quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Fixação


FIXAÇÃO
Beni, Leoni e Paula Toller


Seu rosto na TV
Parece um milagre
Uma perfeição
Nos mínimos detalhes...


Eu mudo o canal
Eu viro a página
Mas você me persegue
Por todos os lugares...


Eu vejo seu poster
Na folha central
Beijo sua boca
Te falo bobagens...


Fixação!
Seus olhos no retrato
Fixação!
Minha assombração
Fixação!
Fantasmas no meu quarto
Fixação!
I want to be alone...


Preciso de uma chance
De tocar em você
Captar a vibração
Que sinto em sua imagem...


Fecho os olhos
Pra te ver, você nem percebe
Penso em provas de amor
Ensaio um show passional...


Eu vejo seu poster
Na folha central
Beijo sua boca
Te falo bobagens...


Fixação!
Seus olhos no retrato
Fixação!
Minha assombração
Fixação!
Fantasmas no meu quarto
Fixação!
I want to be alone...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Festa da Democracia


Às vésperas da esperadíssima posse da primeira presidenta eleita (quero estar lá de qualquer jeito!), Dilma Rousseff, não pude me furtar, ao ver este foto na internet, de publicá-la aqui, pelo vigoroso símbolo da vontade popular que ela representa! É do fotógrafo Orlando Brito, tirada quando da posse, no lugar de Tancredo Neves, de José Sarney, primeiro presidente civil brasileiro após os 21 anos da ditadura militar.
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Vá Morar com o Diabo!!!

Você conhece o compositor Riachão? Nascido Clementino Rodrigues na cidade de Salvador, foi autor da famosíssima Cada Macaco no Seu Galho.

Abaixo passo um link de uma interpretação enérgica de Cássia Eller para o irreverente samba Vá Morar com o Diabo:

http://www.youtube.com/watch?v=J-2pHYc7fQg

A foto dele aí ao lado é da Revista Brasil, um delicioso almanaque de cultura popular, no qual descobrimos que ele também foi alfaiate!

E como gosto de fazer, abaixo segue transcrição da letra.



VÁ MORAR COM O DIABO
Riachão

Ai, meu Deus!
Ai, meu Deus!
O que é que há?
Ai, meu Deus!
Ai, meu Deus!
O que é que há?


A nega lá em casa
Não quer trabalhar
Se a panela tá suja
Ela não quer lavar
Quer comer engordurado
Não quer cozinhar
Se a roupa tá lavada
Não quer engomar
E se o lixo tá no canto
Não quer apanhar
E prá varrer o barracão
Eu tenho que pagar
Se ela deita de um lado
Não quer se virar
A esteira que ela dorme
Não quer enrolar
Quer agora um cadilac
Para passear...


Ela quer me ver bem mal
Vá morar com o diabo
Que é imortal
Ela quer me ver bem mal
Vá morar com o sete pele
Que é imortal...


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Poder de um Beijo

A fotografia acima é a mais conhecida de Alfred Eisenstaedt, fotojornalista nascido na antiga Prússia e naturalizado norte-americano. É de uma impressionante beleza como tantas pessoas nascidas e que cresceram fora dos Estados Unidos construiram os fundamentos culturais dessa sociedade na primeira metade do Século XX! Na foto, um marinheiro retornando da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial beija uma enfermeira na avenida Times Square, Nova Iorque.


Agora, veja e ouça o lindo clipe no link abaixo. Tudo bem, pode soar brega e infantil, mas para mim é, acima de tudo, muito romântico!


http://www.youtube.com/watch?v=0wx_KtpExOY&feature=related


Ah, e se quiser conhecer a letra da música que toca no clipe, Kiss On My List, transcrevi. É dos Anos 80, um período lúdico, principalmente para mim, pois foi quando vivi minha infância.


