terça-feira, 31 de março de 2015

Oposição Vence na Nigéria

Fonte da imagem: Naijarchives.

Deu no The New York Times. É a primeira transição no poder desde 1999, pós-ditadura militar, quando Goodluck Jonathan assumiu o poder.

Oxalá haja melhor distribuição e aproveitamento da renda do petróleo, e que o horrendo Boko Haram seja enfim derrotado.

Leia a reportagem completa (em inglês), clicando aqui.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Psicologia e Transexualidades/Travestilidades: Para Além das Fronteiras Biopolíticas

CHAMADA DE ARTIGOS
Psicología e identidades transgénero: Más allá de las fronteras biopolíticas
Psicologia e transexualidades/travestilidades: Para além das fronteiras biopolíticas



Serão bem-vindas contribuições que versem sobre as seguintes linhas temáticas:


  • Processos identitários e corporalidades transgênero no mundo contemporâneo;
  • Análises dos processos de patologização, dos protocolos clínicos e as práticas biomédicas e psicológicas em torno das experiencias/identidades trans;
  • Análises da transfobia e das violências institucionais, científicas e sociais;
  • Análises de políticas públicas, acesso aos direitos e a justiça social nos diversos âmbitos sociais (educativo, laboral, saúde, entre outros);
  • Ferramentas teóricas e metodológicas críticas no âmbito da psicologia para o estudo das práticas e identidades sexo-genéricas não normativas;
  • Trajetórias e abordagens dos movimentos sociais e coletivos ativistas trans;
  • Aproximações pós-coloniais das experiencias/identidades trans.


Cronograma a seguir:
Envio do texto completo (30 de abril de 2015)
Processo editorial de revisão por pares (até 31 de junho de 2015)
Processo editorial do número especial (até 31 de outubro de 2015)

Editores Convidados:
Antar Martinez-Guzman (Universidad de Colima/Mexico)
Marco Aurélio Máximo Prado (Universidade Federal de Minas Gerais/Brasil)
Editor Geral:
Lupicinio Íñiguez-Rueda (Universidad Autónoma de Barcelona/España)

Para maiores informações, acesse http://www.quadernsdepsicologia.cat/announcement/view/13


domingo, 29 de março de 2015

O Que Será no Amanhã?


IV Congresso Brasileiro de Psicodinâmica do Trabalho e V Simpósio Brasileiro de Psicodinâmica do Trabalho

IV Congresso Brasileiro de Psicodinâmica do Trabalho e V Simpósio Brasileiro de Psicodinâmica do Trabalho

Manaus, Amazonas
20 a 23 de outubro de 2015

http://congressopsicodinamica2015.com.br/programacao/index.php


VI Simpósio Internacional Sobre a Juventude Brasileira

VI Jubra - Simpósio Internacional Sobre a Juventude Brasileira 
OS JOVENS E SEUS OUTROS

10 a 12 de setembro de 2015
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

http://www.jubra.latec.ufrj.br


sexta-feira, 27 de março de 2015

Times Higher Education Reputation Ranking 2015

Clique na imagem abaixo para acessar:


POR UMA ÉTICA NAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL


Moção do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGPS-UERJ) à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) - Por uma ética nas Ciências Humanas e Sociais (Resguardando o  ethos  das Ciências Humanas e Sociais)

As discussões sobre a ética em pesquisa com seres humanos têm crescido nos últimos anos em virtude dos problemas com que pesquisadores das áreas de Ciências Humanas e Sociais e Ciências Biomédicas se deparam. Ética é o que nos une pesquisadores das diferentes áreas em acalorados debates, não porque tenhamos posições convergentes, mas porque "a ética" é o foco que não queremos perder de vista.

Sucintamente, para informar e relembrar alguns pontos que motivam a presente moção, em agosto de 2013 foi criado, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), um GT, do qual a ANPEPP (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia) participou, encarregado de elaborar uma resolução que contemplasse as especificidades das Ciências Humanas e Sociais junto à Comissão de Ética em Pesquisa/Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. Em dezembro de 2014, após um ano e meio de trabalho desse GT, foi aprovada uma minuta, criteriosamente elaborada - com treze páginas, acessível e disponível, por exemplo, no site da ANPEPP -  que buscava contemplar especificidades das ciências sociais e humanas, tais como:

Parágrafo único. Não serão registradas nem avaliadas pelo sistema CEP/CONEP:

I – a pesquisa de opinião com participantes selecionados aleatoriamente;
II – a pesquisa que utilize informações de acesso público ou de domínio público;
III – a pesquisa de alunos de graduação que são parte de projeto do orientador já aprovado pelo sistema CEP/CONEP; e
IV – a pesquisa associada às atividades didáticas obrigatórias do ensino de graduação cujo orientador tenha vínculo com a instituição de ensino superior do discente.

