domingo, 23 de abril de 2017

GISBERTA, com Luis Lobianco


Assisti, com amigos (por intermédio de Júlio Moreira, do Grupo Arco-Íris), a peça GISBERTA, estrelada por Luís Lobianco e escrita por Rafael Souza-Ribeiro, em cartaz no CCBB Rio.

Eu tinha um temor prévio, e o confessei a Lobianco, por imaginar que aquela sobre a qual se falava, Gisberta Salce Júnior (mulher trans brasileira assassinada em Portugal, em 2006), seria interpretada por um homem cis (cis é toda pessoa que não é trans).

O que testemunhei foi um espetáculo de extraordinária sensibilidade. Texto, interpretação e ambientação impecáveis. A música presente, ao longo de toda a história, está imbricada na própria vida daquela sobre a qual se fala.

Comentei com Lobianco sobre como sua belíssima atuação (profundamente respeitosa), foi sensível, primorosa: sob uma longa túnica bege que me remetia - curiosamente - aos antigos romanos nas cerimônias fúnebres, e aos medicantes, ele falou de Gisberta a partir das vozes daqueles que a cercavam e dos silêncios de sua existência luminosa, apagada - após longa tortura - no fundo de um poço triangular...

É uma peça para tocar o público e estimulá-lo a ver as vidas das pessoas trans como vidas humanas, ao invés de as invisibilizar, como se costuma fazer; para mostrar, aos que assistem, o cotidiano de uma mulher trans, que sistematicamente tem sua mulheridade questionada.

O martírio de Gisberta se repete centenas de vezes todo ano, em sua nação de origem: o Brasil é o país no qual mais se matam pessoas trans no mundo. Aqui, 90% das mulheres trans e travestis só encontram trabalho na prostituição. Que outro grupo social está tão concentrado em apenas uma ocupação? Apesar disso, pouco se fala de transfobia (preconceito e discriminação contra pessoas trans) por estas terras.

Estou muito grata pelo que pude ver, ouvir e sentir, e espero que muitas outras pessoas possam ser tocadas pela mensagem deste espetáculo precioso, que defende a vida e a felicidade, contra o ódio e a ignorância.

#gisberta

sábado, 8 de abril de 2017

Livro "Feminicídio #InvisibilidadeMata"

O Instituto Patrícia Galvão e a Fundação Rosa Luxemburgo lançaram semana passada, em São Paulo, o livro "Feminicídio #InvisibilidadeMata", do qual sou uma das autoras.

Apresentando resultados de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas há anos, essa é uma importante publicação, que terá repercussão internacional, sobre as características dos feminicídios no Brasil, sua denúncia (somos o quinto país que mais mata mulheres, de forma geral, e particularmente o que mais mata mulheres trans no mundo), e a urgência do enfrentamento às violências contra as mulheres.

Buscando ampliar este debate urgente e necessário, o livro foi liberado para download, na íntegra, por meio destes links:

Livro "Feminicídio #InvisibilidadeMata" (em pdf/alta resolução): http://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2017/03/LivroFeminicidio_InvisibilidadeMata.pdf

Livro "Feminicídio #InvisibilidadeMata" (em pdf/tamanho reduzido): http://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2017/04/LivroFeminicidio_InvisibilidadeMata_red.pdf

Abraços,

Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus

terça-feira, 4 de abril de 2017

Dia Mundial da Saúde - Organização Pan-Americana da Saúde

Dia Mundial da Saúde - Organização Pan-Americana da Saúde, 3 de abril de 2017
Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus (IFRJ) - Depressão e Racismo
Fotos: Alejandro Zambrana




Aula Inaugural: Vamos Brincar de Saúde?

Hoje, às 15 horas, ministrarei a Aula Inaugural deste semestre letivo no Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ Campus Realengo!

Segue um gostinho do que preparei para os estudantes, professores, técnicos e demais integrantes da comunidade: