quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Dossiê Trans-formações em gênero

É com profundo orgulho e muita felicidade que anuncio o lançamento do DOSSIÊ TRANS-FORMAÇÕES EM GÊNERO, da Revista Cronos, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, do qual fui organizadora, juntamente com a amiga Claudiene Santos, autora, com a amiga Hailey Kaas, e tradutora.
Convido todas e todos à leitura desta literatura inovadora, com colaboradores nacionais e internacionais, que apresenta artigos atualizados acerca da realidade, das demandas e dos anseios da população retratada, no Brasil e no mundo. O acesso pode ser feito pelo link http://www.periodicos.ufrn.br/index.php/cronos
O DOSSIÊ TRANS-FORMAÇÕES EM GÊNERO se propôs a ter uma linguagem inclusiva. Divulguem este material e socializem estas ideias!
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Doing Gender 2013 - Instructions for Oral Presentations

Doing Gender 2013 - Instructions for Oral Presentations
From: http://www.en.fazendogenero.ufsc.br/10/inscricoes/capa
In order to present papers in the Thematic Symposia, participants must hold at least a graduate degree;
Each participant may present only 1 (one) paper in 1 (one) Thematic Symposium. He or she must choose 3 (three) Symposia in order of preference. If not accepted in the first choice, the paper will be evaluated by the coordinators of the second option and, if necessary, of the third option;
The proposals must contain a title, an abstract and keywords (between 3 and 5, separated by semi-colon) both in English and in Portuguese (or Spanish);
The ST coordinators will be advised not to accept proposals that do not fulfill the above requirements.
Each author may submit only one proposal, either for Oral or for Poster presentation. Only the main author should submit it online. If there are co-authors who have not submitted another proposal as authors, they should also register, by the deadline, informing the paper code generated at the main author’s registration.
The evaluation and acceptance of proposals for Oral Presentations are made solely by the STs coordinators.
There are 20 openings for each TS. If a TS has fewer than 15 participants, the remaining openings may be completed with papers which could not be accepted by another TS, chosen among the participant’s second or third options. If the minimum of 15 participants is still not reached, the Symposium will be cancelled and those accepted will be redistributed, following the participant’s options. Should a paper fail to be placed in the third option, the scientific committee will be responsible for allocating it;
The authors are responsible for informing the TS coordinators about any eventual impossibility of presenting their papers so that the program may be reorganized to accommodate others. Papers will be included in the final program only upon payment of the fee by the registration deadline. Certificates will be issued only if the paper is presented by the authors themselves.
Only the full texts of the papers presented in the TSs will be published.
Registration fees are not refundable. In case the proposal is not accepted, the participant will be automatically registered as an audit (“ouvinte”).
Co-authored papers should follow the rules below:
Each paper may have a maximum of 2(two) co-authors, besides the main author;
When registering, the co-author will identify his/her paper by means of the code created at the time of registration of the main author; Each registration must be made individually;
The main author of the paper is the one responsible for submitting it. If there are co-authors who have not submitted another proposal as authors, they should also register, by the deadline, informing the paper code generated at the main author’s registration.
A paper cannot be presented in more than one ST;
Only co-authors may register in more than one TS, provided they clearly indicate their condition as advisor of the main author.
Paper Publication
The complete texts of the papers presented in the TSs will be published on the site of Fazendo Gênero 10, on December 15, 2013. Only the papers effectively presented by the authors will be published. Please use the available form for sending the complete texts.
The complete texts should follow the following format: maximum of 22,000 characters, spaces included (or 12 pages including references), 1.5 line spacing, Times New Roman 12. Use footnotes, according to ABNT norms.
References should be indicated in parentheses, following the format (Author, year, page) when quotation is inlcuded in the text and (AUTHOR, year, page) for block quotations,
The abstract and keywords in Portuguese or Spanish should come right after the author’s name, before the beginning of the text.
Title, abstract and keywords in English should come after the Works Consulted.
The files must be in .doc or .rtf.
The complete texts of the Oral Presentations may be posted online from the date of their acceptance until July 8, 2013, through the Participant’s Area.
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Fazendo Gênero 2013 - Instruções para Comunicação Oral

Fazendo Gênero 2013 - Instruções para Comunicação Oral
Fonte: http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/inscricoes/capa
Poderão apresentar trabalhos nos Simpósios Temáticos (STs), sob a forma de Comunicação Oral, doutoras/es, mestres, estudantes de pós-graduação e graduadas/os;
Cada inscrito poderá apresentar apenas 1 (um) trabalho em apenas 1 (um) Simpósio Temático. O inscrito deverá escolher 3 (três) STs na ordem de sua preferência. Caso não seja aceito no primeiro, seu trabalho será avaliado pelas/os coordenadoras/es da segunda e posteriormente, caso necessário, de sua terceira opção;
As propostas de comunicação oral deverão conter título, resumo e palavras-chave (entre três e cinco entradas), separadas por ponto e vírgula (;), title, abstract e keywords. As propostas em língua espanhola deverão observar as mesmas orientações. As propostas em língua inglesa deverão ter, igualmente, título, resumo e palavras-chave ou em português ou em espanhol.
As/os coordenadoras/es de ST serão orientados a não aceitar propostas de apresentação de trabalho que não observarem essas indicações.
Cada autor/a poderá inscrever apenas um trabalho, em uma das modalidades de apresentação (Comunicação Oral ou Pôster). Apenas o/a autor/a do trabalho deverá submetê-lo no sistema. Se houver coautoria e as/os coautoras/es não submeter/rem trabalho como autor/a de outro trabalho, deverá/ão igualmente se inscrever informando o código de trabalho gerado no momento da inscrição principal, feita pelo/a autor/a, até o encerramento das inscrições na respectiva modalidade;
A avaliação e aceite dos trabalhos de Comunicação Oral são da responsabilidade das/os coordenadoras/es de cada Simpósio Temático;
São oferecidas 20 vagas por Simpósio Temático, independentemente do Ciclo. Caso alguns Simpósios não atinjam o número mínimo de participantes, poderão ser completados, pela comissão científica, com trabalhos excedentes em outros STs escolhidos como segunda ou terceira opção. Se mesmo assim não for atingido o mínimo de 15 participantes, o Simpósio Temático será cancelado e os trabalhos inscritos serão enviados para as opções seguintes na ordem de escolha do/a autor/a. Ficará a critério da Comissão Científica a eventual alocação de um trabalho que não tenha obtido prioridade em nenhum dos 3 STs sugeridos em outro Simpósio;
É de responsabilidade das/os autoras/es a apresentação da Comunicação Oral e o aviso às/aos coordenadoras/es de ST sobre sua indisponibilidade de estar presente no evento, para permitir eventuais reorganizações da programação dos STs. Só serão incluídos na programação trabalhos cujas/os autoras/es tiverem pago o valor de inscrição no prazo previsto. O certificado será emitido somente se o trabalho for apresentado pelos/as autores/as, não sendo aceitas apresentações feitas por terceiros;
Serão publicados posteriormente apenas os textos completos apresentados durante os Simpósios Temáticos;
Não haverá devolução do valor de inscrição. Caso o trabalho não seja aceito, a/o proponente estará automaticamente inscrita/o no evento na categoria ouvinte.
Os trabalhos em coautoria devem observar as seguintes normas:
Cada trabalho poderá ter até no máximo 2 (dois/duas) coautores/as, além do/a autor/a;
O/a coautor/a identificará o trabalho inscrito pelo/a autor/a principal através do código gerado no momento da inscrição do trabalho feito pelo/a autor/a;
O pagamento de cada inscrição deve ser feito individualmente;
O/a autor/a do trabalho deverá submetê-lo no sistema. Se houver coautoria e as/os coautoras/es não submeter/rem trabalho como autor/a de outro trabalho, deverá/ão igualmente se inscrever informando o código de trabalho, gerado no momento da inscrição feita pelo/a autor/a principal, até o encerramento das inscrições na respectiva modalidade;
Não há possibilidade de apresentar o mesmo trabalho em mais de um ST;
Apenas coautoras/es orientadoras/es poderão se inscrever em mais de um ST, desde que devidamente esclarecida a autoria principal da/o orientanda/o e sua qualidade de orientador/a.
Os trabalhos completos dos textos apresentados em Simpósios Temáticos serão publicados no site do Fazendo Gênero 10, em 15 de dezembro de 2013. Somente serão publicados os trabalhos realmente apresentados pelas/os autoras/es. Para tanto, deve ser utilizado o formulário próprio para os textos completos.
Os trabalhos completos deverão ter o seguinte formato: no máximo 22.000 caracteres com espaço (ou 12 páginas, incluindo referências), espaço 1,5, Times New Roman, letra 12. Notas completas no pé de página, de acordo com as normas da ABNT.
As citações deverão ser indicadas no texto, informando o sobrenome do(s) autor(es) mencionados, na sequência (Autor, ano, página), quando fizerem parte do texto, e (AUTOR, ano, página), quando recuadas O resumo e palavras-chave em português ou em espanhol deverão ser inseridos imediatamente após a informação da autoria, antes do início do texto.
Title, abstract e keywords devem ser inseridos após a indicação das referências.
Os arquivos devem ser em formato doc ou rtf.
Os trabalhos completos de Comunicação Oral poderão ser postados, após a divulgação dos trabalhos aceitos para apresentação, até o dia 08 de julho de 2013 através do site do Fazendo Gênero 10, na Área do/a inscrito/a.
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domingo, 25 de novembro de 2012