A ideia do documento elaborado pelo GT não era eliminar um sistema de avaliação, apenas atender especificidades da área. Para a confecção dessa resolução foram ouvidos profissionais e representantes de diversas associações. Foi um trabalho árduo e bem conduzido tecnicamente. Apesar disso, em 28 de janeiro do corrente ano, essa minuta foi rejeitada pela CONEP, cujo posicionamento gerou um documento também disponível no site da ANPEPP, desqualificando a minuta e alguns dos membros do GT. Em 2 de fevereiro de 2015 foi elaborada uma carta aberta, assinada pela coordenadora do GT e pelos representantes de associações científicas Associação Nacional de História (ANPUH), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (CONPEDI), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Psicologia (ANPEPP), - Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias (ESOCITE-BR), Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) em que todos os signatários discordaram e refutaram os argumentos da Comissão do Conselho Nacional de Saúde.

De maneira sintética, um dos pontos desse embate é que o Conselho Nacional de Saúde (CNS) defende que as Ciências Humanas e Sociais teriam que ser tuteladas pela CONEP e submetidas a uma visão biomédica. As Ciências Humanas e Sociais, entendemos, constituem um universo importantíssimo de pesquisa, apresentam peculiaridades especificidades e devem, por isso, ter autonomia em relação à perspectiva biomédica.

Se, em um primeiro momento, o movimento das entidades era de manter um sistema único, preservando as especificidades, o que ficava contemplado na minuta enviada pelo GT, diante da postura intransigente do CNS, entendemos que agora não há espaço para diálogo. Por este motivo tem sido tão importante as manifestações das diferentes associações nesse momento. Apesar da dificuldade de diálogo, o debate não se esgotou e está longe ainda de uma solução satisfatória.

Diante do que foi aqui exposto, o PPGPS (1) manifesta seu repúdio em relação à postura refratária e desrespeitosa da CONEP e (2) acolhe e acata a sugestão de criação de um sistema específico e alternativo para a avaliação da ética em pesquisa nas CHS externo ao MS/CNS/CONEP que resguarde as peculiaridades dessas áreas de estudo.

Rio de Janeiro, 25 de março de 2015.

Coordenadora do PPGPS/Uerj








Rua São Francisco Xavier, 524 - bloco F, sala 10.009, 10º andar
Maracanã - CEP 20559-900 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.:  55-21-2334-0216  Fax: 55-21-2334-0236 - pospsi@uerj.br - www.pospsi.uerj.br

sábado, 21 de março de 2015

Eu sou Jaqueline que aqui está

Jaqueline Gomes de Jesus

Eu sou Jaqueline que aqui está
Nalgum lugar entre Rio, Brasília,
Aracaju, nasci no Cerrado,
Tentaram me matar muitas vezes,
Sobrevivi a tudo de alma e corpo
Farta de limão, goiaba e umbu
Porque estou na Restinga e na Mata
Atlântica, cresci entre Shangai,
Goiânia, São Paulo e Buenos Aires.

Eles que tentaram me esquecer
Sem querer recontam cada instante
Nosso como se dançassem ontem,
Mas estou num futuro possível,
Presente admiro o que não há mais,
Sempre renasço depois do abismo,
Senão me transformo e rego plantas
Lembrando que nasci duma estrela,
Sou aquela que anda pelo mundo.

Não sou quem fui nem estou mais lá,
Quem fui permanece diferente
Sem cordéis que a façam rir, chorar,
Rindo e chorando com os cordéis
De sempre, criada em selva de pedra
Como um bicho do mato na corte,
No mar descanso após navegar
Riachos de sangue, pisar em lama
E cultivar o amanhã na areia.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Pós-Doutorado em Psicologia na UFG

O Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Goiás - UFG está realizando processo seletivo para a concessão de UMA bolsa de Pós-Doutorado: https://ppgp.fe.ufg.br/p/9845-selecao-pnpd-2015

A/O bolsista de pós-doutorado desenvolverá as seguintes atividades no PPGP:

Coordenar projeto de pesquisa durante a vigência da bolsa;
Participar da vida acadêmica do PPGP, tomando parte em atividades como orientação ou coorientação de alunos de graduação ou de mestrado, ministrar disciplinas na graduação ou pós-graduação, seminários, conferências, palestras, etc.

O valor da bolsa é de R$ 4.100,00 e a/o bolsista contará com aporte com despesas de custeio durante a vigência da bolsa.

O cronograma, regras e outras informações estão disponíveis no Edital ou na página do processo seletivo.

Dúvidas podem ser enviadas por e-mail para: ppgpufg@gmail.com

Nilma no MEC

Eu falei com a Presidenta!
Fale com a Presidenta você também: https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php


Excelentíssima Senhora Presidenta,

Venho, por meio desta, defender a nomeação da Profa. Dra. Nilma Lino Gomes, atual Ministra-Chefe da Seppir Presidência, para o cargo de MINISTRA DA EDUCAÇÃO.

Ela é uma gestora experiente e competente, e tem todas as condições pessoais e apoio social para fazer com que a "Pátria Educadora" seja mais que um lema, mas uma prática do governo.

EU APOIO ‪#‎NilmaNoMEC‬

Respeitosamente,

Dra. Jaqueline Gomes de Jesus
Brasília/DF, 19/03/2015.

Neste Mês de Março...