KISS ON MY LIST

Daryl Hall e John Oates


My friends wonder why I call you all of the time

What can I say

I don't feel the need to give such secrets away

You think maybe I need help, no, I know that I'm right

I'm just better off not listening to friends' advice


When they insist on knowing my bliss

I tell them this

When they want to know what the reason is

I only smile when I lie, then I tell them why


CHORUS:

(Because your kiss) your kiss is on my list

(Because your kiss) your kiss is on my list

Because your kiss is on my list of the best things in life

(Because your kiss) your kiss is on my list

(Because your kiss) your kiss I can't resist

Because your kiss is what I miss when I turn out the light


I go crazy wondering what there is to really see

Did the night just take up your time, 'cause it means more to me

Sometimes I forget what I'm doing, I don't forget what I want

Regret what I've done, regret you? I couldn't go on


And if you insist on knowing my bliss

I'll tell you this

If you want to know what the reason is

I'll only smile when I lie, then I'll tell you this


CHORUS:

(Because your kiss) your kiss is on my list

(Because your kiss) your kiss is on my list

Because your kiss is on my list of the best things in life

(Because your kiss) your kiss is on my list

(Because your kiss) your kiss I can't resist

Because your kiss is what I miss when I turn out the light


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Noite





A NOITE

Sou filha do ovo primordial,

O sol me chocou e a noite me abraça.

Meu corpo é santo e arde como brasa.

N’água fui criada, o amor escorre

Do meu seio, sou deusa fatal

Pois vivo a minha verdade púrpura,

Alma que em dois corpos se move,

Dom de querer liberdade e música.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Acontece que Ele é Carioca

A foto acima é de Custódio Coimbra, chama-se "Homem caminhando no Aterro".


ACONTECE QUE ELE É CARIOCA

Jaqueline Jesus


Acontece que ele é carioca,

Acontece que eu não sou!

A minha sina é Brasília,

Triste candanga sem fulgor.


Ele farreou na Rio Branco,

Eu nada sei de Carnaval.

E debocha que sou caipira,

Falo que Oscar é genial.


Se ele permanece eu mudo,

Se fala do calor me calo,

Se confunde o eixo, corrijo.

Diz que o Lago é muito ralo.


Falo do Choro, ele ri.

Fico surpresa, ele duvida:

“Faz que tem quintal na Esplanada”!

Mas a adaptação se obriga.


Por mais arisca que seja,

Provinciana e mesmo imatura,

Não há cidade igual a esta,

Onde o futuro se emoldura.


Pra que desprezar o que é novo?

Brasília reverencio!

E pra que negar maravilhas?

Amo a cidade do Rio!


Devo tudo às duas capitais:

Vida à nova, à antiga amor.

Candanga crescida na poeira,

Por você vou aonde for!


Asssim andamos de mãos dadas,

Acho que temos um destino:

Eu ser louca por novidade,

Meu carioca, eterno menino!


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Depressão é Fruta Fácil

Flor Garduño, Granadas.


A DEPRESSÃO É FRUTA FÁCIL

Jaqueline Jesus


A depressão é fruta fácil

De experimentar, pequi

De rua, sabor marcante,

Caroço de espinhos, sinto

Tantas vezes o seu cheiro,

Armadilha dolorosa.

Eu como e penso em suicídio,

Tremo de frio, choro e sumo,

Pois sou, mas vejo ninguém.

Tenho e poucos acreditam.


Já foi, virou punição,

Recordação do veneno

E dos espinhos, vergonha

Da descrença, do xampu,

Do odor da água sanitária,

De olhar da janela a grama.

Também cresce a tentação.

Eu nego, fico impaciente,

Desligo a televisão,

Entro na internete, esqueço.


Minha esperança é dormir

Nos seus braços, ser beijada,

Aperta minha cintura,

Deixa o passado e me conta

Do nosso louco amanhã.

Vem me dizer de outros doces,

Lembrar da Pedra da Gávea,

Enquanto falo da Flor

Do Cerrado, da Esplanada.

Você me nutre de vida.


Não quero mais o mistério,

Nem lamento ser quem sou.

Preciso ser corajosa

E nos seus olhos me ver

Completa, só isso me basta.

Que a beleza não se torne

Novamente paranóia.

Vamos viver só de amor,

O resto é sobrevivência.

Tira o amargo destes lábios.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Porque Sou Mulher

Fotografia do grande Pierre Verger, Iemanjá.


PORQUE SOU MULHER
Jaqueline Jesus

Antes de morrer
Quero ver brotar
Do papel mais árido,
O suave prazer
De ter um lugar
Pro som do meu hálito.

