terça-feira, 26 de agosto de 2014

RETIRO MEU APOIO A MARINA SILVA


Se na sexta-feira, 29 de agosto, a sociedade brasileira foi premiada com o melhor programa de governo já elaborado para a campanha de um(a) candidato(a) à presidência da República, o de Marina Silva, fundamentado em ricas contribuições de integrantes do PSB, da Rede Sustentabilidade e outras agremiações, no sábado recebemos a escabrosa notícia de que esse mesmo material fora reformulado, por razões e justificativas várias.

Essa prática é, a meu ver, detestável. Principalmente por ser incoerente com os discursos e produções textuais da candidatura de Marina Silva e Beto Albuquerque que defendiam a radicalização do debate sobre as políticas públicas, que contrapunham preconceitos e boatos com falas e artigos que valorizavam a diversidade humana, a cidadania e as identidades como um dos eixos transversais do projeto desse coletivo para o Poder Executivo brasileiro.

Por isso, RETIRO MEU APOIO A MARINA SILVA.

Não coaduno com campanhas que não mantém o seu discurso, ou que o flexibilizam, sem diálogo com aqueles que o construíram num conjunto, devido à pressão de grupos de poder ou determinados sujeitos de fala.

Reitero que precisamos seguir na luta para a mudança do quadro político atual, o qual é partícipe do processo deletério de fortalecimento do fundamentalismo em nosso país. Engana-se ou quer enganar quem afirma que serão aqueles que estão no atual comando da República que modificarão o status quo.

Com isso não estou afirmando que este ou aquele partido será protagonista de tal enfrentamento. Compreendo que o principal espaço para esse embate de ideias e práticas está nos movimentos sociais, que precisam se empoderar para transformarem a sua hoje significativa influência social em poder político efetivo.

*

domingo, 24 de agosto de 2014

"Em Quem As feministas Votam?", por Jarid Arraes



Por Jarid Arraes para a Revista Fórum:

Candidatas mulheres e temas espinhosos: em quem as feministas votam?
http://revistaforum.com.br/digital/161/candidatas-mulheres-e-temas-espinhosos-em-quem-feministas-votam
(Na terça feira a matéria será liberada para todos os públicos. Se quiser ler antes na página da revista, torne-se assinante, é baratinho).



sábado, 23 de agosto de 2014

Psicólogas(os) na Construção da UnB

Sintfub convida para o Seminário “Psicólogas (os) na construção da UnB”, no dia 28

Em homenagem ao Dia dos Psicólogos, o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília - Sintfub convida todos os psicólogos da FUB para participarem do seminário “Psicólogas (os) na Construção da UnB”, que será realizado na sala de reuniões deste Sindicato, dia 28 de agosto, quinta-feira, das 14h30 às 17h30.

Durante o evento haverá debates sobre os desafios e as lutas dos profissionais psicólogos por melhores condições de trabalho, o cotidiano dos psicólogos da UnB e o papel da Psicologia na transformação da realidade social.

 O evento é gratuito e as inscrições serão feitas no próprio local, com direito de certificação aos participantes.

PROGRAMAÇÃO:

PSICÓLOGAS(OS) NA CONSTRUÇÃO DA UNB
28/08, quinta-feira, das 14h30 às 17h30
Sala de reuniões do SINTFUB

14h30 - Mesa de Abertura
Componentes:
- Mauro Mendes, coordenador Geral do SINTFUB
- Ivan Camargo, reitor da UnB
- Ingrid Quintão, Conselho Regional de Psicologia-DF
- representante do Sindicato dos Psicólogos-DF
- Dep. Érika Kokay
- representante da FASUBRA

15h – Conferência
DESAFIOS DAS(OS) PSICOLOGAS(OS) NA UnB
Conferencista:
- Mario César Ferreira, professor do IP

15h30 - Debate
PSICÓLOGAS(OS) NO DIA-A-DIA DA UNB
Componentes:
- Bruno Costa, vice-coordenador do CAEP/IP
- representante da Coordenação de Qualidade de Vida da Diretoria de Saúde/DGP
- representante do SOU/DEG

17h - Palestra de Encerramento
UMA PROFISSÃO QUE SE MODIFICA AO TRANSFORMAR A REALIDADE
Palestrante:
- Jaqueline Gomes de Jesus, psicóloga social e do trabalho

17h30 - Encerramento com Coffee Break

Maiores informações em http://www.sintfub.org.br/posts.php?id=63

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Os Conhecimentos, As Pessoas e Suas Ordens

As Meninas, de Velásquez.

