Fui com meu marido comprar uma peça de carne assada no açougue.
O senhor que nos atendeu, Marco, imediatamente me reconheceu, afirmando que vira na televisão um debate em que participei.
Explorando os detalhes, constatei que ele se lembrava da mesa da TV Brasil onde discuti sobre a Geração Nem-Nem, que não trabalha nem estuda.
Pelo visto ele adorou minha participação. Abriu a carteira e mostrou o nome anotado num bilhete cuidadosamente dobrado: Jaqueline Gomes de Jesus!
Ele disse que fui a melhor, que os outros só queriam aparecer.
Agradeci lisonjeada e, educadamente, respondi que os outros debatedores também eram bons.
Conversamos um pouco e soube que o filho do senhor Marco se chama Marcos Fabrício Lopes da Silva, poeta com Doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Minas Gerais e brasiliense de nascimento como eu.
O pai me contou que ele estava esses dias em Brasília, mas sentia falta da rica vida cultural de BH. Compreensível para quem conhece o marasmo artístico-intelectual de Brasília.
Comprei este livro da autoria dele, que o Seu Marco dispunha no açougue.