Depois de nascer
Desabrochará
A flor do meu nome?
O encanto de ver
Satisfeita cá
Essa minha fome?

Porque sou mulher.
Essa é a minha letra,
Verdade adorada,
Igual a qualquer
Outra, que remeta
À minha alvorada.

Serei este ser
Sempre, não importa
Se dizem “jamais”.
Não posso esquecer
O que me conforta,
Meu canto fugaz.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Gênero e Psicologia Social

De 16 a 19 de novembro será realizado o Simpósio Gênero e Psicologia Social - Diálogos Interdisciplinares, no Anfiteatro 5 - ICC Sul da Universidade de Brasília - UnB.

O simpósio é realizado pelos Laboratórios de Psicologia Social e de Diversidade e Cultura nas Organizações do Departamento de Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, com parceria do Centro Internacional de Pesquisa em Representação e Psicologia Social Serge Moscovici, Instituto de Psicologia.

No dia 18 de novembro, quinta-feira, palestrarei à tarde na mesa redonda Reconstruindo Corpos, Reinventando o Gênero
.

Veja a programação no site http://generoepsicologiasocial.org.

PS.: o símbolo que ilustra esta postagem tem autora, ela se chama Holly Boswell.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Novos Ares


Engraçado... a internet foi inventada para agilizar a comunicação, mas tantas vezes não fazemos uso dessa possibilidade, mantendo nosso ritmo da vida real...

Escrevo isso porque esqueci - desculpe - de aqui avisar que mudei de trabalho!

Não estou mais no Ministério do Planejamento - MP. Recebi um convite do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República para contribuir com o trabalho da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD. É realmente um campo novo para mim, o desafio me atraiu bastante.

Então, desde primeiro de outubro estou aqui, pesarosa por não mais contar com as parcerias e as pessoas queridas do MP, porém aprendendo a gostar dos novos colegas da SENAD e me inteirando dos assuntos e demandas.

Ah, a foto acima é do cartaz do Concurso Nacional de Fotografias realizado pela SENAD este ano, fui uma dos componentes da comissão julgadora.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

As Garotas de Brasília


A foto acima é da belíssima atriz norte-americana Candy Darling (1944-1974). Claro, ela não é de Brasília, mas poderia ser mais uma de nós, não?


AS GAROTAS DE BRASÍLIA
Jaqueline Jesus

Há uma cidade onde as mulheres
Ávidas são pelo que Deus
Jamais dará, vão se pintando
Na vã esperança que estações
Mudem, mas tudo é seca e chuva.

Dizem que somos provincianas,
Sérias demais, independentes,
Cortando ar seco e chão vermelho,
Exageradas na elegância,
Superficiais, de estranho riso.

Nós, as garotas de Brasília,
Representamos a beleza
Desse cenário do poder.
Somos o espírito e a luz
Dos azulejos e fachadas.


A sina desse pioneirismo

Que espera as glórias do amanhã
É ser negada, escondida,
Menosprezada tantas vezes,
E mesmo assim amar sem culpa.


Não dependemos do seu juízo

Para saber que somos livres.
Nós reinventamos o prazer
Diário de sermos e vivermos
Esse mistério feminino.


E se disser que este sorriso

É amargo, o doce escorrerá.
E se contar para um estranho

Que sou tardia, escutará:
"Ela é candanga, ergue crepúsculos".


A vida é curta pros desejos

E o céu nos olha majestoso:
Laranja, azul e cor-de-rosa,
Sem lamentar quem se desbota

Na tentativa de ocultar.


E continuamos procurando

Na pedra orvalho, na flor sorte,

No beijo sol, na pele fogo.

Somos segredo e, mesmo assim,
Nós somos como outras quaisquer.


OSTNCS


Assistir os concertos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro - OSTNCS, quase toda terça-feira, é um costume agradável que temos em casa.

Essa freqüência nos permite ver as qualidades e o que pode ser melhorado.

Focando nos problemas, a fim de buscar resolvê-los, noto que seria importante uma maior intervenção do pessoal da administração na condução dos concertos, no sentido de, antes de cada espetáculo, explicar brevemente às pessoas o objetivo da apresentação e solicitando silêncio.