"Cada ciência tem seu tempo, e os saberes são anteriores aos discursos".
Por Jaqueline Gomes de Jesus para (EN)CENA - A Saúde Mental em Movimento, sobre "As Palavras e As Coisas", de Michel Foucault, em http://ulbra-to.br/encena/2014/08/21/As-palavras-e-As-Coisas-Os-Conhecimentos-As-Pessoas-e-Suas-Ordens

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Gênero sem Essencialismo: Feminismo Transgênero como Crítica do Sexo

Acaba de sair um novo artigo científico desta que vos escreve:



GÊNERO SEM ESSENCIALISMO: FEMINISMO TRANSGÊNERO COMO CRÍTICA DO SEXO
Jaqueline Gomes de Jesus
Universitas Humanística, revista semestral dos departamentos de Antropologia e Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais da Pontificia Universidad Javeriana de Bogotá, Colômbia.
Dossiê Feminismos Dissidentes

Resumo
O feminismo transgênero, mais popularmente denominado como transfeminismo, é linha de pensamento e prática feminista que rediscute e critica a subordinação morfológica do gênero (como construção psicossocial) ao sexo (como biologia), com repercussões teóricas e políticas sobre os corpos. O presente artigo identifica, por meio de análise crítica, os fundamentos teóricos do transfeminismo no processo histórico de consciência política e de resistência, a partir das leituras que orientam acadêmicos e militantes, constituído pelo feminismo negro e outras linhas de pensamento feminista; reconhecendo e apontando para as múltiplas contribuições de diversos saberes. Conclui-se que os elementos fundamentais que determinam e orientam o feminismo transgênero são: a redefinição da equiparação entre gênero e biologia, a reiteração do caráter interacional das opressões, o reconhecimento de histórias de lutas pela livre expressão de gênero e a validação das contribuições de quaisquer pessoas para o pensamento e a ação transfeminista, independentemente de sua identificação de gênero.
Palavras-chave: Gênero; Sexo; Feminismo; Processos Grupais; Relações Interpessoais; Política Identitária; Identidade Social.

O artigo está disponível em http://revistas.javeriana.edu.co/index.php/univhumanistica/article/view/6410

Há outros artigos e uma resenha interessantíssimos no Dossiê, os quais recomendo a leitura, para maior conhecimento acerca do que tem sido pensado na América Latina sobre gênero, violência, feminicídio, pós-colonialismo, descolonialidade, teoria queer, resistência política queer, feminismo, feminismo negro, feminismo afrodiaspórico e transfeminismo.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

30 Horas Psicologia JÁ!

Carta de apoio ao Projeto de Lei nº 3338/2008, que prevê a redução da carga horária de trabalho semanal das(os) psicólogas(os) para 30 horas:

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Dando um Tempo na Gestão

Hoje entrego formalmente a gestão da Coordenadoria de Capacitação - PROCAP, vinculada à Diretoria de Capacitação, Desenvolvimento e Educação do Decanato de Gestão de Pessoas da Universidade de Brasília - UnB, ao colega administrador Abinadab Pereira.


Estou treinando ele para que se ambiente no serviço conhecendo nossa história, estrutura, logística, processos, procedimentos, legislações, cultura e comportamento organizacional. Além de instrui-lo com algumas noções básicas sobre Treinamento, Desenvolvimento e Educação (TD&E).


A partir de setembro me afasto da UnB para concluir minha pesquisa de pós-doutoramento em trabalho e movimentos sociais na Escola Superior de Ciências Sociais - CPDOC da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, sob orientação da professora Dulce Pandolfi.

