privada de qualquer ser humano, não apenas para as pessoas transexuais, independentemente de anatomia ou fisiologia. Não reconhecer essa vivência leva a sofrimento e constrangimentos.
Como resultado de toda essa discriminação, as travestis, os homens e as mulheres transexuais que enfrentam o problema têm sofrido problemas graves de saúde, e até mesmo são demitidos ou abandonam a escola por se recusarem a utilizar um banheiro para pessoas de um gênero com o qual não se identificam.
E especialmente as mulheres transexuais, quando se submetem ao absurdo de utilizar um banheiro masculino, são alvo de agressões e abuso sexual. É justo que elas sejam abusadas? Elas não gozam das mesmas proteções legais dos demais cidadãos? Isso é desumano.
Os casos de proibição do uso de banheiro evidenciam uma lógica de discriminação, cuja mensagem é a de que essas pessoas são percebidas como ameaçadoras, ou que é normal serem agredidas por pessoas ignorantes, percepções evidentemente estereotipadas, e que levam à concepção inconstitucional de que, com tal proibição a mulheres e homens transexuais, estar-se-ia “prevenindo crimes”, fato visto apenas nas histórias de ficção científica.
É indispensável reconhecer que locais de trabalho, escolas e outros espaços públicos e privados precisam tornar os banheiros acessíveis e seguros também para as pessoas transgênero. Essa é uma questão fundamental de acessibilidade e respeito ao ser humano.
Há honrosas exceções. Instituições públicas e privadas têm compreendido as demandas da população transgênero que nelas trabalha ou usa seus serviços, e mesmo que não haja legislações a respeito, têm adotado os nomes e permitido acesso aos banheiros concordantes com o gênero com o qual as pessoas se identificam. É preciso, porém, que as cidadãs e os cidadãos preocupados com o avanço da democracia no Brasil estejam atentas para eventuais violações de direitos fundamentais, decorrentes de puro preconceito.
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domingo, 13 de maio de 2012

Netbook Acer Completo - Série Especial

Estou vendendo meu netbook Acer, completo, cor série especial (foto acima).
Interessados podem ter maiores informações clicando aqui.
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sábado, 12 de maio de 2012

Depois de Soldier´s Girl

Conheça a vida e a luta contra o preconceito das pessoas que amavam Barry Winchel, sua mãe, Pat Kutteles, e sua mulher, Calpernia Addams, após ele ter sido brutalmente assassinado: AQUI (em inglês).
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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Soldier´s Girl - A Garota do Soldado

Exibi para os meus alunos do curso sobre diversidade este trágico filme sobre o amor belíssimo de Calpernia Addams e Barry Winchel, ceifado pelo ódio: Soldier´s Girl. Voltei a me apaixonar por ele.
I showed to my students of the course on diversity this tragic film about the beautiful love of Calpernia Addams and Barry Winchel, reaped by hatred: Soldier´s Girl. I am in love again with it.
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Assista e ouça um clipe que encontrei na internet, feito sobre uma das músicas do filme: Consequences of Falling, de K.d. Lang.
Watch and listen to a clip I found on the internet, done over one of the songs from the movie: Consequences of Falling, of K.d. Lang.
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Que o Amor triunfe sobre o ódio! / May Love triumph over hate!
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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Trans-Formações: Poder e Gênero nos Novos Tempos

Fui convidada pela diretora da Comissão Científica do 18º Congresso Brasileiro de Psicodrama Maria da Penha Nery, para palestrar em uma mesa de diálogos multidisciplinares, sobre o tema Trans-Formações: Poder e Gênero nos Novos Tempos.
Será no dia 8 de junho, das 8h30 à 10h, no IESB Instituto de Educação Superior de Brasília, Campus Edson Machado, Asa Sul, em Brasília.
Pretendo propiciar uma reflexão sobre a interdição dos corpos pelo Estado, em particular o brasileiro, que em função de valores sobre gênero oriundos do pensamento religioso, deslocados para o discurso científico e para as práticas clínicas, tem prejudicado o pleno gozo do direito das pessoas sobre os próprios corpos, em especial no que se refere às questões do aborto e da vivência transgênero.
Maiores informações sobre o Congresso em http://www.cbpfebrap.com.br.
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terça-feira, 8 de maio de 2012