Uma opção criativa seria convidar estudantes de artes cênicas para fazer essa apresentação, de um modo mais informal.

A Orquestra se propõe a ser didática, assim, algumas orientações nesse sentido poderiam constar do programa, tais como contato, normas mínimas de comportamento, orientações quanto ao momento certo de aplaudir...

E enfim, tentar fechar um programa inteiro para o semestre, ou quiçá o ano inteiro, ajudaria na divulgação da própria OSTNCS.

domingo, 7 de novembro de 2010

Eu queria ter uma bomba!


Cazuza:

"Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz 'já foi' e eu concordo contigo
Você sai de perto, eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder me livrar
Do prático efeito
Das tuas frases feitas
Das tuas noites perfeitas

Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz 'já foi' e eu concordo contigo
Você sai de perto eu penso em homicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê".

A foto é de Breno Fortes, mais um pôr-do-sol em Brasília.

Um trecho da Odisséia, de Homero


"Ó Pai Zeus! És o mais cruel de todos os deuses! Os homens são tua prole, mas não tens piedade deles, fazendo-os conhecer a dor e as tribulações!"


A imagem ao lado é de um busto idealizado de Homero, do período helenístico, que se encontra no Museu Britânico.


"Άνδρα μοι έννεπε, Μοϋσα..."

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Vestido de Noiva

Acima é a foto da princesa Victoria da Suécia casando.

Meu deus, como eu queria casar com um vestido lindo como esse...

"Ele arranjou um jeitinho, me fez um carinho, e eu perdoei"! Lógico...



Áudio de Elza Soares cantando Teleco-Teco, divina, extravagante, teatral:
http://www.youtube.com/watch?v=x64t6InGSfM

Oh!...

Na foto acima, a Praça Onze.

"Teleco-teco teco-teco teco-teco
Ele chegou de madrugada batendo tamborim
Teleco-teco teco teleco-teco

Cantando “Praça Onze”,
dizendo “foi pra mim”
Teleco-teco teco-teco teco-teco
Eu estava zangada e muito chorei
Passei a noite inteira acordada
E a minha bronquite assim comecei

'Você não se dá o respeito

Assim desse jeito, isso acaba mal

Voce é um homem casado

Não tem o direito de fazer carnaval'

Ele abaixou a cabeça, deu uma desculpa e eu protestei

Ele arranjou um jeitinho, me fez um carinho e eu perdoei
"

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Preciso dizer que te amo


Composição de Dé, Bebel Gilberto e Cazuza:


Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos


E eu não sei em que hora dizer
Me dá um medo, que medo
Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto


E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo


E nessa novela eu não quero ser teu amigo
Que amigo, oh!
Que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Que eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Poetas da Cidade: 50 Anos de Brasília


Fui uma dos poetas selecionados para participar de antologia poética sobre os 50 anos de Brasília, organizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI-DF)!

Somos 80 poetas. O livro será lançado em dezembro deste ano. Já nos conversamos e foi criado um egrupo para organizarmos nossas discussões: MAIS QUE OITENTA DE FIBRA!

Dilma e Agnelo


A vitória de Agnelo para governador do DF, e de Dilma para presidente, são mais do que fatos históricos, são marcos de mudanças estruturais para Brasília e para o Brasil. Mudanças que a capital federal demandava com urgência, a fim de cumprir plenamente o seu destino. Mudanças que o Brasil esperava há décadas: a primeira mulher presidente da nação.
Os brasilienses mostraram que são muito melhores do que a caricatura que se faz de nós, que somos um povo maduro, pronto para decidir conscientemente sobre nosso futuro.
Brasília agora está mais próxima do Brasil.
Parabéns!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Homenagem aos Servidores Públicos


HOMENAGEM AOS SERVIDORES PÚBLICOS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO


Jaqueline Jesus


Funça! Folgado! Trabalha pouco, ganha muito! Viaja e se diverte com o dinheiro fácil que ganha dos nossos impostos! Marajá! Burocrata! Malandro! Corrupto! Preguiçoso! Não tem interesse no que faz! Passa o dia na internet e tomando cafezinho! Atende mal e não pode ser demitido? Assim não dá! Bando de vagabundos!