Para quem observou o detalhe, explico que o símbolo acima da minha cabeça é o Adinkrahene, símbolo de grandeza, carisma e liderança necessários para inspirar outras pessoas. É um dos riquíssimos símbolos chamados de Adinkra que foram criados pelo povo Ashanti, do sul de Gana, na África, há centenas de anos. Surgiu numa oficina que fizemos no ano passado, para capacitação e atualização da equipe da PROCAP.

domingo, 17 de agosto de 2014

“Cursinho para tirar preconceito”


Vejam, nesta matéria do jornal O Globo, como as pessoas lidam de forma simplória com o problema das relações interpessoais e intergrupais degradadas:



Esse tipo de iniciativa pode ser louvável, mas não ajuda a enfrentar, mesmo que indiretamente, o problema do preconceito e da discriminação.

NÃO SE TIRA PRECONCEITO COM PALESTRA.

Aliás, o objetivo de ações sérias e bem planejadas de valorização da diversidade sequer é "tirar" preconceito.

Infelizmente, muita gente de boa vontade e até mesmo gestores bem informados ainda tratam o tema "diversidade" como se qualquer um(a) pudesse abordá-lo (todo mundo acha que sabe o que é diversidade humana e como resolver os conflitos derivados da hierarquização de grupos sociais), tocando apenas no nível cognitivo mais superficial e com abordagem moralista. Lamentável.

sábado, 16 de agosto de 2014

Por Que Tanta Cirurgia Plástica no Brasil?


Participação popular quer saber: por que tanta cirurgia plástica no Brasil?
Programa de sexta-feira, 15/08/2014.

Com 1,5 milhão de cirurgias realizadas em 2013, o Brasil desbancou os Estados Unidos do primeiro lugar em realização desse tipo de procedimento. E se as próteses mamárias e a lipoaspiração continuam sendo as estrelas, a plástica de nariz cresceu 76% em dois anos! Por que o brasileiro faz tanta plástica? Um dos maiores cirurgiões plásticos do mundo, o brasileiro Ivo Pitanguy afirma que temos uma fixação exagerada com a imagem. E não são só os adultos que aderiram. Hoje, adolescentes incluíram cirurgias em suas listas de presentes de 15 ou 18 anos.

Mas como fica a saúde do brasileiro? Os pacientes estão sendo adequadamente informados sobre os riscos das cirurgias? Como saber se essas correções são realmente indicadas ou fruto de uma distorção de imagem? E como escolher um profissional confiável?

Debatedores:

Angela Bismarchi, empresária
Jaqueline Gomes de Jesus, Conselho Regional de Psicologia / DF
Luciano Chaves, Secretário geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Wagner Moraes, cirurgião plástico

Esta edição do programa Participação Popular será reprisada nos seguintes dias e horários:

- Sábado, 00:00
- Domingo, 17:30
- Segunda, 08:30
- Terça, 05:00
- Quinta, 17:00

No link abaixo, você pode assistir novamente o programa ou fazer download do vídeo:
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/PARTICIPACAO-POPULAR/472919-PARTICIPACAO-POPULAR-QUER-SABER-POR-QUE-TANTA-CIRURGIA-PLASTICA-NO-BRASIL.html

O Participação Popular é apresentado por Fabricio Rocha na TV Câmara e também na Rádio Câmara, às 18 horas, ao vivo. Participe, mande sua pergunta para o 0800 619 619, para o email participacaopopular@camara.leg.br ou pelo twitter @participacaopop

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Psicologia e Trabalho: Desafios e Condições da Profissão


Segunda-feira, 18 de agosto, às 19h, acontece mais um evento do Mês da Psicologia:

Roda de conversa PSICOLOGIA E TRABALHO: DESAFIOS E CONDIÇÕES DA PROFISSÃO, no auditório do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal - CRP-DF.

Venham, participem!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O Estudante, Esse Inimigo

Fonte da imagem: Hoje em Dia.

Um texto atual de Tristão de Athayde (Alceu Amoroso Lima):

O ESTUDANTE, ÊSSE INIMIGO
Tristão de Athayde
Publicado no Jornal do Brasil, de 10/02/1966.

Cada vez mais me convenço de que o maior êrro da Revolução de 1964 foi o seu divórcio com a mocidade e os trabalhadores. O estudante e o operário foram tratados como naturalmente subversivos, que precisavam provar preliminarmente o contrário para não incorrerem em medidas de precaução ou de repressão, em nome da “segurança nacional”. Não por culpa dêles, evidentemente, mas por culpa dos seus corruptores geralmente intelectuais ou professores, muitos dos quais mantidos até hoje sob cuidadosa vigilância... Ou apenas tolerados, como cobaias ou propaganda do liberalismo oficial.

É dos estudantes que desejo hoje falar, pois nêles depositamos, todos, as nossas esperanças. Não apenas por ser isso um lugar-comum e uma chapa invariàvelmente batida por todos os nossos discursos de paraninfos. Mas porque a política até agora seguida para com êles poderá ter resultados desastrosos.

O que se pretendeu, com essa política repressiva ou supressiva, foi evitar o extremismo esquerdista. O que vão conseguir, se tal política fôr mantida, para mal dos nossos pecados, não é a democratização da juventude, mas pelo contrário sua completa desdemocratização, por dois caminhos: ou o caminho do extremismo direitista; ou o caminho do sibaritismo dolce vita. Êste último ainda mais provável que o primeiro, já que a fascistização da mocidade ou a sua incorporação ao conservadorismo tradicionalista só atingirá minorias pràticamente inexpressivas. A não ser que vença a terceira revolução, isto é, a da linha dura, que aproveitaria, então, êsses pequenos núcleos como tropas de choque. Mas esta é uma hipótese bastante improvável.

O que vai conseguir, provàvelmente, essa política antiestudantil, se continuada, é a sibaritização da mocidade. Será o resultado mais patente da famigerada Lei 4.464. Essa lei procurou cercear a liberdade sindical dos estudantes e foi, recentemente, completada pelo fechamento da UNE e a proibição do seu funcionamento por seis meses. Daqui a seus meses... mas não prejulguemos. E tenhamos a esperança de que novos rumos surjam, em consequência dos bons elementos que incontestàvelmente foram agora colocados à testa dos negócios educativos. Trata-se de saber se terão mãos livres para agir.

A lei famigerada e paternalista procurou oficializar os diretórios estudantis, reduzindo-os pràticamente a meras associações decorativas, severamente controladas e sem nenhum interêsse para os estudantes. Sobretudo sem nenhuma possibilidade de treinarem para a sua futura vida pública, o que é uma das melhores justificativas da liberdade sindical estudantil.

Que acontece então com êsse dirigismo diretorial? Ou antes, que está acontecendo? É que os estudantes se desinteressam, totalmente, dêsses diretórios dirigidos e desfigurados, reduzidos a clubes dançantes e recreativos, que ficam em mãos de líderes mutilados ou de pelegos estudantis, tão nocivos como os pelegos operários. E por acaso vão eles interessar-se mais pelos estudos, porque deixam de se interessar pela política em geral, ou pela política universitária em particular? Não há nenhum indício de que assim o façam.

Os caxias continuarão a estudar direitinho, com diretórios ou sem êles. Quanto aos demais, e são sempre a maioria, tornam-se cada vez mais indiferentes, cépticos em relação à vida pública ou aos debates, preocupados apenas em cavar os seus diplomas o mais depressa possível ou então em gozar a boa vida, nas praias, nos botequins ou nos cabarés de luxo.

O peleguismo estudantil e o paternalismo oficial não conseguirão estudantes mais aplicados e sim estudantes sibaristas, indiferentes e prematuramente cépticos. Enquanto uma minoria silenciosa e de elite se lançará na clandestinidade e no extremismo esquerdista militante, preparando-se, então, guerrilheiramente para futuras batalhas, que esperamos em Deus sejam de Itararé, mas que podem, também, ser choques terríveis e sangrentos.