Fazendo Gênero 2013 - Simpósio Temático

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P.S.: conforme divulgado no site do Fazendo Gênero, está prevista a abertura de inscrições para este domingo, dia 25 de novembro.
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Carta a Ancelmo Góis - O Globo sobre "O Leão é Gata"

Prezado Ancelmo Góis,
Como admiradora de seu trabalho de valorização da história e da cultura brasileira, incluindo o respeito aos direitos das pessoas, não podia deixar de registrar meu espanto ao ler sua coluna no jornal O Globo de hoje, 23/11, particularmente com relação à nota "O leão é gata" (http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2012/11/23/a-coluna-de-hoje-476121.asp), na qual, desde o título, um homem é ridicularizado por supostamente se relacionar com uma travesti, na nota nomeada como "um...".
A população transgênero (composta por travestis e pessoas transexuais) é historicamente estigmatizada, marginalizada e perseguida, devido à crença na sua anormalidade, decorrente do estereótipo de que o “natural” é que o gênero atribuído ao nascimento seja aquele com o qual as pessoas se identificam e, portanto, espera-se que elas se comportem de acordo com o que se julga ser o “adequado” para esse ou aquele gênero.
Em seu cotidiano, as pessoas transgênero são alvos de preconceito, desatendimento de direitos fundamentais (diferentes organizações não lhes permitem utilizar os nomes com os quais se identificam e elas não conseguem adequar seus registros civis na Justiça), exclusão estrutural (acesso dificultado ou impedido a educação, ao mercado de trabalho qualificado e até mesmo ao uso de banheiros) e de violências variadas, de ameaças a agressões e homicídios, o que configura a extensa série de percepções estereotipadas negativas e de atos discriminatórios contra homens e mulheres transexuais e travestis denominada “transfobia”.
Ontem participei na UERJ de um seminário internacional sobre violência, no qual fiz uma apresentação sobre os assassinatos de pessoas travestis e transexuais no mundo, com dados que chocaram a todos os acadêmicos presentes.
O Brasil é o país no qual mais se matam pessoas trans no mundo. Dos 816 assassinatos registrados de homens e mulheres transgênero em 55 países, entre 2008 e 2011, o Brasil responde por 39,8%, e somente na América Latina, por 50, 5%, seguido do México, com 60 assassinatos, e da Colômbia, com 59.
Somente em 2011, 248 pessoas foram assassinadas por serem transexuais ou travestis, a maior parte no Brasil, com 101 vítimas, seguido do México, com 33, e da Colômbia, com 18.
As violações contra pessoas trans adotam o padrão dos crimes de ódio, motivados por preconceito contra alguma característica da pessoa agredida que a identifique como parte de um grupo discriminado, socialmente desprotegido, e caracterizados pela forma hedionda como são executados, com várias facadas, alvejamento sem aviso, apedrejamento, reiterando a abjeção com que são tratadas as pessoas transexuais e as travestis no Brasil. O grupo composto pelas pessoas trans é alvo significativo de crimes de ódio. Quem irá chorar por elas?
Nesse contexto de tamanha violência, e impunidade, os meios de comunicação brasileiros são contumazes em reproduzir estereótipos de gênero que desumanizam pessoas transexuais e travestis, e que podem redundar na reafirmação da violência estrutural contra essas pessoas.
Reitero que as notícias veiculadas pelos meios de comunicação não são responsáveis pela naturalização da violência, mas oferecem pistas para essa naturalização, e a sua perpetuação.
Dentre os estereótipos acerca da população transgênero brasileira que são reproduzidos pelos meios de comunicação, estão:
1) Tratá-las como objetos, reduzindo-as à condição de mercadoria;
2) Apresentar uma visão restrita das travestis (e eventualmente das mulheres transexuais), como se fossem apenas profissionais do sexo;
3) Empregar tratamento masculino para pessoas que se identificam de forma feminina; e
4) Ridicularizar quem se relaciona afetivamente com pessoas transgênero.
Tal processo, que redunda em preconceitos e discriminação na vida cotidiana das pessoas trans, tem a finalidade de divertir o telespectador ou o leitor, uma prática recorrente em nossos meios de comunicação, que apelam frequentemente a esse tipo de humor que deprecia o ser humano.
Enfim, fiz esta longa explanação, prezado Ancelmo Góis, para que você e seus colaboradores entendam a gravidade da mensagem subjacente à nota "O leão é gata", na qual, desde o título, mais uma vez, um homem (não importa aqui discutir que papel social ele assume) é ridicularizado pelo simples fato de se relacionar afetivamente com uma travesti, ao se sugerir que ele não seria "leão" e sim "gata", e que foi "flagrado de namorico" com uma travesti, subtendendo-se que ele estaria fazendo algo errado; e também porque, também novamente, trata-se uma pessoa travesti como um objeto, e se usa um termo masculino para se referir a alguém que vive e se relaciona socialmente como mulher.
Como cidadã, lamento que essas práticas transfóbicas sejam repetidas, especialmente em um espaço que valorizo. Como pesquisadora, quero demonstrar que pequenas notas como essas servem para esconder a gravidade do cenário de horror a que as pessoas trans são submetidas neste país, invisibilizadas até mesmo quando assassinadas, e que ao invés de repudiar a transfobia, notas como essa mais uma vez causam risos sobre pessoas que são diariamente violentadas apenas por serem quem são.
Atenciosamente,
Jaqueline Gomes de Jesus
Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília - UnB e pesquisadora do Laboratório de Trabalho, Diversidade e Identidade - LTDI/UnB
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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Feminismo Transgênero ou Transfeminismo