“Maria Candelária é alta funcionária (...), à uma vai ao dentista, às duas vai ao café, às três vai à modista, às quatro assina o ponto e dá no pé, que grande vigarista ela é!” *1

Essa é a imagem falsa, ardilosa e mentirosa que alguns desinformados têm do servidor público. Perfil reforçado, em geral, pela propaganda negativa que se faz todos os dias contra esse grupo de trabalhadores.

Afinal, quem é o servidor público? O que faz? O servidor público tem que trabalhar dia-a-dia com seriedade e quase com heroísmo, para desmistificar esses estereótipos. Tem que enfrentar vários desmandos para permitir que a população tenha acesso digno aos recursos do Estado.

Há tantos que trabalham nos bastidores, anônimos, desconhecidos. A maioria, aqueles que fazem a engrenagem se mexer ou ajudam outros servidores que irão entrar em contato direto com a população!

O servidor também paga imposto! O servidor serve. Serve à população, serve à comunidade, serve seu trabalho para o bem público, às vezes até em detrimento de si mesmo, das suas necessidades. Não deveria ser assim, mas acontece.
A maior parte dos servidores públicos veste a camisa de verdade! Muitas vezes são as chefias – freqüentemente não servidores públicos – que não sabem organizar o serviço, distribuir as tarefas.

Os problemas acontecem em todas as classes profissionais. Há caloteiros tanto no serviço público quanto em qualquer empresa. Mas o servidor público está mais exposto, mais visível. É a cara do Estado. Por isso, nas suas mais diversas atribuições e formas de atuação, também é vítima de violência no exercício de suas funções...

Professores, peritos do INSS, fiscais do trabalho, policiais... Tantas profissões que é impossível citar todas! E qualquer um pode ser vítima da violência no exercício de suas funções...

Pense: como prestar um bom serviço à sociedade quando, toda vez que você vai para o trabalho, tem medo do que possa acontecer? Tem medo de ser agredido, em palavras ou fisicamente, por um aluno, um colega de trabalho, qualquer cidadão que seja?

E olha que também tem a violência das relações de trabalho, do chefe que pratica assédio moral ou sexual, dos “colegas” de trabalho que podem te perseguir por qualquer razão que seja...

“...Ao cruzar a rua você está arriscando,
Pode estar na lua, pode estar
amando.
Passa um caminhão, cruza uma perua.
O cara tá na dele, você tá na sua.. *2

Tudo bem, nada é garantido, mas será que a gente não pode conseguir um pouco mais de segurança pra fazer o que a gente faz e quer fazer? Acho que deve ter um jeito pra isso... Acho que o servidor público é alguém importantíssimo para o país, não é apenas um carimbador de papel. É um cidadão que merece respeito!

Acho que é possível nós termos um lugar para trabalhar onde nos sintamos seguros, acho que podemos construir melhores relações de trabalho, acho que não nos falta vontade de virar a mesa de toda essa violência, de todo esse preconceito, de toda essa ignorância.

Somos milhares. Somos homens e mulheres. Somos de todos os Estados e do Distrito Federal. Temos todas as cores, todas as idades, todos os sotaques, todas as orientações sexuais, todas as identidades de gênero e, acredite, muitas nacionalidades, porém todas com coração brasileiro!

Também somos Brasil, e é para esse país com um povo trabalhador e esperançoso que lutamos todos os dias, durante anos e décadas, para trazer melhores condições de vida, facilitar o seu dia-a-dia, possibilitar as pequenas alegrias de ser bem atendido ou as grandes satisfações de conquistar tantas vitórias quantas forem possíveis.

Então, quem ainda vê o servidor público como “funça”, folgado, marajá, burocrata, malandro, corrupto, preguiçoso, barnabé ou vagabundo está muito por fora, e mal começou a entender que são servidores públicos responsáveis, honestos e atenciosos que fazem esse país andar.


*1 “Maria Candelária” (Klecius Caldas e Armando Cavalcanti, lançada no carnaval de 1952)
*2 “Sem Medo” (Toquinho e Vinícius de Moraes)
Esta homenagem foi interpretada pelo artista Miquéias Paz, por ocasião do III Encontro Nacional de Atenção à Saúde do Servidor, em 2010, na Capital Federal.
A imagem que ilustra o post é do site www.fenastc.org.br/site/index.php?home=noticias.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ajude a Escrever a História de Brasília

Museu Vivo da Memória Candanga comemora 20 anos com programa que recolherá testemunhos, fotografias e documentos de pessoas que queiram contar a história de Brasília.

