Faz uma bela manhã hoje na Capital Federal, e por acaso ou não dessa vida, meu amigo Carlos lembrou de uma daquelas boas do poetinha! É sobre A Tonga da Mironga do Cabuletê, leia aí embaixo:
"Vinicius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco 'A Arca de Noé', fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino. Encontram o Brasil em pleno “milagre econômico”, que milagre… a censura estava em alta, DOPS, ato 5, torturas… a Bossa Nova em baixa. Opositores ao regime pagando com a liberdade e com a vida o preço de seus ideais. O poeta Vinicius é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music. No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria. Vinicius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois. Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles “tonga da mironga do cabuletê”, que significa “o pêlo do cu da mãe”. O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta. Com Toquinho, Vinicius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves. Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa. E o poeta ainda se divertia com tudo isso: 'Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô'".
Fonte: José Castello. (1994). Vinicius de Moraes: o poeta da paixão: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras.
Ouça a música na deliciosa voz do saudoso Wilson Simonal: http://www.youtube.com/watch?v=5ztsdAuILZ8
...quero ver Irene dar sua risada... (outra de Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes)
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