Tenho a honra de anunciar que coordenarei, juntamente com a doutora Luma Andrade, do Ceará, um Simpósio Temático no Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 - Desafios Atuais dos Feminismos, que se realizará em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina, entre 16 a 20 de setembro de 2013, denominado:
Feminismo Transgênero ou Transfeminismo
Coordenadoras:
JAQUELINE GOMES DE JESUS (Doutora - Universidade de Brasília), LUMA NOGUEIRA DE ANDRADE (Doutora - 10ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação)
As inscrições para apresentação de trabalhos no Simpósio começam no dia 25 de novembro, domingo, pelo site do Fazendo Gênero: http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/site/capa
Recomendo fortemente às/aos interessados em inscrever trabalhos no Simpósio "Feminismo Transgênero ou Transfeminismo" que leiam atentamente o resumo dele antes de submeter suas propostas, disponível no link http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/simposio/view?ID_SIMPOSIO=30, o qual transcrevo abaixo:
O ST Feminismo Transgênero ou Transfeminismo propõe a realização de conexões teóricas e pragmáticas entre feminismo e movimento transgênero (composto predominantemente por mulheres e homens transexuais e travestis), estabelecendo um diálogo entre linhas de pensamento e reivindicações históricas do feminismo, por meio de uma abordagem inclusiva que se oponha à noção patologizante das identidades trans. É reconhecido que a população transgênero está à margem dos processos sociais, excluídas por discursos e práticas de ordem sexista, especificamente cissexistas (que invisibilizam ou estigmatizam as pessoas trans) e transfóbicos (que promovem o medo e/ou o ódio com relação a pessoas transgênero). Emerge, no meio acadêmico e nos movimentos sociais de pessoas e grupos trans, a formulação de estratégias discursivas críticas ao imaginário social ligado à noção de uma divisão morfológica rígida e imutável entre sexo e gênero (cisgeneridade) como um fator de opressão das pessoas trans, por regular corpos não conformes à norma binária homem/pênis e mulher/vagina. O feminismo transgênero ou transfeminismo é uma categoria do feminismo que surge como uma resposta à falha do feminismo de base biológica em reconhecer plenamente o gênero como uma categoria distinta da de sexo. Esse sexismo, de base legal-biologizante, tem sido o fundamento, particularmente, para negar o estatuto da feminilidade ou da “mulheridade” às mulheres transexuais, diferenciando estas das popularmente denominadas como "de verdade". Ao compreender parcialmente o gênero como construção social, o feminismo reforça estereótipos sobre os corpos e os seus usos prejudiciais não apenas à população transgênero, mas a todo e qualquer ser humano que não se enquadre no modelo que iguala gênero a sexo, como mulheres histerectomizadas e/ou mastectomizadas, homens orquiectomizados e/ou “emasculados” por motivos de saúde, e casais heterossexuais com práticas e papeis afetivossexuais divergentes dos tradicionalmente atribuidos. O transfeminismo reconhece a interseção entre as variadas identidades, identificações dos sujeitos e o caráter de opressão sobre corpos que não estejam conforme os ideais racistas e sexistas da sociedade, de modo que busca empoderar os corpos das pessoas como eles são, deficientes ou não, independentemente de intervenções de qualquer natureza; ele também busca empoderar todas as expressões sexuais das pessoas transgênero, sejam elas assexuais, bissexuais, heterossexuais, homossexuais ou com qualquer outra identidade sexual possível. Especificamente os movimentos de mulheres transexuais e das travestis, parcelas mais visíveis da população trans, têm na aproximação com o pensamento feminista um referencial teórico e prático poderoso para resistirem e construírem suas próprias forças quando confrontadas, no cotidiano, com vivências de opressão impostas pela dominação masculina. Em suma, o ST Feminismo Transgênero ou Transfeminismo abrange trabalhos identificados com o movimento intelectual e político contemporâneo que (1) desmantela e redefine a equiparação entre gênero e biologia; (2) reitera o caráter interacional das opressões; (3) reconhece a história de lutas das travestis e das mulheres transexuais e as experiências pessoais da população transgênero de forma geral; e que (4) valida as contribuições de quaisquer pessoas, transgênero ou cisgênero (pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi determinado quando de seu nascimento).
O entendimento deste resumo é fundamental para evitar possíveis erros conceituais na escritura da proposta, seja com relação à identificação da população trans, seja com relação ao que seria uma proposta transfeminista.
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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Aprendizagem No Trabalho Como Desafio Para Os Gestores

Palestra realizada no dia 19 de novembro de 2012 pelo professor Jairo Eduardo Borges-Andrade, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília - UnB, como parte do projeto Gestão Com Pessoas, realizado pela Coordenadoria de Capacitação - PROCAP da Diretoria de Capacitação, Desenvolvimento e Educação - DCADE do Decanato de Gestão de Pessoas da UnB:
Aprendizagem No Trabalho Como Desafio Para Os Gestores
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Hoje: Aprendizagem no Trabalho

A palestra Desafios da Formação Gerencial - Aprendizagem no trabalho, ocorrerá hoje, às 11 horas, no Auditório do Instituto de Química da Universidade de Brasília.
Leia abaixo nota do informativo UnB Hoje a respeito (original aqui):
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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Desafios da Formação Gerencial - Palestra