...DÊ FLORES A UMA MULHER VALORIZE QUALQUER MULHER!

quarta-feira, 18 de março de 2015

1ª Roda de Conversa Entre Elas: Menos Flores, Mais Respeito!


Datafolha: 62% reprovam o governo Dilma

Datafolha, via O Globo:


Popularidade da presidente caiu em todos os segmentos sociais e em todas as regiões do país

POR LUIZA DAMÉ E CATARINA ALENCASTRO
Números do Datafolha - Editoria de arte

RIO e SÃO PAULO - Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira mostra que 62% dos brasileiros consideram a gestão da presidente Dilma Rousseff como ruim ou péssima. A impopularidade de Dilma subiu 18 pontos comparada ao levantamento anterior do instituto em fevereiro.

Apenas 13% classificam o governo de Dilma como ótimo ou bom, uma queda de de dez pontos em relação à pesquisa anterior.

A pesquisa foi feita com 2.842 eleitores logo após as manifestações contra Dilma no domingo. O levantamento, que tem dois pontos percentuais de margem de erro, mostra a deterioração da popularidade de Dilma em todos os segmentos sociais e em todos as regiões do país.As taxas mais altas de rejeição da presidente estão nas regiões Centro-oeste (75%) e Sudeste (66%), nos municípios com mais de 200 mil habitantes (66%), entre os eleitores com escolaridade média (66%) e no grupo dos que têm renda mensal familiar de 2 a 5 salários mínimos (66%). A maior taxa de aprovação está na região Norte, com 21%. No Nordeste, 16% dos seus habitantes aprovam o governo de Dilma.

A presidente obteve nota 3,7, a pior desde a chegada de Dilma à Presidência, em 2011. Em fevereiro a nota média era 4,8. No primeiro mandato, a pior média foi 5,6, em junho e julho de 2014.

Antes de participar da solenidade de lançamento do plano anticorrupção, nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, afirmou que a queda de popularidade de Dilma era previsível. Para Berzoini, neste momento, é preciso ter calma e tranquilidade.

- Era previsível (a queda na popularidade) em razão do momento político - disse o ministro, acrescentando que é preciso ter "calma e tranquilidade".

PARA 60%, ECONOMIA VAI PIORAR

O pessimismo econômico também foi abordado pela pesquisa e a expectativa com a situação do país é a pior desde 1997. Para 60%, a situação da economia vai piorar. Em fevereiro, a percepção de que a situação econômica iria piorar nos próximos meses chegava a 55%.Segundo o Datafolha, 69% acreditam que o desemprego deve aumentar, mas 61% pensam não correr risco de demissão. A expectativa para a maioria, 77%, é que a inflação aumentará.

terça-feira, 17 de março de 2015

Pichón

Charles George Moore Wedderburn (Fonte: Carl Juste/Getty Images/6-4-2007).

Pichón, em espanhol, refere-se ao filhote de um passarinho.

Segue transcrição de matéria de O Globo sobre a biografia de Carlos Moore. Leia e assista outros detalhes clicando aqui.


Dissidente cubano que vive em Salvador há 17 anos, Carlos Moore tem biografia lançada no Brasil

Em ‘Pichón’, o cientista político descreve sua luta contra o racismo, em meio a lembranças da cena folk de Nova York nos anos 1960, críticas à repressão de Castro à cultura afro e elogios ao hip-hop.

RIO - O nome completo do autor é extenso — Charles George Moore Wedderburn — , assim como a história contada por ele em sua auto-biografia. Lançada no exterior em 2008, “Pichón” segue os passos errantes do renomado cientista político, escritor, ativista e dissidente cubano ao longo de mais de cinco décadas, numa odisseia por Cuba, Estados Unidos, onde estudou, França, Egito, Nigéria, Senegal, onde viveu exilado, e Brasil, onde mora (em Salvador) desde 1998.

De entusiasta a crítico do regime cubano, Carlos Moore, como é conhecido, descreve sua luta contra o racismo (motivo de sua ruptura com Fidel Castro), num texto que ora parece um thriller de espionagem — foi perseguido tanto pelo serviço secreto do seu país como pelo FBI — , ora parece uma drama histórico, descrevendo do movimento pelos direitos civis nos EUA à luta pela emancipação africana, ao lado de personagens como James Brown, Malcolm X. (de quem se tornou amigo e até mesmo segurança improvisado), Joan Baez, Miriam Makeba e Fela Kuti (de quem escreveu a biografia “Esta puta vida”). Com o subtítulo “Raça e a Revolução Cubana”, o livro ganha, finalmente, uma versão em português — que sai, nos próximos meses, pela editora Nandyala — com um capítulo inédito, que descreve o ponto final do exílio de Moore, o Brasil.

“Quando revejo o livro, como agora para essa edição brasileira, fico espantado, pensando, 'Meu Deus, isso tudo aconteceu mesmo comigo?'”, afirma Moore, 72 anos, em entrevista exclusiva ao GLOBO, em meio a lembranças da boêmia cena folk de Nova York nos anos 1960, críticas à repressão de Castro à cultura africana e elogios ao hip-hop produzido atualmente na ilha.


