Foto de uma cena da peça A Inevitável História de Letícia Diniz.
GRENÁ
Poeira avermelhada nos carros,
Do vestido e do sangue
Secando a perda e a escolha.
Terra e céu se beijam mas dividem
A espera e a criação.
Criança imantada no fundo.
Então, como a cor intensa é nula,
Somente os cegos escutam seus comandos,
E a vida prossegue ou aflora.
Sim, certa é indecisão das horas,
O erro das partidas e o canto
Silenciado, mas as cigarras escavam!
O subsolo respira porque lhe abrem.
Alguém, nalgum lugar qualquer encara
O insubstituível desafio de viver.
E talvez ter um sonho grená.
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