GESTÃO COM PESSOAS
Desafios da Formação Gerencial
Na última palestra desta edição do projeto Gestão Com Pessoas, o Prof. Dr. Jairo Eduardo Borges Andrade, do Instituto de Psicologia, abordará o tema "Aprendizagem no Trabalho" como desafio para os gestores no Brasil de hoje, tratando especificamente dos seguintes aspectos:
Conceitos de aprendizagem e competências no trabalho; Classificações de aprendizagem no trabalho e competências; Aquisição e transferência nos/para os contextos de trabalho; Modelos teóricos de aquisição e transferência no trabalho; e Evidências de pesquisa com variáveis associadas a (1) Treinamento, desenvolvimento e educação, (2) Estratégias de aprendizagem no trabalho e (3) Gestão da aprendizagem no trabalho.
Local: Auditório do Instituto de Química - IQ
Data: 19 de novembro, segunda-feira
Horário: 11 horas
Mediadora: Dra. Jaqueline Gomes de Jesus
A entrada é gratuita e aberta ao público externo.
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ministro Luís Inácio Adams (AGU): Pague o que o Governo Federal deve aos aposentados do Aerus

Abaixo compartilho petição de Ana Karina Dias, do Rio, que será entregue ao Sr. Luís Inácio Adams, Advogado Geral da União:
"Nós somos os funcionários aposentados da Varig e pedimos que o Governo Brasileiro pague o que nos deve, como já foi determinado pela Justiça. 750 aposentados já morreram sem receber a aposentadoria que lhes era devida. Após a falência da Varig, Vasp e Transbrasil, o Governo Brasileiro ficou responsável pelo fundo de pensão AERUS, para o qual 10 mil aeroviários contribuíram durante toda a vida com 10% a 20% do salário.
Nunca entendemos por que razão o Governo Brasileiro permitiu que essas empresas falidas fizessem “negociações” com o fundo de pensão dos funcionários. A Varig fez 21. A Transbrasil fez 8. O resultado foi um calote monumental que acabou com a aposentadoria dos aeroviários.
Eu sou Ana Karina Dias, filha da Romicilda, uma comissária de bordo que hoje vive com apenas 8% da aposentadoria à qual tem direito e corre o risco de perder 24 anos de contribuição. Luto por ela e por colegas que estão em situação ainda pior. Há comandantes e comissários em penúria e gente que cometeu suicídio levada pelo desespero.
A Justiça Brasileira nos dá razão. O caso já chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o pagamento do que é devido aos aposentados. O Governo Federal não cumpriu e recorreu de novo, prática constante da Advocacia Geral da União (AGU). Faz 2 anos que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Governo Federal pague as aposentadorias de forma integral enquanto o processo não acaba. Mas essa decisão também não foi cumprida.
Desejamos apenas que as aposentadorias devidas sejam pagas. Temos apoio político e queremos agora, com este abaixo-assinado, apoio popular para que os 10 mil aposentados na faixa dos 75 anos de idade recebam o que o Governo Federal deve a eles. Pedimos à AGU que pare de recorrer sistematicamente e pague o que a Justiça manda".
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Clique no link abaixo se você também quiser assinar a petição:
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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

MANIAC!

Hoje à tarde darei uma aula sobre Saúde do Trabalhador, no curso de Formação Gerencial para servidores da Universidade de Brasília - UnB, e à noite farei a palestra Um olhar da Psicologia Social sobre Gênero e Serviço Social, para alunas/os da Universidade Católica de Brasília - UCB.
Dia intenso! Como dizia a canção, "Just a steel town girl on a saturday night / Looking for the fight of her life / In the real-time world no one sees her at all / They all say she's crazy"!
Jennifer Beals como Alexandra, dançando em Flashdance, de 1983.
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Maniac (assista um clipe aqui)
Michael Sembello
Just a steel town girl on a saturday night
Looking for the fight of her life
In the real-time world no one sees her at all
They all say she's crazy
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Locking rhythms to the beat of her heart
Changing woman into life
She has danced into the danger zone
When a dancer becomes a dance
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It can cut you like a knife,
If the gift becomes the fire
On a wire between will
And what will be
.
She's a maniac,
Maniac on the floor
And she's dancing like
She's never danced before
.
On the ice-build iron sanity
Is a place most never see
It's a hard warm place of mystery,
Touch it, but can't hold it
.
You work all your life for that moment in time,
It could come or pass you by
It's a push of the world, but there's always a chance
If the hunger stays the night
.
There's a cold connective heat,
Struggling, stretching for defeat
Never stopping with her
Head against the wind
.
She's a maniac,
Maniac, I sure know
And she's dancing like
She's never danced before
...
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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás

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Morador de rua se forma em Pedagogia na UnB, notícia da UnB Agência (aqui).
Foto de Emília Silberstein/UnB Agência.
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Sérgio,
Mais do que apenas te dar parabéns por essa conquista extraordinária, quero lhe dizer que estou profundamentamente feliz e com sentimento de dever cumprido, dentro das limitações de tempo e institucionais que, como Assessora de Diversidade e Apoio aos Cotistas da UnB na época do Reitor Timothy Mulholland, tive de lidar para te trazer um pouquinho de segurança na sua vinda à nossa universidade.
Sempre me lembrarei de quando fui te procurar pessoalmente, na Asa Sul, atrás da Floricultura, assim que a notícia de sua aprovação saiu no jornal, eu sabia que você precisava se sentir bem recebido. Primeiro encontrei seus livros na caixa do registro, depois você, e daí pudemos procurar apoio para sua residência, prontamente atendida pelo querido Decano de Assuntos Comunitários da época (se não me engano Reynaldo Tarelho, sempre tão acessível a quaisquer demandas), e então você se tornou mais um estagiário do Centro de Convivência Negra em nosso saudoso projeto Cotistas nas Escolas. Lembra?
Li e ouvi muitas críticas a respeito das limitações da UnB em recebê-lo, e respondi a todas a quem as disse pessoalmente a mim. Sei que fiz minha parte e que outras pessoas também o fizeram. Você, melhor do que ninguém, sabe que "a universidade idealiza o estudante perfeito e se esquece da complexidade da existência humana, pois quando vem mendigo morador de rua para dentro da universidade, vem também com estes as doenças, os vícios, a falta de disciplina e, naturalmente, a dificuldade de se adequar à rigidez acadêmica", como você escreveu. Aprendi isso antes de ler sua preciosa monografia, e creio que aprendi melhor porque aprendi contigo. Espero também ter podido ensinar algo ao longo de sua caminhada, mesmo que forma inconsciente.
Como dizemos, fico com a alma lavada ao ler depoimentos como o da Decana Carolina Cássia: "A Universidade cumpriu com o seu dever com relação a um aluno em situação de extrema vulnerabilidade – e talvez o nosso aluno mais vulnerável tenha sido de fato o Sérgio". Nessas horas entendo que a nossa experiência de vida na UnB, naquela época, foi singular e, às vezes, deliciosa, apesar de ter as suas dores.
Desde então crescemos, sofremos, tivemos prazeres e pudemos nos tornar mais de nós mesmos. Ler essa notícia de uma vitória sua, ante a tantas dificuldades que você passou, faz-me lembrar também das mãos que eventualmente se estenderam para você, como a do senhor que lhe permitiu dar aulas de reforço de matemática à filha dele, na quadra atrás da floricultura. Eu me lembro disso, e quando me contaram essa história enquanto eu estava lá te procurando, soube que havia gente fazendo um pouquinho que fosse por você.
Diz o Sankofa (cuja mensagem aprendemos por meio do saudoso Mestre Abdias Nascimento, e da sua querida e amorosa esposa e parceira Elisa Larkin Nascimento), sobre o qual tanto refletimos no nosso tempo de Centro de Convivência Negra: "nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás". Estamos fazendo isso agora.
Nada mais significativo do que concluir este ciclo de sua vida entregando sua monografia ao Reitor José Geraldo Sousa Junior, representante maior da universidade, estudioso e defensor dos direitos humanos, porque a vitória é sua, mas igualmente das pessoas em situação de rua, de toda a UnB, do Brasil. Com ela todos nos tornamos um pouco mais humanos, um pouco mais nós mesmos/as.
Parabéns, e muito obrigada!
Jaqueline Gomes de Jesus
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Beleza e Linguagem

