terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Lago Paranoá

Foto de Glauber Sousa.

O LAGO PARANOÁ

O Lago Paranoá é quente,
Água doce, calma e limpa,
Nela se refletem o Sol e a Lua,
Como a barriga da minha mãe.
Nasceu aqui como eu,
Seus pais eram de outras terras,
É a barriga da minha mãe.

Peço o gosto dessa brisa pouca,
Lá vem a chuva. No seu colo dormem
Muitos aguapés e três frágeis ilhotas,
Tilápias gordas, garças vistosas,
As necessárias carpas, o velho Cará
E o medo das capivaras e jacaretingas.
Comi gambá quando criança,
Coisa que não se faz.

Faz calor, muito, pouco vivo seu remanso,
Passo ao largo, olho,
Quero pular suas ondas ralas,
Mas Brasília é pressa e beleza fugidia,
Tanta gente que olha pra dentro
Com medo de tocar o sonho da vida...
O pardal conhece melhor que eu.

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