Como é esse capítulo extra do livro, no qual o senhor conta sua experiência no Brasil?

Nele relato minha experiência de vida no Brasil. Aqui pude testemunhar algumas importantes mudanças na sociedade. Uma das mais interessantes, no meu ponto de vista, envolve a discussão sobre racismo, algo aberto no governo de Fernando Henrique Cardoso e depois aprofundado com o governo Lula. Falo sobre como esse debate, que antes era fechado e limitado, teve reflexos na sua cultura, como no cinema e na televisão, por exemplo.

Como o senhor descreveria sua adolescência, parcialmente passada nos Estados Unidos, afinal, como mostra o livro, aos 18 anos já tinha uma voz ativa e era vigiado pelo FBI?

Uma adolescência atípica, sem dúvida, já que minha tomada de consciência foi atípica também. Era o começo dos anos 1960, a época do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, do feminismo, das lutas de emancipação na África, contra o colonialismo etc. Pude acompanhar também a cena folk de Nova York, de Bob Dylan, Joan Baez e Pete Seger, e o crescimento do rhythm and blues e do funk de Sam Cooke e James Brown. Eram, enfim, tempos de efervescência, que praticamente obrigavam as pessoas a refletir sobre o mundo em que viviam. E em meio a tudo isso, aconteceu a Revolução Cubana, da qual me tornei, inicialmente, um entusiasta, mesmo acompanhado tudo à distância.

Foi nos EUA que o senhor teve os primeiros contatos com Malcolm X, de quem se tornaria amigo pessoal e até mesmo um chefe de segurança improvisado, em Paris, alguns anos depois. Como ele era na intimidade?

Conheci Malcolm X quando tinha 17 anos, em Nova York. Ia nas palestras e encontros na mesquita que ele frequentava e ficava apaixonado pela eloquência e pela coerência do que ele dizia sobre a afirmação racial. Acabei voltando a Cuba, onde me desiludi com a forma como a revolução estava sendo conduzida. Em resumo, após ser preso, fugi de lá e acabei reencontrando Malcolm X, em Paris, onde eu vivi parte do meu asilo. Isso foi no final de 1964. Ele vinha de uma série de encontros na África e daria uma palestra na capital francesa. Tivemos muitas conversas, e ele sempre se mostrou muito sereno e calmo. Sabia que estava marcado para morrer, tinha perfeita noção disso. Uma noite, quando estava no quarto dele, de guarda, vi que antes de dormir ele tomou um comprimido com um copo d'água. Perguntei o que era aquilo e ele apenas sorriu. Mais tarde, descobri que era um tranquilizante. Ele estava sob uma tremenda pressão e precisava daquilo para dormir. Menos de dois meses depois, foi assassinado.

É possível fazer um balanço, hoje, do impacto da Revolução Cubana na cultura?

O primeiro efeito foi extraordinário, que foi dar confiança ao povo, fazê-lo acreditar em sua força, em seu poder. Ela criou espaços de vida que não existiam antes. Por outro lado, foi progressivamente destruindo outras formas de expressão que deveriam ser mantidas. Como boa parte da população branca de Cuba fugiu para o exterior, a população negra se tornou majoritária no país. E Fidel e seus aliados não estavam preparados para lidar com isso, um dos motivos pelos quais me desiludi com a revolução. A música afro-cubana, por exemplo, foi reprimida, caso do Buena Vista Social Club, assim como as danças da santeria, do candomblé, que foram consideradas improcedentes e improdutivas. Jazz, funk e rhythm and blues também foram banidos, classificados como "imperialistas". Dizia-se que o momento era de trabalhar, não de dançar e cantar. Assim, tudo isso foi para a clandestinidade. Mas como é uma cultura que, desde a escravidão, está acostumada com os subterrâneos, ela resistiu e ficou ainda mais criativa, mesmo com a repressão que se mantém até hoje.

O hip-hop cubano é um exemplo atual dessa resistência criativa?

Sem dúvida, o hip-hop recupera a tradição oral africana, que é dura de ser combatida. É uma das formas mais revolucionárias de expressão, não só em Cuba, mas em todo o mundo. Claro que uma parte foi absorvida pela indústria, mas sua essência permanece intacta.

Mas recentemente foi descoberto que os EUA financiaram parte da cena de hip-hop em Cuba, como um alegado esforço para promover a democracia na ilha. Isso tira a credibilidade desse movimento?

Não acredito. O hip-hop cubano já existia antes desse projeto, que, aliás, foi um grande erro dos EUA, que só serviu para dar mais pretexto para a repressão das autoridades a esses artistas. Por outro lado, espero que a anunciada e esperada reaproximação dos dois países possa quebrar essas e outras barreiras e preconceitos. Hoje, boa parte da juventude cubana é apolítica, o que é, de certa forma, uma reação ao estado das coisas ali.

No livro, o senhor relata que sua última viagem a Cuba foi em 2000. Pensa em voltar?

Não penso. Após um banimento de 30 anos, voltei em 2000 e descobri que me sentia encurralado, como se estivesse numa prisão a céu aberto. A questão cubana não me polariza mais. Hoje posso prescindir de Cuba, não sinto mais angústia por viver longe da ilha.