"Quando os sábios, em seu pensamento, criaram a palavra,
Como se estivessem peneirando grãos, os amigos souberam o que é amizade.
A beleza apareceu na linguagem".
(Atarva Veda, X-71).
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Psicologia Social, Gênero e Serviço Social - Palestra

Um Olhar da Psicologia Social sobre Gênero e Serviço Social
Palestra
Jaqueline Gomes de Jesus
Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília – UnB e Pesquisadora do Laboratório de Trabalho, Diversidade e Identidade – LTDI/UnB
Onde? Na Universidade Católica de Brasília – UCB, Auditório do Bloco G.
Quando? Em 14 de novembro de 2012, das 18h às 22h50.
A UCB fica na SGAN 916, Asa Norte - Brasília/DF.
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A Escravidão Acabou. Só falta avisar à classe média.

Abaixo transcrevo texto instigante de Paula Libence, publicado no Portal Geledés (veja a fonte aqui), sobre a crise no setor de serviços domésticos no Brasil.
Na foto, a empregada robô da família Jetson (Hanna-Barbera).
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A escravidão acabou. Só falta avisar à classe média.
Paula Libence
Li uma nota há algum tempo sobre a crise no setor de serviços domésticos no Brasil e que dizia o seguinte: "escassez de domésticas pode mudar hábitos da classe média." Confesso que fiquei extremamente contente depois de ter lido toda a matéria. Porque pensar que as madames cheias de blush e pompa, e que vivem atoladas nas prestações e financiamentos para sustentar seus pequenos luxos, de agora em diante terão de cuidar da própria vida, fazer suas atividades domésticas, fazer sua comida, lavar a própria roupa, levar as crianças à escola e engomar a camisa do marido. A sensação foi de puro êxtase. Isso porque as pretinhas faveladas que historicamente foram destinadas a fazer esse tipo de serviço não o querem mais, porque agora contam com a possibilidade de almejar uma condição de vida melhor nos estudos. Confesso que tenho imensa satisfação diante disso.
O interessante é que a nota traz um tom alarmista quanto à escassez na oferta de serviços domésticos à classe média no Brasil. E essa preocupação se dá no tocante de que "estamos perdendo nossas escravinhas!". E a partir de agora, como essa classe sobreviverá? "Quem irá nos salvar?"
Para tanto, julgo necessário relembrar um pouco do nosso passado escravista para que vocês entendam o que de fato quero dizer. Acredito que lembrem muito bem de como se dava e era gerada a "oferta de serviços" na casa-grande. Um grupo de mulheres, conhecidas como mucamas eram incumbidas de realizar os serviços da casa, serviços estes que eram cuidar da casa, da comida dos senhores, da rouparia fina portuguesa, tratar da sinhá, amamentar seus filhos e ainda "servir" seu senhor, se é que vocês me entendem (não é por acaso que o uniforme de empregada doméstica é, até hoje, ...).
E assim o serviço doméstico foi construído na sociedade brasileira, numa relação totalmente escravista. E guardadas as devidas proporções, isso se mantém inalterado até hoje. Ou vocês acham que o trabalho doméstico surgiu como mais uma simples oferta de emprego nas relações trabalhistas que foram se estabelecendo ao longo do tempo? Lamento informar, mas o surgimento do trabalho doméstico é algo mais complexo e eivado de resquícios escravistas do que imaginam. Afinal de contas, no período pós-abolicionista as escravizadas libertas não tinham do que viver e de onde tirar seu sustento, tão logo elas foram submetidas a continuar no regime de trabalho a que foram submetidas desde a escravidão, isso. Isso sem falar, naquelas que "optaram" por continuar a servir seus senhores porque aquela era a única forma de vida que elas conheciam e já estavam "acostumadas" àquele tipo de serviço (como elas não sabiam nem ler, não adiantaria sair de onde estavam para procurar emprego fora). Daí a escrava doméstica passou a ser a empregada doméstica da casa.
E foi isso que segurou a onda das famílias negras por muito tempo, uma vez que os homens estavam todos desempregados. Se as mulheres não tivessem saído às ruas para lavar roupa de ganho, passar roupa com ferro a carvão, cozinhar, lavar prato, fazer faxina e tomar conta dos filhos e filhas das brancas, a vida das famílias negras teria sido muito mais difícil do que foi.
Pensem o que seria dessas sinhás se não fosse o serviço da "negrinha", visto que as belas eram moças vindas da corte portuguesa com suas finezas e de nada entendiam sobre afazeres domésticos? É o que acontece hoje com a crise da oferta de serviços domésticos. Parte da negrada que serve nas casas de família hoje estão se rebelando e buscando outras áreas de atuação que não a senzala moderna. As negrinhas agora resolveram estudar e galgar outros caminhos, por isso não tem mais escrava no mercado para atender a classe burguesa.
Eis que surge em caráter alarmista, como já fora citado, a preocupação da grande mídia que quer saber o que fazer diante desta realidade; como – e sobretudo quem – vai fazer os serviços que mulheres predestinadamente subalternizadas prestavam e agora não querem mais fazê-los.
Quem vai levar as crianças à escola, preparar o almoço, lavar a roupa, o carro, limpar a garagem, cortar a grama, passar o vestido da madame e lavar a louça? Esta é a pergunta que não quer calar (confesso que gargalhadas me tomam só de pensar que as patroinhas estão desamparadas serviçalmente), e não serei hipócrita em dizer que sinto total contentamento com a notícia e a possibilidade de ver essa maldita classe "mérdia" fazendo todo o serviço que condenava às negrinhas, ou, no melhor dos termos, empregada doméstica,ajudante, faxineira, diarista ou até mesmo secretária do lar.