Para comemorar seus 20 anos de existência, celebrados nesta segunda-feira (26), o Museu Vivo da Memória Candanga lançou o programa Histórias Contadas, que tem como objetivo recolher permanentemente depoimentos, fotos e documentos de pessoas que queiram contar a história de Brasília, por meio de suas histórias pessoais e de parentes.

Os interessados em participar devem preencher o formulário que está disponível na página do Museu Vivo no site da Secretaria de Cultura (www.sc.df.gov.br) ou clicando aqui ( http://www.sc.df.gov.br/?sessao=materia&idMateria=2687&titulo=HISTORIAS-CONTADAS).

Os depoimentos serão enviados ao museu e ficarão arquivados e disponíveis para consulta, após catalogação. O participante será responsável pelas informações que enviar.

O espaço, localizado entre a Candangolândia e o Núcleo Bandeirante, abriga exposições, oficinas e palestras, e ocupa o prédio do antigo Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, o primeiro da cidade.

Maiores informações: 3301-3590

domingo, 18 de abril de 2010

Brasília, Outros 50


Saiu no Correio Braziliense de hoje (www.correioweb.com.br), a foto acima é de parte do grupo de artistas que realizarão o projeto!

Mil artistas da cidade comemoram o aniversário da capital com atrações locais durante mais de 50 horasA grande festa começa na terça e acaba na sexta-feira

Ana Clara Brant

Publicação: 18/04/2010 11:56 Atualização: 18/04/2010 11:56

Pelo menos 1.000 artistas de Brasília decidiram se unir para a criação do projeto Brasília, Outros 50, organizado pelo Fórum Cultural do Distrito Federal. A festa “não oficial” em comemoração ao cinquentenário da cidade terá 50 horas de duração e contará com atividades artísticas como música, cultura popular, circo, cinema, dança, teatro, fotografia, artes plásticas, artesanato e poesia.

“A festa é na nossa casa e trazem só gente de fora. Isso não é certo. Temos o direito de participar. Por isso, a criação desse movimento. Uma festa dos artistas de Brasília para o povo de Brasília. Isso prova que já temos sim uma identidade cultural”, enfatiza Ricardo Moreira, um dos coordenadores do evento, que tem o apoio dos ministérios da Cultura e do Turismo e será realizado de terça-feira a sexta, no Espaço Funarte, próximo à Torre de TV.


A poucos quilômetros dali, no gramado da Esplanada dos Ministérios, estará rolando a programação oficial do cinquentenário de Brasília organizada pelo governo local, com artistas de renome nacional como Daniela Mercury, Milton Nascimento, Paralamas do Sucesso e Pedro Paulo e Matheus. Entretanto, nada disso parece preocupar os organizadores do Brasília, Outros 50. “Não é um confronto e não é uma festa contra ninguém, mas a favor de Brasília. É um feito inédito realizado de baixo para cima e de coração. É uma declaração de amor à capital e espero que os governos futuros fiquem atentos a esse tipo de iniciativa”, destaca o maestro e músico Rênio Quintas, outro coordenador do movimento.

Nem uma possível disputa de público com o evento oficial parece ser problema. Para os participantes, só o fato de a iniciativa congregar tanta gente boa, e ser pioneira, já é motivo para despertar a atenção da população brasiliense. “Acredito que haverá sim uma mobilização do púbico. E até para quem não conhece, será uma grande oportunidade para mostrar toda essa riqueza cultural que há em Brasília. Somos uma cidade extremamente artística. As pessoas têm que aprender a valorizar o que é daqui e parar de cultuar só o que é de fora”, opina a atriz Maíra Oliveira, da trupe teatral Esquadrão da Vida.