O senhor já pensou em transformar o livro em um filme?

Meu saudoso amigo Néstor Almendros, fantástico documentarista e diretor de fotografia, colaborador de Truffaut, chegou a ler vários capítulos do livro e comentou que seria um belo material para um filme. Mas nunca foi uma obsessão minha, embora não esteja fechado a isso.

E que trilha sonora gostaria de ver musicando esse filme?

James Brown e Fela Kuti, duas personalidades vulcânicas, refletem boa parte do que aconteceu na minha vida, essa constante falta de paz que seguiu meus passos. Eles são a trilha imaginária do livro.

sábado, 14 de março de 2015

Carolina Maria de Jesus, 101 Anos


Carolina Maria de Jesus,  escritora (Sacramento/MG, 14 de março de 1914 — São Paulo/SP, 13 de fevereiro de 1977).

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carolina_de_Jesus

quinta-feira, 12 de março de 2015

Curso de Especialização: Psicologia Política

Coordenação: Prof. Dr. Alessandro Soares da Silva (Coordenador) e Prof. Dr. Dennis de Oliveira (Vice- Coordenador)
Período de realização: 06.04.2015 a 06.10.2016
Local: Escola de Artes, Ciências e Humanidades - EACH – USP
Av. Arlindo Bettio, 1.000 – Ermelino Matarazzo.
Dias e horário de oferecimento: Segundas, quartas e sexta-feiras, das 19h às 22h45, e aos Sábados das 08h30 às 12h30
Carga horária: 500 horas
Nº de vagas: 89
Público-alvo: Profissionais da Educação, Administração, Antropologia, Ciências Sociais, Comunicação Social, Direito, Economia, Filosofia, Gerontologia, Gestão Ambiental, Gestão de Políticas Públicas, História, Jornalismo, Marketing, Obstetrícia, Pedagogia, Política, Psicologia, Relações Internacionais, Saúde Pública, Sociologia, lideranças comunitárias, membros de sindicatos, ONGs e movimentos sociais portadores de diploma ou prestes a concluir cursos de graduação em geral.

Objetivo - O presente curso de especialização tem por objetivo fundamentar teoricamente as práticas psicopolíticas junto às associações de bairro, sindicatos, terceiro setor, conselhos, partidos políticos, escola e movimentos sociais, governos e outras áreas de atuação profissional que estejam relacionadas com fenômenos coletivos, assim como capacitar os/as alunos/as para a intervenção em instituições e/ou comunidades.

Objetivos Específicos - Capacitar e formar lideranças para a atuação nesses diferentes campos. - Analisar criticamente as políticas públicas, bem como elaborar propostas que auxiliem na elaboração das mesmas. - Formar quadros profissionais capazes de atuar junto a comunidades, movimentos sociais, terceiro setor e governo.

Inscrições: No período de 09.03.2015 a 18.03.2015, somente On-line, conforme instruções abaixo.

Procedimentos de Inscrição:
- Efetuar a inscrição on-line na data especificada acima no Sistema Apolo: www.sistemas.usp.br/apolo, link inscrições on-line, na seção de acesso público, não sendo necessário número de login e senha.
- Os passos para a inscrição on-line são os seguintes: 1 – Na seção de acesso público do sistema, acessar o link inscrições on-line; 2 – Escolher a Unidade, clicando no nome Escola de Artes, Ciências e Humanidades; 3 – Escolher o Curso, clicando no nome Psicologia Política; 4 – Inserir número do CPF e clicar em avançar; 5 – Inserir e-mail, data de nascimento, repetir os caracteres que aparecerão na página e clicar em avançar (atenção ao e-mail que será informado, pois o mesmo será utilizado para a finalização da inscrição e todos os demais procedimentos, inclusive envio de boleto para pagamento da taxa de matrícula);
6 – Verificar e-mail com chave de segurança que será enviado pelo sistema;
7 – Acessar o link com a chave de segurança. Este link direcionará novamente para uma página do Sistema Apolo, onde já estará inserida a chave. Clicar em avançar.
8 – Verificar mensagem do sistema informando sobre a realização da inscrição.
Atenção: O sistema informará que a inscrição foi realizada com sucesso e que, portanto, o interessado está inscrito no curso. Isto não significa que o mesmo está matriculado, sendo necessário realizar e participar dos demais procedimentos de inscrição (envio da documentação, processo de seleção e pagamento da taxa de matrícula) para que a matrícula seja realmente efetivada e, assim, possa participar do curso.

Procedimentos para envio da documentação: - Enviar para o e-mail ccex-each@usp.br os seguintes documentos: Cópias do RG e do CPF (não serve carta de habilitação, pois este documento não contém alguns dados imprescindíveis para o cadastro, como dígito e data de expedição do RG); Cópia do diploma de conclusão do curso superior ou equivalente (no caso dos candidatos que estão prestes a concluir o curso, deve ser apresentada documentação (ex.: Declaração/ Histórico Escolar) que comprove tal situação, sendo que esta documentação será analisada pela coordenação do curso no momento da seleção dos candidatos); Projeto de pesquisa com mínimo de 5 e máximo de 8 páginas, contendo: introdução, justificativa, objetivo geral, objetivos específicos, metodologia, cronograma de 18 meses e referências bibliográficas; Currículo Lattes.