O melhor de tudo é pensar que o governo agora será acionado para ofertar os serviços que deveria oferecer e que assumirá parte das responsabilidades da qual essa classe necessita. Não entendem o que digo? Seguinte: como não há mais pretinhas para trabalhar nas ditas "casas de família" e as madames precisam cuidar de seus negócios, o Estado terá de criar mais creches para abrigar seus filhos porque agora não há com quem deixá-los; terão de flexibilizar a jornada de trabalho, já que elas terão de voltar mais cedo pra casa pra cuidar dos afazeres; melhorar o sistema de transportes públicos, porque não dá pra transitar neste caos chamado de cidade com toda essa precariedade e as ruas superlotadas; e ainda ter casa, filho e marido pra cuidar.
O mais irônico é que essas ações e serviços sempre foram reivindicadas pelas pretas faveladas que saíam de casa para trabalhar nas casas das brancas, mas o Estado nunca deu atenção a isso porque à classe a qual se destinava esses serviços era a subalternizada. Agora, com essa mudança de cenário, o governo é acionado para cumpri-las. Perceberam?
A preocupação não é e nunca foi com a classe trabalhadora, com a garantia de seus direitos e seguridade social, condições mínimas de trabalho e tantos outros, até aqui (vale destacar a luta que as entidades de defesa das empregadas domésticas travam até hoje para que os direitos das trabalhadoras sejam reconhecidos, respeitados e cumpridos pelo Estado e pelo patronato). Até aqui, nenhuma novidade. A preocupação agora é o que fazer sem ninguém pra limpar a minha merda já que agora é minha responsabilidade cuidar dos meus afazeres, da minha casa, dos meus filhos, da minha roupa. Porque é muito fácil posar de mulher independente quando há uma escravinha que faz tudo pra mim. Onde está essa tal independência feminina? Está na cozinha de minha casa, quando saio pra trabalhar, vou ao escritório, planejo ações, organizo reuniões, mas não lavo o prato que como ou sequer a calcinha que usei durante o dia? Assim, eu também quero! A independência de uma mulher está na subserviência de outra? Para eu ser independente, é preciso que uma cuide de minhas tarefas..., que de próprio cunho e origem, não cabe a mim fazê-la?
Calma, ainda não é o fim de tudo. Não sou o Chapolin Colorado, mas posso dizer que dessa vez vocês não contavam com a minha astúcia. Para curar essa deficiência social, creio que essa classe "mérdia" precisará de umas aulinhas de AVD (Atividade para Vida Diária). Essa atividade é ofertada às pessoas com deficiência visual, a fim de que possam adquirir autonomia sobre sua vida. Nessas aulas, são ministrados modos de como cuidar da casa, abotoar a camisa, lavar a louça, varrer o sobrado, ligar o micro-ondas, retirar o copo da mesa e pôr na pia e tantas outras atividades inerentes à vida doméstica. Sei que parece estranho usar de métodos aplicados às pessoas com deficiência visual para tratar de uma classe que vive uma deficiência social. Mas não vejo outra possibilidade mais viável para solucionar, ainda que paliativamente, estes encalços da burguesia.
Pode parecer grosseira a analogia, mas é o modo como a classe média e alta nos vê e nos trata. Ignoram nossos problemas, fazem chacota de nossa condição social por serem abastados, e por acharem que são superiores a nós.
Por que agora se preocupar com essa massa podre da sociedade e esquecer os efeitos danosos que nos causam? Acham mesmo que eles estão preocupados se não temos emprego ou se o mercado de trabalho nos aniquila a todo o momento? Temos de deixar nossos filhos em casa sozinhos ou com o irmão mais velho para cuidar dos filhos das patroas que não podem dormir só. Temos de comer de marmita para dar tempo de preparar o almoço da senhora quando ela voltar da sessão de massagem. Temos de lavar a privada dela enquanto ela está no salão fazendo as unhas. Temos de sair no alvorecer do dia para chegarmos ao trabalho e pôr a mesa para o patrão enquanto mal engolimos aquele cafezinho preto e insosso. Vocês acham isso justo? Eu, não!
Ainda acham pouco o meu descaso com essa crise? Experimentem viver todos os dias as memórias do açoite presente nos maus tratos a que somos submetidas quando nos furtam nossa dignidade e nos escravizam nesse maldito escravismo "sem ódio".
Aquele mesmo racismo "sem ódio" dito pelo cartunista Ziraldo que nos acalentava dizendo que o racismo sem ódio vivido por nós aqui no Brasil pela inexistência de uma Ku Kux Klan é pacífico. O mesmo sujeito que posa de bom-moço hoje, mas participou ativamente do linchamento artístico do cantor Wilson Simonal na década de 1970 ao sustentar a calúnia de que este era informante do DOPS. Afinal de contas, não estabelecemos lugar de preto e lugar de branco. Não temos negros queimados em praças públicas como mostra do nosso ódio. Esse nosso racismo é sutil. Eu acho até que ele não existe.
Eu agora vos digo que este sistema de trabalho doméstico é nada mais que a modernização do trabalho escravo dos recentes duzentos anos que se passou e que nos dizem que fora execrado da nossa sociedade. Este é o escravismo sem ódio porque não somos chibateadas no tronco das senzalas, não sentimos a força do açoite no nosso lombo. As chibatadas são dadas de outras formas: descaso, menosprezo, piadinhas de mau-gosto, baixos salários, péssimas condições de trabalho, não-reconhecimento de direitos trabalhistas, estupros...
E assim prosseguimos nesta pátria amada chamada Brasil.
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Diversidade nas Organizações

Apresentação realizada pela Dra. Jaqueline Gomes de Jesus durante o I Workshop Gestão e Pessoas do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal – UNIPLAN, em Brasília, no dia 8 de novembro de 2012: Diversidade nas Organizações
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