Desdobramentos de Gênero e Orientação Sexual

De 1 a 3 de agosto será realizado o VI Congresso Internacional de Estudos sobre a Diversidade Sexual e de Gênero da ABEH - Associação Brasileira de Estudos da Homocultura, cujo tema é "Memórias, rumos e perspectivas dos estudos sobre a diversidade sexual e de gênero". O evento será realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador/BA.
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Na oportunidade, coordenarei e palestrarei na mesa redonda "Desdobramentos de Gênero e Orientação Sexual", com a participação dos colegas prof. dr. Aldry Sandro Ribeiro e dra. Amanda Zauli-Fellows, em data e local a ser definido.
Resumo da mesa:
O entendimento sobre os conceitos de gênero e de orientação sexual tem passado por mudanças: cada vez menos dependente de orientações de cunho puramente biológico, enriquecem-se e são mais capazes de compreender, a partir de pontos de vista que atendem à integralidade biopsicossocial dos seres humanos, a complexidade das dimensões e aspectos que abrangem o ser homem ou mulher (ou nenhum dos dois), o ser bissexual, heterossexual, homossexual ou assexual. A presente mesa coordenada visa apresentar os desdobramentos do gênero e da orientação sexual, na realidade social e política, a partir do olhar da Psicologia Social, ciência que visa compreender as pessoas no seu contexto. Reconhecendo a diversidade identitária do grupo político composto por Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT, os autores abordarão diferentes aspectos de sua inclusão na contemporaneidade brasileira, pautados por três temas: (1) a luta pelo reconhecimento da identidade de gênero de pessoas transgênero, (2) a construção de novas masculinidades e (3) a consolidação das famílias homoafetivas (com enfoque na homoparentalidade feminina), questões essas pautadas por eixos estruturantes, como o do impedimento ao direito à identidade pessoal, do heterossexismo e do machismo, e que são investigadas a partir de análises documentais, estudo de representações sociais e das novas configurações familiares.
Na minha fala abordarei o tema "Identidade de Gênero e políticas de afirmação identitária", o prof. Sandro tratará da "Construção do masculino na contemporaneidade: heterossexismo como eixo estruturante das representações sociais", e a dra. Amanda abordará a "Homoparentalidade feminina - um estudo sobre famílias homoafetivas no Brasil".
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sábado, 5 de maio de 2012

O Maior Luar do Ano

Visto daqui da Colina da UnB:
Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)
Gilberto Gil
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O luar
Do luar não há mais nada a dizer
A não ser
Que a gente precisa ver o luar
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Que a gente precisa ver para crer
Diz o dito popular
Uma vez que existe só para ser visto
Se a gente não vê, não há
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Se a noite inventa a escuridão
A luz inventa o luar
O olho da vida inventa a visão
Doce clarão sobre o mar
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Já que existe lua
Vai-se para rua ver
Crer e testemunhar
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O luar
Do luar só interessa saber
Onde está
Que a gente precisa ver o luar.
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Campo de Flores na Holanda

Turistas tiram fotos em meio a flores em campo na cidade de Lisse, na Holanda - Koen Suyk/France Presse.
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Tenha um excelente fim de semana, seja feliz!
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Matéria da Folha Online de hoje:
Flores colorem campos da Holanda na primavera
Com o desabrochar de tulipas e outras flores na primavera da Europa, os campos da Holanda se transformaram em um verdadeiro caleidoscópio de cores.
Os campos mais acessíveis estão localizados entre as cidades de Leiden e Haarlem e podem ser alcançados por meio de carro ou trem. Viajar na parte de cima de um trem de dois andares é um dos melhores modos de apreciar a paisagem florida.
As flores da região começam a desabrochar no início de abril. É comum ver turistas estacionarem seus carros no acostamento para tirar fotos dos campos.
Grande parte dos campos pertencem a fazendas privadas, mas é possível caminhar entre as flores no parque Keukenhof, em Lisse, a cerca de 40 quilômetros de Amsterdã.
Garotas posam em meio a flores em campo de Lisse, na Holanda; campos começam a ficar coloridos em abril - Koen Suyk/France Presse.
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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Impunidade e Discriminação