*Recomendamos que ao realizar a inscrição, o interessado consulte as informações gerais sobre o curso, como programa e detalhamento das disciplinas, critérios de seleção, etc. Estas informações estão disponíveis no mesmo link de realização das inscrições on-line, na página de escolha do curso (basta clicar no ícone em forma de lupa que aparece ao lado do nome do curso/atividade).

Processo de seleção dos inscritos: A seleção se dará pela análise da documentação enviada, lembrando que os candidatos deverão ser portadores de título de graduação (bacharelado ou licenciatura) ou estar prestes a concluir o curso. Serão analisados, ainda, o projeto de pesquisa e o Currículo Lattes de cada candidato. Projeto e Currículo Lattes serão avaliados pelo corpo docente no que tange a qualidade, produção e aderência aos orientadores, sendo que nenhum/a docente assumirá mais do que 6 orientandos.
A fase final será a entrevista dos/as candidatos/as cujos projetos forem selecionados. Os candidatos não selecionados, em razão do número de vagas, constarão de uma lista de espera e poderão ser convocados para a matrícula posteriormente, caso haja desistência ou falta de pagamento da taxa de matrícula pelos primeiros selecionados.
Os projetos selecionados serão divulgados no dia 24.03.2015, quando se dará início à fase de entrevistas e a seleção final dos candidatos será divulgada no dia 30.03.2015 em nosso site: http://each.uspnet.usp.br/site/extensao-avisos.php

*Verifique, abaixo, o cronograma geral com outras datas importantes

Pagamento da taxa de matrícula: Os candidatos selecionados deverão efetuar o pagamento da taxa de matrícula, no valor total de R$ 1.500,00 dividido em três parcelas, conforme os seguintes vencimentos:
1ª parcela: 02.04.2015
2ª parcela: 07.05.2015
3ª parcela: 08.06.2015
Os boletos serão enviados por e-mail aos selecionados no 30.03.2015. Quem não efetuar o pagamento das parcelas terá a sua matrícula cancelada e não haverá devolução de qualquer das parcelas já pagas, nem do valor total da taxa de matrícula, caso o aluno desista do curso.
Isenções: Serão reservadas 09(nove) vagas para isenções, sendo 05(cinco) para funcionários da USP e 04(quatro) para representantes de movimentos sociais.
Os representantes de movimentos sociais devem enviar documento oficial do movimento comprovando a sua representação e carta justificando a relevância do curso para o movimento. Caso o número de interessados nas isenções ultrapasse o número de vagas reservadas, a seleção se dará conforme os seguintes critérios:
Funcionários: 1 – Maior tempo de ingresso na USP; 2 – Menor número de cursos já realizados; 3 – Maior idade.
Representantes de movimentos sociais: Serão analisados o mérito e a relevância da justificativa.

Cronograma geral: - 09.03.2015 a 18.03.2015.
Inscrições on-line; - 19.03.2015 a 22.03.2015.
Análise da documentação e seleção de projetos para entrevistas; - 23.03.2015.
Divulgação dos projetos selecionados; - 23.03.2015 a 28.03.2015 (sábado).
Entrevistas em local a ser informado posteriormente; - 30.03.2015.
Divulgação da seleção final dos candidatos; - 30.03.2015 a 02.04.2015.
Pagamento da primeira parcela da taxa de matrícula; - 06.04.2015.
Aula Inaugural: Psicologia Política como Campo Profissional e de Pesquisa

Contato: Secretaria da Comissão de Cultura e Extensão (CCEx) da EACH - Av. Arlindo Bettio, 1.000, Prédio I1, sala T43 – fone (11) 30911016 – ccex-each@usp.br

quarta-feira, 11 de março de 2015

SEUS CABELOS SÃO LINDOS, MAS VOCÊ OS ESCONDE

Jaqueline Gomes de Jesus

Seus cabelos são lindos, mas você os esconde,
Não porque deseja e sim porque lhe ensinaram
A bondade no silêncio de um coração,
A importância de apagar seu próprio rosto.

Seus cabelos são lindos, mas você os esconde
Como as nuvens encobrem o brilho noturno.
Porém se os olhos não veem o coração sente:
A Lua Cheia resplandece e desperta belezas.

Seus cabelos são lindos, mas você os esconde
Atrás do comercial e do livro didático,
À frente de um sorriso e de uma aprovação.

Seus cabelos são lindos, mas você os esconde.
Jamais cansarei de falar esta verdade:
Um dia você verá seus lindos cabelos.

sábado, 7 de março de 2015

Livros para Libertação #72: LITERATURA E SISTEMAS INTERSEMIÓTICOS

Hoje é meu aniversário. Se você quiser conhecer melhor as bases do meu processo interpretativo, e ir muito além, leia este livro: LITERATURA E SISTEMAS INTERSEMIÓTICOS.