NOÇÕES DE GESTÃO DA DIVERSIDADE NAS ORGANIZAÇÕES - Minicurso

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NOÇÕES DE GESTÃO DA DIVERSIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
Minicurso
Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus
PROGRAMA
Data: 9 de novembro, sexta-feira
Horário: das 19h às 21h
Local de execução: Centro Universitário Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN
Unidade Brasil Central, sala 14.
Inscrições gratuitas no local.
Vagas limitadas a 30 (trinta) lugares.
Serão emitidos certificados de participação.
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Por quê ministrar um minicurso sobre gestão da diversidade nas organizações?
O Centro Universitário Planalto do Distrito Federal – UNIPLAN tem como um de seus princípios o respeito à diversidade humana, o que está em consonância com as políticas de gestão, manutenção e desenvolvimento de pessoas das organizações de trabalho mais avançadas no Brasil e no mundo contemporâneo. A UNIPLAN também tem entre os seus objetivos desenvolver junto aos seus alunos esse princípio, relacionado à ética no trabalho e nas relações interpessoais.
Por quê ser aluno/a de um minicurso sobre gestão da diversidade nas organizações?
As habilidades relacionadas à gestão da diversidade são de cunho afetivo-atitudinal, e não apenas de âmbito cognitivo, de modo que se faz necessário trazer elementos básicos sobre valorização da diversidade bem fundamentados cientificamente, para que os atuais e futuros gestores possam acompanhar e/ou executar ações de capacitação para o desenvolvimento pessoal dos trabalhadores como cidadãos e profissionais propensos a reconhecer e valorizar as diferenças individuais dos atores envolvidos em seu contexto.
Objetivos do minicurso:
Desenvolver, junto aos participantes, habilidades interpessoais, atitudes, interesses e tendências emocionais relacionadas à compreensão da diversidade humana no seu contexto social e profissional, abordando domínios cognitivos e afetivos/atitudinais.
Objetivos específicos: ao final do curso, o/a participante será capaz de:
1. Conhecer dimensões da diversidade humana, noções de cidadania e de direitos humanos;
2. Identificar situações discriminatórias no ambiente de trabalho; e
3. Buscar iniciativas para superar discriminações no trabalho.
Conteúdo Programático
1. Relações sociais no mundo do trabalho contemporâneo
2. Diversidade e cidadania: questões atuais e urgentes
3. Dimensões da diversidade humana: primárias e secundárias
4. Atração e repulsa interpessoal: conceitos e desenvolvimento
5. Gestão da diversidade: histórico, modelos teóricos, práticas organizacionais e desafios
Quem irá ministrar o minicurso?
O minicurso Noções de Gestão da Diversidade nas Organizações será ministrado pela professora da UNIPLAN Jaqueline Gomes de Jesus, doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília – UnB. Ela é pesquisadora do Laboratório de Trabalho, Diversidade e Identidade – LTDI da UnB, no qual desenvolve pesquisas e projetos sobre gestão da diversidade, membro da Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO e investigadora da Rede de Antropologia Dos e Desde os Corpos. Foi assessora de diversidade e apoio aos cotistas e coordenadora do Centro de Convivência Negra da UnB. Há anos publica artigos científicos e textos em jornais de grande circulação e ministra palestras e cursos sobre direitos humanos, gestão da diversidade e movimentos sociais. Recentemente ganhou, com outros autores, o terceiro lugar do Prêmio Jabuti 2012, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, pela sua participação no livro Psicologia Social: Principais Temas e Vertentes.
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Tânia Terezinha da Silva, Prefeita

A cidade de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul, município no qual predominam pessoas brancas de ascendência alemã, elegeu Tânia Terezinha da Silva, técnica de enfermagem, como sua prefeita.
Foto: O diário.
O que considero essencial nesta conquista não é o fato isolado de que uma mulher negra foi eleita prefeita, mas, isso sim, que seus eleitores sejam majoritarimente brancos: essa, no meu entendimento, é a grande e fundamental diferença.
Ocupar espaços de poder é essencial para pessoas negras em uma sociedade racista, que não se restringe a um estado, mas abrange todo o Brasil. Porém, ocupá-los a partir do reconhecimento de uma comunidade etnicorracialmente diversa da pessoa eleita é um indício de amadurecimento para a diversidade humana. Fico muito feliz por testemunhar que o povo de Dois Irmãos, uma pequena cidade de interior, reconhece o valor de uma de suas cidadãs independentemente (ou pelo menos não tão dependentemente) de sua cor/raça.
Tal comportamento de massa, organizado por meio do processo eletivo, engrandece Dois Irmãos, projeta-a nacional e internacionalmente, porque a valorização da diversidade é cada vez mais um elemento central na constituição do mundo contemporâneo.
Que esta vitória sirva como mais um exemplo para pequenas/grandes mudanças na forma de se tratar pessoas negras, das seleções de emprego mais simples, passando pelas complexas seleções para professores universitários e chegando às indicações para Ministros do Governo Federal (que pessoas negras sejam reconhecidas em sua capacidade para exercerem quaisquer cargos).
Renovo minhas esperanças no futuro deste país, mas ainda há muito a se lutar pela igualdade racial de fato no Brasil.
Parabéns a Tânia e, principalmente, a Dois Irmãos!
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Cidade gaúcha de colonização alemã elege a única prefeita negra do Estado
FOLHA DE SÃO PAULO
RODOLFO LUCENA
DE SÃO PAULO
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1182122-cidade-gaucha-de-colonizacao-alema-elege-a-unica-prefeita-negra-do-estado.shtml
Mulher, negra e divorciada. Essa é Tânia Terezinha da Silva, primeira prefeita eleita em Dois Irmãos, cidade gaúcha de colonização alemã onde 91,57% da população é branca e os negros são menos de 2% --segundo o Censo de 2010, havia só 414 pessoas de cor ou raça negra entre os 27.572 residentes na cidade.
"O sol brilha para todos, e eu escolhi ficar no brilho do sol, não ficar na sombra", diz ela, que é filiada ao PMDB desde 1995 e foi candidata pela coligação composta ainda pelo PP e pelo PTB. "Foi uma campanha dura, não foi fácil", afirmou à Folha.
"Tive de romper paradigmas. A cor da pele foi um: por ser uma cidade germânica, talvez quem não more lá dificilmente acreditaria que tivesse uma pessoa de cor negra candidata a prefeita. Também a situação de família, pois para quem é católico ou evangélico pesa muito essa questão de família."
Mesmo assim, diz: "Não posso falar da cidade de Dois Irmãos como preconceituosa. Ela acreditou no meu trabalho enquanto pessoa, independentemente da cor".
Ela venceu na política local apesar de ser uma "estrangeira". Nascida em Novo Hamburgo (RS), começou a trabalhar em Dois Irmãos em 1991, depois de passar em primeiro lugar em um concurso de técnica em enfermagem.
Acabou se mudando para lá três anos depois: "Quando cheguei a Dois Irmãos o município tinha cerca de 9.000 habitantes. Quando chega alguém todo mundo olha desconfiado porque não sabe quem é a pessoa. Mas isso por ser uma cidade pequena."
Como técnica em enfermagem, atuou no SUS, visitava os bairros, conhecia cada comunidade. A carreira política começou com a eleição a vereadora em 1996. "Hoje estou na minha terceira legislatura. Em 2008 fui a mais votada, com 2.055 votos numa comunidade de 16 mil eleitores." Agora os votos se multiplicaram: única negra entre as 35 prefeitas eleitas no Rio Grande do Sul, que tem 497 municípios, Tânia recebeu 9.450 votos (51,67%).
Aos 49 anos, a prefeita eleita tem um casal de filhos ""Pablo, 24, e Hohana, 20-- e não descuida da aparência: hoje exibe os cabelos trançados em vistosos dreadlocks. "Já tive cabelo curto, encaracolado, agora faz dois anos que eu uso tranças. Para fazer dá trabalho. Em compensação, para manter, é maravilhoso".
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sábado, 3 de novembro de 2012