Foto de Ed Alves/CB/DA Press
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Enquanto houver impunidade, atos discriminatórios, de forma geral, serão considerados menores.
Para além da revolta popular, que é imprescindível, é preciso que a Justiça funcione, ante à discriminação das pessoas em função de suas características pessoais e sociais.
Segundo o jornal Correio Braziliense de hoje, a promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Danielle Martins Silva, denunciará o médico e psicanalista Heverton Octacílio de Campos Menezes à Justiça assim que for concluído o inquérito policial aberto contra ele, por ofensa de cunho racial contra a senhora Marina Serafim dos Reis.
O acusado conta com 18 ocorrências policiais e nove denúncias de desacato, agressão e lesão corporal, incluindo uma também envolvendo questões étnicorraciais, às quais ele NUNCA RESPONDEU.
Enquanto o Brasil não agir de fato, continuará sendo uma democracia apenas no papel.
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Minha História com a UnB

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MINHA HISTÓRIA COM A UNB
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Minha história com a UnB começou antes do meu nascimento. Um amigo de minha mãe me contou há muitos anos que, grávida de mim, ela brigava nas aulas de Pedagogia com seus colegas que fumassem em sala. Até os meus 15 anos resistiu em nossa casa o cesto de vime no qual ela me levava, ainda bebê, em todas suas disciplinas, até se formar, depois ele virou revisteiro.
Vi coisas belas serem desfeitas e surgirem na UnB. Minha avó materna mora em frente ao campus, desde os primeiros anos de Brasília. A L3 Norte era uma pista de mão dupla (sem saída na altura do hoje Parque Olhos D`Água, na época ocupado por barracos), na qual eu me deitava com meus primos na noite de Natal, atiçando o perigo de carros que não passavam.
Eu me recordo de quando nós, as crianças, acompanhávamos nossos tios que se embrenhavam no cerrado de onde hoje surgem tantos prédios novos da UnB. Eles às vezes caçavam ali. Uma pena ver que não existem mais os tatus e tamanduás que viviam na UnB, e não sumiram por culpa dos meus tios. Não vejo mais nem mesmo as famílias de quatis antes comuns no entorno da Biblioteca Central.
Nesse tempo tínhamos uma cachoeira particular, que jorrava da antiga caixa d`água cercada de pés de jamelão, e uma lagoa só nossa, num canto pedregoso da Faculdade de Educação, ambos secos atualmente. Eu pedalava velozmente com minha prima Patrícia, descendo a ladeira cimentada que vai da ponta do Minhocão Norte à Reitoria, até o dia em que a coroa dianteira decepou um pedaço do seu calcanhar. Que agonia. Nunca mais nos arriscamos por ali.
Uma das minhas diversões era visitar meu pai de surpresa, toda suja de terra. Ele trabalhava no Centro de Processamento de Dados da UnB, um lugar extremamente limpo no subsolo do Minhocão Central, cinza e gelado, com enormes computadores em formato de freezer que engoliam sem parar cartões perfurados e rolos e mais rolos de folhas de papel picotadas, que não são mais fabricadas. Ele morria de vergonha, dizia que os seus colegas iriam pensar que ele não cuidava de mim. Eu era apenas avoada mesmo.
Posso afirmar que a parte mais fascinante da minha infância se passou em brincadeiras e investigações nos prédios e bosques da UnB. Depois, no fim da adolescência, passei no vestibular e virei aluna, experimentei a Química e me decidi pela Psicologia (são tantas as histórias da graduação que não cabem neste testemunho!), minha profissão atualmente, que exerço no Decanato de Gestão de Pessoas da UnB.
A UnB foi minha primeira empregadora, soube do resultado do concurso no mesmo dia em que saiu o da minha seleção no Mestrado, na UnB também. Ainda não sou professora, mas calma, é um projeto.
Neste instante, da janela do meu apartamento em um bloco da Colina velha da UnB, penso como a UnB faz parte do meu corpo e do meu espírito: formou minha falecida mãe; foi mantida com o trabalho do meu pai, agora aposentado; ofereceu-me tatus, tamanduás, barbatimão, jamelão, jambo, outras frutas e até desinfetante feito das folhas dos pés de eucalipto; formou-me e, hoje como doutora pela UnB, continua abrindo para mim possibilidades, novas perguntas, instiga que se busquem soluções para os seus muitos problemas; e de bônus me oferece e ao meu marido uma bela vista do Lago Paranoá.
Obrigada, espero ansiosa a nossa próxima aventura!
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