Transformação
Para o cantor de rap Gog, o envolvimento dos artistas participantes é tão intenso que vai facilitar a aproximação do grande público. Além disso, mais do que a quantidade de pessoas presentes, o importante dessa iniciativa é a transformação de pensamento e de atitude. “Queremos chamar a atenção para a política cultural que vem sendo implementada há anos aqui. A aura que esse movimento está passando certamente vai mobilizar muita gente. Temos vários artistas da cidade que já são conhecidos do público não só de Brasília, como de fora. E além do mais, essa questão da quantidade não é o nosso foco. A intenção é mudar, é transformar as pessoas pela arte. Vai ser algo histórico”, acredita.

Rênio Quintas também espera que a festa organizada pelos artistas brasilienses possa mudar o pensamento de muita gente e, sobretudo, proporcionar a formação de uma plateia. “Temos exemplos de grandes eventos organizados por pessoas daqui, com artistas locais, como o Concerto Cabeças, nos anos 1980, que foi um sucesso. Chegou a reunir 10 mil pessoas. Isso prova que o público prestigia sim a prata da casa. É preciso haver uma política cultural de incentivo a isso. As pessoas nos conhecem, mas falta esse tipo de oportunidade”, opina.

Programação

Além de artistas e grupos de todas as regiões do Distrito Federal, o Brasília, Outros 50 vai contar com a participação especial de atrações de fora da capital federal, como Frejat, Paulinho Pedra Azul, Marcelo Yuka, Falcão (O Rappa), Fernando Anitelli (Teatro Mágico) e Sandra de Sá. Todos eles têm alguma relação especial com a cidade e fizeram questão de participar da festa mesmo com cachês “simbólicos”. “Sou brasileira e todo brasileiro deveria ter uma intimidade com Brasília. É a nossa capital. Sempre estou na cidade, porque participo de discussões culturais no Congresso. É uma cidade importante pra mim. Fiz questão de participar desse evento porque Brasília merece”, ressalta Sandra de Sá.

Outro artista é o cantor e compositor Frejat. O ex-líder do Barão Vermelho diz que tem uma relação de carinho grande por Brasília, onde tem muitos amigos, primos e tios e, com o passar dos anos, por conta de todos os shows que faz na cidade, tem um enorme prazer em se apresentar nos palcos candangos. “Acho muito positiva essa iniciativa porque percebo que neste momento a administração de Brasília se comporta de maneira bem diferente do que a classe artística gostaria e seria muito delicado criar algum vínculo entre os dois. Tenho vários amigos que são pessoas atuantes na cena musical de Brasília e por isso faço questão de participar do evento”, declarou.

A cineasta Cibele Amaral, responsável pela parte de cinema da festa, é integrante do Fórum das Artes do DF há três anos. Ela revela que o que faz desse evento algo único é que além de proporcionar à comunidade uma maior divulgação da arte produzida em Brasília e contribuir para o fortalecimento e a distribuição da cultura brasiliense, ele é realizado e organizado totalmente pelos próprios artistas da cidade. “E não é uma tarefa nada fácil. Mobilizar patrocinadores, infraestrutura, ter um orçamento pequeno. Mas é o amor pela arte e por Brasília que nos faz agir assim”, pontua.

Brasília, outros 50 — Uma Festa do Povo de Brasília
O evento começa oficialmente na virada de 20 de abril e vai durar até o dia 23, no Complexo Cultural Funarte, Setor de Divulgação Cultural. Música, cultura popular, circo, cinema, dança, teatro, fotografia, artes plásticas e artesanato. Informações e programação:
http://brasiliaoutros50.blogspot.com/

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Brasília Através de Janelas


O blog Gabi & Croc, do Estado de São Paulo (http://blogs.estadao.com.br/gabi-e-groc/2010/04/12/brasilia-atraves-de-janelas/), informa que, "em comemoração aos 50 anos da cidade, o estadão.com.br convida todos os que moram — ou que estão — na Capital Federal a fazer um clique do que vêem ao abrir a janela. Pode ser da janela do quarto, do trabalho, do ônibus.


A ideia é reunir, em uma grande galeria, visões particulares dos habitantes".


É só mandar a foto, que deve ter, no máximo, 5MB.


Pode ser pelo celular ou por email: fr@estadao.com.br, ou por MMS: digite o número 49700.



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Bahia de Todos os Santos



Achei este mapinha tão bonitinho! Ah... meio fora do rumo deste blog, mas eu queria socializar ele de qualquer jeito!