De Flávio René Kothe, publicada pela Cortez e Autores Associados de São Paulo em 1981, esta obra de pura energia é desafiadora, incisiva, ampliando os olhares sobre o real a partir da leitura do mundo, dos artefatos, dos suportes, dialogando com a semiótica e a estética, ensinando crítica e pensando a crítica sobre sistema e dominante, mímese, intertextualidade, dialogismo e dialética, hermenêutica, sobretudo.

Posso afirmar, sem exageros, que ler este livro, caso ainda não o tenha feito, poderá lhe tornar uma pessoa mais inteligente, menos submissa ideologicamente, e uma voz de fato dissonante, com mais ônus do que bônus do que isso poderá acarretar para sua vida no status quo.

Uma leitura perigosa. A escolha é sua.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Livros para Libertação #71: LUSITANIDADE E NEGRITUDE

Este, provavelmente, será mais fácil você encontrar na internet do que impresso: LUSITANIDADE E NEGRITUDE.



Discurso proferido por Léopold Sédar Senghor na Academia das Ciências de Lisboa, em 29 de janeiro de 1975, esta é uma tradução indatada (certamente dos anos 80), feita por Luis Forjaz Trigueiros, e publicada pela Editora Nova Fronteira, do Rio de Janeiro, acompanhada do original em francês.

Nesta longa elucubração, o poeta e então presidente da República do Senegal trata da cultura africana e suas relações tanto com Portugal quanto com o Brasil. Reflexão diplomática, e sobretudo elegante, é ainda marcada pela imagem, hoje desmistificada, que lhe havia sido apresentada de um Brasil mestiço e carinhoso.

Apesar das lacunas, por ser uma fala menos acadêmica do que política e poética, vale pela capacidade, contextualizada, de se apropriar das produções culturais luso-brasileiras para demonstrar o quanto de profundamente africano há nelas.

Março: Mês das Mulheres

O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal - CRP-DF gostaria de compartilhar a sua experiência em fazer psi: Participe!


Nota de Esclarecimento sobre a Situação Financeiro-Administrativa do CRP-DF

Livros para Libertação #70: SUPERANDO O RACISMO NA ESCOLA

Um livro que mudou muitas cabeças e continua a afetar corações: SUPERANDO O RACISMO NA ESCOLA.



Organizado por Kabengele Munanga, o livro, publicado em 2001 pelo Ministério de Educação/Secretaria de Educação Fundamental, em Brasília, apresenta textos já clássicos sobre a desconstrução da discriminação nos livros didáticos e a valorização da auto-estima da criança negra por meio das tradições, artes e literatura.

A obra, prefaciada por Paulo Renato Souza, traz textos do organizador, de Ana Célia da Silva, Antônio Olímpio de Sant'Ana, Glória Moura, Helena Theodoro, Heloísa Pires Lima, Inaldete Pinheiro de Andrade, Maria José Lopes da Silva, Nilma Lino Gomes, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Rafael Sanzio Araújo dos Anjos e de Véra Neusa Lopes.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Livros para Libertação #69: IDENTIDADE FRAGMENTADA


IDENTIDADE FRAGMENTADA: Um estudo sobre a história do negro na educação brasileira 1993-2005, de Renísia Cristina Garcia, foi publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, em Brasília.

Na obra, a autora utiliza dados governamentais sobre o sistema educacional brasileiro para discorrer sobre a inserção/exclusão de negras e negros da educação infantil ao ensino superior, demonstrando que as graves falhas das políticas universalistas para aproximar no ambiente educacional, em termos quantitativos e de desempenho, populações que vivem discrepâncias socioeconômicas históricas.

Importante ressaltar que, apesar de a desigualdade educacional entre negros e brancos permanecer praticamente inalterada no período em questão, os estudantes negros apresentavam uma progressão na sua taxa de eficiência maior que a dos brancos, o que só reitera o poder da auto-organização da população negra e de políticas afirmativas pontuais para a transformação do quadro, o que ainda exige um empenho estrutural por parte do Estado brasileiro.

Livros para Libertação #68: MULATO


MULATO: Negro~Não-Negro e/ou Branco~Não-Branco, de Eneida de Almeida dos Reis.

Publicado pela Editora Altana, de São Paulo, em 2002, com apresentação de Antonio da Costa Ciampa, e introdução de Kabengele Munanga, o livro observa aqueles que não costumam ser reconhecidos (ou se reconhecem) como negros, nem como brancos.

Ousa apontar para os desafios das identidades sociais fora do lugar comum, postas como indefinidas, porventura reconhecidas e se reconhecendo como negras, na singularidade de cada ser negr@, como identidade política, podendo enfim ser si mesmo(a).

Novo Número da Revista da ABPN


Revista da ABPN - Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as)
Nov 2014 - Fev 2015 / Vol. 7, Nº 15 (2015):


terça-feira, 3 de março de 2015

Livros para Libertação #67: NEGROS


NEGROS: Identidade, exclusão e direitos no Brasil, de Sarita Amaro, publicado pela Tchê Editora, de Porto Alegre, em 1997.