Going Global 2013

A Conferência Going Global 2013 - GG2013, organizada pelo Departamento de Educação Superior Internacional do British Council para líderes e especialistas em educação internacional, ocorrerá de 4 a 6 de março de 2013 no World Trade Center em Dubai.
Tema - "Global education: knowledge-based economies for 21st century nations", abordado em três aspectos:
1. Research and innovation: the role of international collaboration;
2. Developing skilled knowledge workers: the role of international collaboration;
3. Internationalising tertiary education structures and systems.
Maiores informações em http://ihe.britishcouncil.org/going-global.
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Aborto, um relato

Abaixo transcrevo mais um artigo instigante das Blogueiras Feministas:
Aborto, um relato
Toda semana recebemos emails de mulheres desesperadas que nos procuram pedindo ajuda para realizar um aborto. Infelizmente, nada podemos fazer. Por ser crime, não temos como indicar locais e nem procedimentos seguros. Porque qualquer procedimento abortivo, que não esteja previsto em lei, é clandestino e mulheres ainda são presas por isso, podemos inclusive ser acusadas de cumplicidade.
O sentimento de estar grávida sem desejar, sem querer ver o feto se formar é devastador. Por isso, publicamos hoje o relato de H., mulher de 35 anos que conseguiu realizar um aborto clandestino. Por razões óbvias não podemos identificá-la, mas seu desabafo é também o desejo de que outras mulheres não tenham que passar pelo pesadelo de uma gravidez indesejada.
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Texto de H.
O senso comum diz, entre outras coisas, que o sonho de toda mulher é ser mãe, que só nos tornamos completas quando temos filhos, que o relógio biológico sempre fala mais alto. Será? Minha reação ao ver o médico me mostrando o feto na tela durante uma ecografia e ao ouvir o coração dele batendo foi: “puta que pariu, isso não é possível!”. O médico me dando parabéns e eu sentindo como se estivesse recebendo pêsames.
O senso comum também diz, entre outras coisas, que quem engravida é porque quis, porque não tomou cuidado. Mesmo? Perdi a virgindade há 20 anos, já transei com mais de 60 homens, nunca peguei nenhuma DST e, até agora, nunca havia engravidado. Será que sou uma sortuda ou alguém que sempre se cuidou e se preservou? Acho que ter sempre preservativos na bolsa, mesmo fazendo uso de anticoncepcionais, não pode ser classificado como descuido. Ou pode?
Porém, um dia você descobre 3 miomas no útero e precisa retirar o DIU. Um dia, em uma transa, a camisinha estoura e você, por precaução, apela para a pílula do dia seguinte. Um mês depois, você recebe a notícia de que está grávida. O sonho de toda mulher, principalmente daquelas que teriam, como você, maior dificuldade para engravidar. Para mim, o início de um pesadelo, o início do desespero.
Nunca sabemos como reagiremos a uma situação até que estejamos nela. Sempre fui a favor do direito de escolha, mas até este mês eu não sabia como seria minha reação. E, se antes eu já achava nossa legislação injusta com as mulheres, hoje a classifico como bovina! Que legislação é essa que me proíbe de fazer o que eu julgar melhor para mim e que me leva a situações de risco? Quantas mulheres por aí se dão mal por causa de nossa legislação estúpida?
Eu, no desespero e sem encontrar uma clínica, comprei remédios abortivos pela internet. Não funcionaram. Sentimento de maternidade é isso. É o não pertencimento. É não querer um corpo estranho dentro de si. É ficar triste porque o sangramento não era nada e a ida à emergência do hospital resultou apenas em saber que aquele corpo estranho está vivo e bem. É perguntar-se: “Por que esse negócio não morre logo?!” Gastei R$ 738 em comprimidos, para ouvir “parabéns” de um médico durante uma ecografia e ter a sensação de estar em um enterro. Não estou bem financeiramente, não podia ter gasto esse dinheiro, saí do consultório chorando muito, mais desesperada ainda. Alguns dias depois, consegui comprar Cytotec – dessa vez verdadeiro.
Gastei R$ 500 com 4 comprimidos que me deram a pior experiência, em termos de dor, que já tive na vida. Não recomendo a ninguém que não esteja, como eu estava, desesperada. A pior cólica que eu já havia tido até então não se compara: passei um dia inteiro sentindo tanta dor que, às vezes, a sensação era de que eu ia desmaiar! No dia seguinte, ainda sentindo muita dor, fui ao hospital. Precisei tomar soro e medicação para dor direto na veia, fizeram exames de sangue… O alívio não veio com a interrupção da dor e nem com os resultados normais dos exames: outra ecografia e dessa vez o médico me deu a notícia em tom de pêsames, mas minha sensação foi a de estar ouvindo “parabéns, você não está mais grávida”.
Foto do projeto “This Is My Abortion”, da americana Jane, que busca desmitificar a questão do aborto ao publicar fotos que tirou com o celular do seu procedimento, realizado de maneira legal nos Estados Unidos.
Eu não sabia e, para quem, como eu, também não sabe, o aborto não termina aí, a dor física não termina aí. Por sorte, não tive hemorragia forte, não precisei de curetagem, não fiquei hospitalizada. No entanto, para terminar de limpar o útero precisei tomar um remédio (medicação pós-aborto) durante 3 dias. Foram 3 dias sentindo vontade de vomitar, tendo cólicas fortíssimas, sem conseguir nem andar direito, chorando quando a dor voltava.
Fui ao inferno e voltei e, durante minha estada por lá, não me questionei em nenhum momento sobre o que fiz. Faria novamente. Não tenho nenhuma culpa, não tenho nenhuma dúvida. Minto. Tenho dúvidas sim. Me arrisquei, não tive escolha a não ser me arriscar – e não, para mim ser mãe não é uma opção, não é uma escolha, não quero, nunca quis. Porém, bem ou mal, tive $ pra comprar Cytotec, tenho plano de saúde e pude recorrer a atendimento médico… E as mulheres que não têm acesso a nada disso? Será que se algum homem tivesse que passar por isso, nossa legislação seria como é? Se a sua filha tivesse que passar por isso, você continuaria defendendo o direito de um embrião em vez de defender o direito dela?
Assassina. Monstra. Pecadores são rápidos em julgar o pecado alheio. Também já o fui. Percebi que o julgamento é inútil quando se trata da vida alheia – quem sou eu para julgar alguém a partir dos meus valores, das minhas crenças? Do que servem minhas experiências para a vida de alguém que não sou eu? Você quer ter um filho, eu queria fazer um aborto. Talvez amanhã eu queira muito ter um filho e você queira apenas se livrar de uma gravidez indesejada. Você sabe o dia de amanhã? Algum de nós sabe?
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Para saber mais sobre aborto em casos legais no Brasil:
Aspectos éticos do atendimento ao aborto legal (.pdf) – documento formulado pelo Instituto Anis.
Atenção humanizada ao abortamento (.pdf) – norma técnica do Ministério da Saúde.
Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes (.pdf) – norma técnica do Ministério da Saúde.
Aspectos jurídicos do atendimento às vítimas de violência sexual – perguntas e respostas para profissionais de saúde.
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