Você pode vê-lo, no original, no site de turismo da Bahia: http://www.bahia.com.br/.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Brasília em Cor-de-Rosa


Brasília está pintada aqui e ali com o cor-de-rosa das paineirais, belo espetáculo para o espírito! Saiu hoje matéria no jornal Correio Braziliense sobre o assunto, veja neste link:




A foto deste post é de Marcelo Ferreira, do próprio Correio.

segunda-feira, 29 de março de 2010

De onde você é?




Abaixo segue uma crônica de Conceição Freitas, do Correio Braziliense.




Para quem não sabe, a imagem ao lado é da Catedral, por dentro. Encontrei no site http://architetour.wordpress.com/2009/10/09/catedral-de-brasilia/.




"De onde você é?




A repórter austríaca de pele cor de rosa e cabelos vermelhos quer saber onde foi parar a utopia, o que deu certo e o que não de certo, o que será do futuro de Brasília. A caixa de mensagem está cheia, como nunca, de Brasília. Histórias de candangos, perguntas, protestos, convites para manifestações em defesa da cidade e uma recente versão de “o que é ser brasiliense”. As tevês anunciam documentários sobre os 50 anos, os jornais preparam cadernos especiais, editores anunciam lançamentos de livros, livrarias organizam debates sobre a cidade.




Me perco diante de tantos acontecimentos simultâneos; a cidade que eu amo me escapa das mãos. Nunca a tive minha, mas escrevê-la é meu modo de vencer o estranhamento que ela provoca em meus sentidos. A insolência de Brasília me incomoda, mas o chão derramado que ela me oferece me seduz. (Quanto mais te aprendo, Brasília, mais me perco em você. Ainda mais agora, você no centro das atenções, seja pelo que de escandaloso aconteceu contigo, seja pela proximidade de seus 50 anos. Mas tenho percebido que a medida que se aproxima o 21 de abril, a tua plenitude urbana supera as vergonhas que te fizeram.)




Sou pequena para tanta Brasília, ela nem cabe no meu peito, mas invoco a sua presença o tempo inteiro e há tanto tempo que já nem mais como eu seria sem ela. Brasília me deu um filho que o tempo inteiro quer saber por quê. Por que as superquadras são fechadas de quatro em quatro? Por que o Eixão dividiu a cidade ao meio? Por que a cidade não tem calçadas? Por que é tão difícil andar de ônibus? É verdade que os comércios das entrequadras deveriam ser voltados para dentro? É verdade que o esboço das duas torres do Congresso Nacional já estava no projeto do Plano Piloto, de Lucio Costa? Faz 25 anos que Brasília molda o meu destino, ajusta meus pensamentos, me provoca inquietações, me enche de porques, me faz tremer de indignação, me irrita com sua aparente indiferença e me ensina a ser humana — é preciso invocar a humanidade o tempo inteiro pra dar conta da certa frieza e isolamento a que a cidade nos conduz.




Não sei o que seria de mim sem Brasília, sem suas (muitas) imperfeições, sem suas marcas de brasilidade, sem o território desbragado que me deixa em estado de perdição, sem a história dos brasileiros que a construíram. Talvez eu tivesse virado de evangélica ou esotérica, ou eremita ou andarilha. Talvez eu tivesse ficado amarga ou objetivamente ambiciosa, talvez eu tivesse morrido ainda em vida. Fiquei peripatética - aprendo andando, perambulando, procurando Brasília. Brasília me provoca diariamente, me pergunta quem ela é, me conta como foi loucamente lindo o seu surgimento.




Brasília me evoca o Brasil. Brasília me faz gaúcha, carioca, potiguar, goiana (goiana, goiana), mineira, nordestina, muito nordestina. Brasília me ensina a cada dia o nome de mais uma cidade. De onde você é?




Sou de Brasília".

quarta-feira, 17 de março de 2010

Negros: o que você esperava?

Veja abaixo este comercial, em língua espanhola, de combate ao racismo.



Dou meus parabéns pela iniciativa! No Brasil faltam MUITAS peças de propaganda que combatam as diferentes discriminações, esse é um serviço de utilidade pública.



Faça o seu próprio juízo sobre a qualidade do vídeo.