Com prefácio de Ivair Augusto Alves dos Santos, o livro adverte que a situação da população negra segue em um nível de segregação semelhante ao de cem anos.

Considerando o seu contexto de fins do século XX, analisa a exclusão social dos negros a partir da ideologia racista como herança da escravidão e sustentada pelo mito da democracia racial.

Reflete, ainda, sobre os conceitos de estigma e identidade social, apontando para estratégias para a eliminação da discriminação racial, junto à família, à escola e a sociedade, aproveitando-se da legislação existente, qualificando profissionalmente e valorizando a estética e a arte negras.

Quando conheci Sarita ela me disse, e autografou no meu exemplar, que eu era teimosa... e que isso era bom! "Caso contrário dificilmente conquistaremos nosso espaço de direito"!

segunda-feira, 2 de março de 2015

Livros para Libertação #66: O SER NEGRO


O SER NEGRO: A construção de subjetividades em afro-brasileiros, de Maria da Consolação André, com prefácio de Norberto Abreu e Silva Neto, foi publicado pela LGE Editora, de Brasília, em 2008.

Este livro é o resultado de uma rica investigação da autora sobre os processos de construção de subjetividades em afrodescendentes no Brasil, considerando a conjuntura racista, o ideário da branquitude e possíveis intervenções psicossociais para a inclusão social e emancipação da população negra.

Livros para Libertação #65: AÇÕES AFIRMATIVAS EM EDUCAÇÃO


AÇÕES AFIRMATIVAS EM EDUCAÇÃO: Experiências brasileiras, organizado por Cidinha da Silva, foi publicado pelo Selo Negro da Summus Editorial, de São Paulo, em 2003.

Com prefácio de Sueli Carneiro, textos da organizadora, de Cristiano Augusto da Silva, Eduardo Henrique Pereira de Oliveira, Fernando Arruda, Lucimar Rosa Dias, Rosana Borges, Rosângela (Janja) Araújo e Valéria Maria Borges Teixeira, o livro aprofunda o debate sobre ações afirmativas ao definir metodologias e descrever programas de garantia do acesso, permanência e sucesso de negras e negros no Ensino Superior.

domingo, 1 de março de 2015

OLIVEIRA SILVEIRA NA UnB: Memória Coletiva e Políticas de Inclusão Racial


GENTEEEEEEEE!!!!!! Tô chocada!

Acabo de ver que foi publicado, pela Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros - ABPN, meu artigo memorialístico "OLIVEIRA SILVEIRA NA UNB: MEMÓRIA COLETIVA E POLÍTICAS DE INCLUSÃO RACIAL"!!!

http://www.abpn.org.br/Revista/index.php/edicoes/article/view/431/354

Esse artigo é TUDO (não só porque sou a autora [humildade] e nem porque foi aprovado sem necessidade de correções [beijinhos]), ele ar-ra-sa, pois o que pretendi foi demonstrar como o conceito de consciência negra foi impulsionado de dentro para fora a partir da construção - mais do que consolidação - da memória coletiva acerca da figura de Zumbi dos Palmares, que se tornou O referencial ético-político para o impulsionamento do moderno movimento negro brasileira, orientado fortemente pelo princípio da consciência negra.

Pois bem, além de fazer digressões e relacionar dados históricos com discursos cotidianos dos movimentos sociais, propus aplicá-los a um contexto real, protagonizado pelo próprio criador do Dia da Consciência Negra, o poeta gaúcho Oliveira Silveira, tendo o meu testemunho acerca de sua ida à Universidade de Brasília, por oportunidade das atividades do Mês da Consciência Negra na instituição.

LEIAM, meus bens, e vejam como a história molda os sujeitos que moldam a história. Um processo nada passivo, um pouco intencional e muito conflituoso. E que, quanto ao tema em pauta, segue frutificando atualmente, para além da cultura e da política, alcançando, ainda que com menos força do que poderia, as esferas da economia.


Axé!

Livros para Libertação #64: HISTÓRIA DAS RUAS DO RIO

Um livro para os 450 anos da Cidade Maravilhosa: HISTÓRIA DAS RUAS DO RIO (e da sua liderança na história política do Brasil).


Clássico de Brasil Gerson, surgida primeiramente em 1963, durante as comemorações do quarto centenário, em 1965, é uma obra grandiosa, que não apenas detalha as ruas e bairros, mas sua formação e constituição no quadro cultural e histórico.

A minha edição é de 2000, da Lacerda Editores, do Rio de Janeiro, com prefácio de Alexei Bueno. Lendo as descrições e admirando as imagens com nossos olhares de século XXI, mais do que reconhecer, mais uma vez, a cidade como organismo vivo, sente-se a falta do que não mais existe, e que se continua-se existindo não nos daria a cidade viva que temos hoje.

Admirabilíssimo trabalho de pesquisa, fruto de décadas de investigações alinhavadas por um texto cuidadoso.

E parabéns à Mui Leal e Valorosa Cidade de Meu Pai São Sebastião do Rio de Janeiro!