É a isso que nos levaria ou nos levará, na pior das hipóteses, uma política estudantil, para a qual o estudante universitário é um inimigo potencial...

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dialogando com o CRP: “A Pele que habito”

Da direita para a esquerda: Jaqueline Gomes de Jesus e Maria da Conceição Nascimento.


Notícia divulgada pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, em http://www.crprj.org.br/noticias/2014/080414.html


Dialogando com o CRP: “A Pele que habito”

No dia 23 de julho, foi realizado no Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro o segundo evento Dialogando com o CRP: “A pele que habito”. O debate sobre a implicação da Psicologia e seus profissionais com a questão da identidade de gênero e as relações étnico-raciais contou com mais de 40 pessoas presentes. 

As facilitadoras foram Jaqueline Gomes de Jesus – Mestre em Psicologia – UNB;  Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações (Psto) – UNB; Pós-Doutoranda da Fundação Getúlio Vargas; Conselheira do CRP-DF  – e   Maria da Conceição Nascimento (CRP 05/26929) – Graduada em Psicologia pela UFF; Pós-graduada pela UFF em “Raça, Etnias e Educação no Brasil”; Mestre em Psicologia pela UFF; Psicóloga Clínica; Membro da Articulação Nacional de Psicólogos (as) Negros (as) e Pesquisadores (as); Conselheira do CRP RJ. 

O presidente do CRP, José Novaes (CRP 05/980) iniciou o encontro falando mais uma vez sobre a importância deste espaço como forma de diálogo com a categoria. A Conselheira Janne Calhau (CRP 05/1608), da Comissão Regional de Direitos Humanos, também destacou a importância dos debates e discorreu brevemente sobre o filme de Pedro Almodóvar, que inspirou o nome do evento.

A psicóloga Jaqueline Gomes pontuou alguns desafios da psicologia para avançar no debate sobre a questão da identidade de gênero e da questão racial. “Nosso grande desafio é fazer essa interlocução, colocar em debate esse modelo imposto que é a de uma sociedade branca, sexista. O nosso papel é debater as várias contradições dessa lógica”, disse.

Em sua fala, Jaqueline lembrou as últimas vítimas de violência policial ocorridas no Rio de Janeiro, nos últimos meses. Afirmou ainda que existe um genocídio da população negra no país. “Há um genocídio da juventude negra. O problema é que estes não têm a mesma visibilidade que qualquer outro caso de violência sofrida pela população branca”. 

Segundo ela, isto ocorre e de forma naturalizada porque existe uma lógica de cidadania que contradiz o que se afirma na constituição. “Temos uma lógica de quem é mais [humano] ou menos humano; é uma sociedade racista.” 

O fortalecimento do feminismo negro no país, segundo as debatedoras, mostrou a supervalorização na sociedade de um modelo de mulher referido como padrão: branca e de classe média; permanecendo a diversidade da mulher brasileira invisibilizada. Hoje, há outra discussão que se coloca como importante: do transfeminismo – um debate sobre gênero e identidade sexual. Nesse sentido, as discussões sobre o feminismo auxiliam a aprofundar as discussões sobre sexualidade e gênero. 

A Conselheira Maria da Conceição apontou que desde a universidade seria necessário a discussão desses temas para que a sociedade, a Psicologia e os psicólogos se livrem dos estereótipos. “Necessitamos enxergar as pessoas; existe a necessidade de conhecermos de onde vêm os estereótipos sobre as pessoas negras, sobre as mulheres negras. Temos que conhecer a nossa história e saber como se deu a construção dos estereótipos sobre essa população, como se deu essa construção na sociedade. Conhecer é uma forma da gente escapar desse aprisionamento que é o estereótipo”, ressaltou.

Logo depois das falas os presentes puderam debater, tirar dúvidas, opinar e discutir outras ideias sobre o tema. 

O evento foi encerrado pelo Conselheiro Juraci Brito, da Comissão de Orientação e Fiscalização. O próximo ‘Dialogando com o CRP’ acontecerá na quarta-feira, dia 06 de agosto, às 18h30, o tema será: A Psicologia no Esporte: contribuições e desafios.